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CINEMA

Andréa Beltrão agrada como Hebe em filme sobre apresentadora

Quando Hebe morreu em 2012, aos 83 anos, ela já havia escrito parte importante da história da TV brasileira

Redação iBahia • 22/08/2019 às 15:38 • Atualizada em 27/08/2022 às 20:41 - há XX semanas

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A maior curiosidade do público era ver como Andréa Beltrão personificaria a Hebe Camargo, tema da cinebiografia "Hebe - A estrela do Brasil", exibido em competição nesta quarta-feira no 47º Festival de Gramado. Veredito: agradou.

Foto: Divulgação

A atriz optou por ficar no meio do caminho entre um estilo próprio de interpretação e a reprodução de trejeitos característicos de Hebe — a pronúncia bem articulada, a impetuosidade com que andava no palco, o jeito como falava o bordão "gracinha!" (Andréa imita o timbre da apresentadora com fidelidade) etc. E transitou pelas cenas dramáticas com facilidade. O filme em si, porém, não se destacou dos demais títulos em competição, a julgar pela reação da plateia.

'Momento em que ela deixa de ser boneca de palco'

Quando Hebe morreu em 2012, aos 83 anos, ela já havia escrito parte importante da história da TV brasileira e se consolidado como uma das maiores apresentadoras do país, deixando uma vasta biografia a ser explorada. Mas o longa, dirigido por Maurício Farias, foca em seu embate contra a censura e o conservadorismo no apagar de luzes da ditadura militar, enquanto lida, em casa, com um casamento tóxico com um marido rico e extremamente ciumento.

— Eu reuni mais de três mil reportagens de jornais sobre a Hebe — diz a roteirista Carolina Kotscho sobre a fase de pesquisa. — Escolhi focar nessa parte da vida dela porque foi o momento em que ela deixa de ser uma boneca de palco para ganhar voz. Não se conteve mais, sabia que tinha responsabilidade de lutar contra a censura. As falas dela no filme estão todas documentadas.

A cena de abertura já dá o tom, retratando o encontro entre o produtor Walter Clark, da rede Bandeirantes, e um censor do governo, que ameaça revogar a licença pública do canal caso Hebe continue recebendo figuras consideradas "liberais demais" (gays, por exemplo) em seu famigerado sofá. Ela, claro, bate o pé. "Qual o problema de ser bicha?", responde aos questionamentos. E segue convidando ao programa quem ela quer, quase como provocação.

Para o diretor Maurício Farias, Hebe era tudo menos fútil. — Eu tinha uma visão distante da Hebe, não via via SBT. Lendo sobre ela descobri uma pessoa complexa. Era conservadora, nunca militou pela esquerda. Tem gente que continua vendo ela como uma pessoa simples. Não é o caso — diz o cineasta.

Este enfoque permite ao roteiro de Carolina Kotscho listar várias participações ao longo de quase duas horas de projeção. Dercy Gonçalves (interpretada por Stella Miranda) aparece mostrando os seios. Roberta Close (Renata Bastos) explica o que é sentir-se mulher. Silvio Santos (Daniel Boaventura) negocia a contratação de Hebe para o SBT. Roberto Carlos (Felipe Rocha) canta "Emoções" para uma Hebe cheia de lágrimas nos olhos. E por aí vai.

Há também atenção para as preocupações sociais de Hebe. Quando seu cabeleireiro e amigo morre de Aids, ela leva ao programa um especialista para falar sobre AZT, droga pioneira no tratamento da doença. Indignada, mostra ao vivo a capa de um jornal noticiando o recesso antecipado de parlamentares. Nos bastidores, diz que "o povo não quer ver só peitinhos num momento em que a inflação está em alta e metade da população passa por dificuldades".

O filme chega às salas de cinema no dia 26 de setembro.

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