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Em 2012, pela primeira vez, o Brasil ficou entre os dez países estrangeiros de maior bilheteria para os filmes americanos, de acordo com o relatório anual divulgado pela Motion Picture Association of America (MPAA). Na lista, que computa separadamente dados do mercado interno (Estados Unidos e Canadá) e os do resto do mundo, o Brasil aparece em décimo lugar entre os dez maiores polos da bilheteria internacional, com faturamento de US$ 800 milhões no ano passado. A lista é encabeçada pela China, onde a arrecadação chegou a US$ 2,7 bilhões.Em segundo lugar, o líder do ano anterior, o Japão, com US$ 2,4 bilhões. A seguir, Reino Unido e França. Em ambos, a arrecadação foi de US$ 1,7 bilhão. Ao todo, o mercado externo para os filmes de Hollywood chegou à marca de US$ 23,9 bilhões. Na China, o crescimento da bilheteria dos filmes americanos foi de 36% no ano passado. Números de impacto, que garantiram à região da Ásia/Pacífico um total 15% maior que o de 2011 e nada menos que 53% maior que o de 2008, há meros cinco anos. O crescimento neste período, contudo, é menor que o da América Latina. Encabeçada pelo Brasil, a região cresceu 73% em relação a 2008. Do ano passado para cá, o crescimento foi de 6%. O terceiro lugar dividido por Reino Unido e França não dá a dimensão da situação na Europa. A região, cujos resultados a MPAA contabiliza junto aos de Oriente Médio e África, num único bloco, foi a única cuja bilheteria decresceu, de US$ 10,8 bilhões em 2011 para US$ 10,7 bilhões em 2012. A queda foi pequena, de 1% – mas, segundo a associação, deve-se principalmente aos maus resultados registrados em mercados europeus anteriormente fundamentais, como Itália, Espanha e a própria França.
Quem tem mais razões para comemorar, no entanto, são os próprios Estados Unidos. Depois de um 2011 desanimador, com queda de público e de renda, 2012 registrou um crescimento de 6% nas rendas domésticas, de US$ 10,2 bilhões para US$ 10,8 bilhões. Mais animador foi o fato de que o preço médio do ingresso se manteve estável, ou seja, o crescimento se deve a aumento real de público, com 1,36 bilhão de ingressos vendidos. O 3D também não pode ser creditado como fator no crescimento, pois sua bilheteria se manteve no mesmo patamar (US$ 1,8 bilhão). Com a soma dos resultados domésticos e internacionais, chega-se a US$ 34,7 bilhões de bilheteria global, um aumento de 6% em relação a 2011. *
por Jaime Biaggio do Filme B.