Um segundo vídeo do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Morro da Barão, na Praça Seca, entre os dias 21 e 22 de maio, foi divulgado neste domingo pelo programa “Fantástico”, da TV Globo. As imagens mostram a jovem sofrendo abuso e tentando reagir. — Não o quê, pô? — diz um dos agressores na gravação. — Ai! — grita a adolescente. O vídeo foi encontrado por policiais no celular de Raí de Souza, de 22 anos, que está preso preventivamente, acusado de ser um dos autores do crime. Ele havia dito em depoimento que jogara o telefone fora por medo de se comprometer. No entanto, a delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), suspeitou da versão e, com mandados de busca para endereços que o suspeito frequentava, conseguiu localizar o aparelho. Segundo o “Fantástico”, no celular também há áudios revelando que traficantes obrigaram moradores a fazer um protesto, negando ter havido o estupro coletivo. A perícia no aparelho de Raí deve ficar pronta nesta segunda-feira. Com a análise do celular, os investigadores poderão saber se foi ele que divulgou na internet o primeiro vídeo da adolescente estuprada por vários homens. Ele havia dito que o aparelho era seu, mas que as imagens haviam sido registradas por Jefinho. Seria dele também a voz de homem debochando da situação da adolescente, que estava nua e desacordada. A divulgação desse tipo de imagem é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, a gravação mostra que a vítima teve suas partes íntimas tocadas, o que configura estupro. JOVEM FOI DUAS VEZES ATACADA Para investigadores do caso, o celular pode conter fotos que ajudem a identificar Jefinho, que se encontra foragido. De acordo com a polícia, a adolescente sofreu dois estupros coletivos, em momentos distintos e praticados por grupos diferentes. Na manhã de sábado, ela teria sido deixada sozinha em uma casa na parte baixa do morro, depois de ter relações com Raí. Descoberta por traficantes, a adolescente, que estava inconsciente, foi levada para a parte alta da favela, onde fica uma casa conhecida como “abatedouro”, que funciona como motel do tráfico, perto da boca de fumo. Ali, cerca de nove traficantes a estupraram. Em seu depoimento à polícia, a jovem disse que acordou num local desconhecido. Ela reconheceu o traficante Moisés Camilo de Lucena como a pessoa que a segurava no momento em que despertou, cercada por vários homens armados. Na noite de domingo, a adolescente, ainda desacordada no local, foi encontrada por Raí, que, segundo a polícia, juntamente com Jefinho e Raphael, manipularam seu corpo para gravar o primeiro vídeo. Ainda esta semana, os investigadores esperam identificar todos os que participaram do estupro coletivo. Até agora, sete envolvidos foram identificados. No domingo, PMs prenderam, durante operação em comunidades da Praça Seca, o traficante Adriano Coutinho Rodrigues, de 33 anos, suspeito de chefiar a venda de drogas na Covanca. Ele tem duas passagens pela polícia.
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Redação iBahia
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