"Quem tiver com vontade de entrar no Baleia Azul, não faça isso. Só vai te causar coisas ruins. Em vez de parar sua tristeza, só vai aumentar. E vai acumular, e vai acumular... E quando você vê, já vai estar vazio por dentro e por fora. Apostem numa coisa que você gosta. Talvez numa música de que você gosta. Talvez você se sinta melhor. Porque eu sei o quanto dói, mas não vai ser um jogo que vai te fazer parar de sentir dor. E nem a morte", desabafa a menina.
Mariana não está sozinha. Só no Brasil, há, pelo menos, dois casos de morte sob investigação policial, em Mato Grosso e na Paraíba. A delegada interina da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio, Fernanda Fernandes, organiza o rastreamento de redes sociais de pessoas que teriam envolvimento com o Baleia Azul. Já há, pelo menos, mais dois casos na cidade em investigação. Os responsáveis podem responder por associação criminosa, lesão corporal e tentativa de homicídio.
Mariana foi internada após a mãe descobrir que ela estava participando do jogo, e já estava na 15ª ordem. A menina teve alta após dois dias e acabou tentando suicídio. A mãe, que abandonou o trabalho por preocupação, conseguiu impedir que o pior acontecesse.
A dor da mãe a fez recuar. Vez por outra, Mariana diz que sente vontade de desistir, mas tenta mudar de pensamento. Está em tratamento, e sonha em ser fotógrafa. "Minha mãe me disse que fazia tudo para eu ficar viva. E eu entendi. Às vezes eu penso (na morte), mas aí eu penso no meu futuro", conta a menina.
O jogo consiste em uma série de 50 desafios, que devem ser cumpridos diariamente e que chegam por meio de mensagens (WhatsApp, Facebook, SMS e outros aplicativos e redes sociais).
Tarefas
O 50º desafio é sempre o mesmo: suicídio.
Como começou
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Redação iBahia
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