Os índios terena que voltaram na sexta a ocupar a Fazenda Buriti, na cidade de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, permanecem no local. Não houve entendimento após a reunião com representantes da Justiça do estado, de fazendeiros e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A presidente Dilma Rousseff orientou alguns ministros a agirem rápido e iniciarem uma operação de “pacificação” nas regiões de conflitos entre indígenas e produtores. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, vão articular acordos, a partir de domingo, para suspender, temporariamente, ações de reintegração de posse em áreas conflagradas. Já a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, vai se reunir com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pedir ajuda da Igreja para tentar acalmar os ânimos dos índios. O ministro-chefe da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, responsável no governo federal pela interlocução com os movimentos sociais, também vai ajudar neste processo. Na quinta, o índio Oziel Gabriel, de 35 anos, foi morto em Buriti durante ação da Polícia Federal para retirada dos indígenas da fazenda, ocupada desde o dia 15 de maio. O corpo do índio morto passou por nova necropsia ontem, a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Um inquérito policial para apurar se houve abuso por parte dos policiais foi instaurado no mesmo dia do confronto e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu rigor na apuração. No último dia 16, um dia após a fazenda do ex-deputado estadual Ricardo Bacha ser ocupada, a Justiça Federal determinou que os terenas deixassem ou fossem retirados da área. Como os índios resistiram, o mesmo juiz suspendeu o cumprimento do mandado a fim de que Bacha e os índios tentassem chegar a um acordo. A conciliação não aconteceu e o juiz renovou a ordem de desocupação. O Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) só foram informados de que a Polícia Federal (PF) iria retirar os índios da fazenda quando a operação policial já estava em curso. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a fazenda fica no interior da Terra Indígena Buriti, declarada pelo Ministério da Justiça como de ocupação tradicional em 2010. Matéria Original Correio 24h: Presidente escala ministros para operação de paz com indígenas
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