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Rodoviários de Fortaleza param em protesto por falta de segurança

A categoria decidiu paralisar as atividades por 24 horas para exigir das autoridades medidas imediatas

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29/05/2014 às 15:18 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:57 - há XX semanas
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O que era para ser um protesto pacífico contra a falta de segurança que vitima motoristas e cobradores de ônibus de Fortaleza (CE), acabou virando tumulto e provocou muitos transtornos para os moradores da capital cearense que dependem do transporte público. Ônibus foram depredados e há relatos de detenções durante a confusão nos terminais. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Polícia Civil ainda estão levantando os números de detenções. Ainda era madrugada quando os primeiros rodoviários cruzaram os braços e deixaram de circular. Alguns motoristas usaram os próprios ônibus para fechar os acessos aos sete terminais de ônibus de Fortaleza. Outros pararam próximos aos terminais, obrigando os passageiros a descer e seguir viagem a pé. A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) acionou o plano de contingência, que prevê o reforço da guarda municipal nos terminais para tentar evitar depredações. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), que é filiado a Conlutas, a categoria decidiu na última quarta-feira (28) que paralisaria as atividades por 24 horas em protesto contra a falta de segurança e para exigir das autoridades medidas práticas imediatas. Os profissionais já vinham cobrando melhorias nas cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho relativas à segurança no trabalho. A gota d'água para que deflagrassem a paralisação de hoje foi o ataque a três trabalhadores em menos de 24 horas. O motorista Francisco Erivaldo foi esfaqueado durante um assalto na noite dessa quarta-feira e morreu nesta quinta-feira (29) cedo. A Polícia Civil confirmou a apreensão, hoje, de um adolescente de 13 anos que assumiu a autoria do homicídio. O cobrador do mesmo ônibus, Francisco Carneiro, também foi esfaqueado e continua internado no Hospital Instituto Doutor José Frota. Uma terceira vítima, também motorista, já havia sido esfaqueada na terça-feira a noite, também durante uma tentativa de assalto. De acordo com o presidente do Sintro, Domingos Neto, cerca de 70% da categoria aderiu a paralisação e apenas parte das linhas que não passam por um dos sete terminais municipais continua circulando normalmente. “Não temos segurança nem para os rodoviários, nem para a população em geral. Vamos voltar a circular a partir das zero hora desta sexta-feira (30), mas continuaremos cobrando mais segurança”, afirmou Neto à Agência Brasil, garantindo que a paralisação não tem nenhuma relação com o fato de a categoria estar em meio às negociações da Convenção Coletiva de Trabalho. Ontem (28), representantes dos sindicatos dos trabalhadores e das empresas de ônibus se reuniram na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego para negociar os termos do novo acordo. Os rodoviários reivindicam aumento salarial de 18%; cesta básica de R$ 120; vale-alimentação no valor unitário de R$ 12. O Sindiônibus, patronal, por sua vez, oferece 5,8% de aumento. A Agência Brasil entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), mas não conseguiu conversar com nenhum de seus diretores.

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