Dia dos pais. Dia da sogra. Dia da mentira. Dia até do silêncio. O que não faltam no calendário brasileiro são datas comemorativas, uma mais inovadora do que a outra, e muitas que nem sabemos sobre sua existência. Diante de tantas homenagens, há dois anos, no dia 6 de setembro, é celebrado o Manifesto pelo Dia do Sexo. A data ainda não foi oficializada no nosso calendário, porém, muitas pessoas espalhadas pelo país estão apoiando a questão que é, um tanto quanto, picante. Essa iniciativa é da empresa de preservativos, Olla, que vem disseminando essa ideia, afim de criar um dia para que o assunto seja discutido com mais liberdade e naturalidade. Acredita-se que, caso seja oficializado, o Dia do Sexo traria grandes benefícios para a sociedade, quebrando tabus e conscientizando a população sobre sua prática segura. Não é mais segredo que o sexo é tão vital para a saúde quanto comer, dormir e fazer exercícios. A Organização Mundial da Saúde o colocou como um dos quatro pilares importantes para garantir a qualidade de vida. Mesmo assim, ainda há preconceitos, machismo e receio quando se fala sobre o assunto. Grande parte da população ainda recusa-se a tratá-lo com naturalidade. ESPECIALISTA - A sexóloga Ozana Barreto acredita que a criação do Dia do Sexo não é necessária. Para ela, a questão da sexualidade não pode seguir o modismo da sociedade, e que sexo deve ser encarado de forma natural, e a criação de uma dia voltado para isso não mudaria o quadro. “A quebra de tabus e conscientização acontece de acordo com o comportamento das pessoas, elas que devem levar a isso. A sociedade evolui aos poucos, e, se hoje ainda há preconceito ao se falar sobre sexo, não será a celebração do assunto em um dia que mudará esse comportamento. Pelo contrário, o sexo pode até ser mais banalizado. Infelizmente, hoje, ou se fala sobre sexo, vulgarizando. Ou não se toca no assunto, reprimindo”, explica a especialista. Neste 6 de setembro, duas festas oficiais pelo Dia do Sexo acontecem, uma na boite Pachá, em Florianópolis (SC), e a outra na boite Privilége, em Búzios (RJ). Para que a data seja oficial, seria necessária a participação de 1% da população eleitoral do Brasil no abaixo assinado, ou seja, aproximadamente 1.200.000 assinaturas. O documento está disponível para os apoiadores no site. A estudante Jana Leão, 21 anos, está de acordo com a oficialização, mas para ela, a busca da conscientização é uma batalha de todos os dias. "A nossa geração deveria ter nascido com duas coisas acopladas ao corpo: cinto de segurança e camisinha. Acredito que hoje, o nosso acesso à informação sobre sexo é vasta, onde vamos podemos encontrar dicas e lembretes sobre prevenções. Porém, o que falta aos jovens é conscientização e responsabilidade. Pois, mesmo com toda a informação, casos de doenças e gravidez acontecem com frequência. Não sei se a oficialização do dia mudaria muita coisa, mas acredito que é melhor agir do que reagir, então, por que não celebrarmos esse dia?", opina a estudante. Com ou sem Dia do Sexo, o mais importante é que as pessoas se informem sobre os riscos, as prevenções e não temam em buscar com o parceiro (a) inovações para tornar a relação sexual mais prazerosa e saudável. O diálogo sem medo sempre é o melhor caminho. Afinal de contas, sexo é vida!
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