A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou um projeto de lei nesta semana que torna patrimônio cultural e imaterial do estado a obra da musicista Ionete da Silveira Gama, mais conhecida como Dona Onete ou Rainha do Carimbó Chamegado.
O Projeto de Lei nº 54/2023 é uma iniciativa do deputado estadual Elias Santiago (PT). A votação aconteceu na quarta-feira (6). Ao justificar a apresentação da proposta, o parlamentar ressaltou a importância da artista em romper uma tradição apenas a homens são reconhecidos no gênero musical.
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Para Santiago, outra contribuição de Dona Onete foi abordar a sedução e a vida sexual dos idosos em nas músicas escreve e apresenta, algo que, para ele, ainda é considerado tabu por muitas pessoas.
No Instagram, Dona Onete comemorou a homenagem, agradeceu aos fãs pelo apoio e disse que, em breve, deverá lançar um novo álbum.
"Estou aqui transbordando de felicidade. Que coisa boa aconteceu com a gente. Afinal, não aconteceu só comigo, aconteceu com vocês que estão aí do outro lado, que vão comigo, que vão assistir aos meus shows, que me aplaudem, que gostam do meu jeito", afirmou. "E não vou ficar só nisso, vou cantar brega".
Dona Onete tem 84 anos, é cantora, compositora e poeta. Ela nasceu em Cachoeira do Arari. A obra da artista soma mais de 300 composições, entre carimbós, boleros e parcerias que resultaram em canções gravadas por outras artistas paraenses, corno Gaby Amarantos e Aíla.
Com referências indígenas, negras e caribenhas marcando a obra, a rainha do carimbó também tem feito sucesso no exterior, sendo capa, em julho de 2017, da maior revista de world music do mundo, a Songlines.
