Confira crítica cinematográfica de filme sobre Keith Richards

Sinopse: Um retrato sobre Keith Richards que nos leva a uma jornada para descobrir a gênese do seu som como letrista, guitarrista e show man.Anos atrás li a biografia Vida de Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones e, nas quase 700 páginas, o artista conseguiu me convencer que a banda além de ser muito legal tem uma relevância muito grande na história em seus 50 anos de existência, fora que Richards é muito bom no que faz. E ao ver o documentário Under the Influence, infelizmente, percebo o potencial que o documentário perde, ainda que seja fascinante.Mas calma: eu não quero erroneamente – e obviamente – comparar o filme com a biografia, mas até para quem não degustou o livro é perceptível que o documentário dirigido por Morgan Neville que é envolto por tantos projetos musicais (Ray Charles America, Pearl Jam Twenty, Search and Destroy: Iggy & The Stooges’ Raw Power, Johnny Cash’s America entre outros) deu essa “semi bola fora”.O documentário abrange o período pós-lançamento do livro de Keith, em um período em que os Rolling Stones deram uma pausa (2007) e o “bichinho musical” pegou o guitarrista de jeito, levando-o a gravar algumas músicas com seus amigos e integrantes de sua banda solo gerando o álbum Crosseyed Heart (2015).Keith revela suas grandes influências musicais no decorrer da sua vida, fazendo um paralelo histórico entre alguns poucos momentos dos Rolling Stones e a gravação em estúdio: o filme divide-se organicamente em três áreas como um mini Road Movie, partindo de Nova York para Chicago (onde Richards expõe todo seu fascínio pelo Blues e como os Stones beberam dessa água) e Nashville (onde o músico fala da influência do country e os personagens desse estilo). Ainda fica um pequeno espaço para o Reggae (presente no período que o artista viveu na Jamaica) e um pouco de música clássica, representado por Mozart.Neville, em conjunto com o diretor de fotografia Igor Martinovic (What Happened, Miss Simone?) criam um “magic hour” nos momentos inspirados, criando uma aura nostálgica e videoclíptica nas jam sessions; o problema é que todos os momentos acompanham flare; rima visual que torna-se forçada como um musical em que o espectador percebe a deixa para a parte cantada.Ao longo dos minutos que compõem o doc, Under The Influence tenta abraçar toda a arqueologia musical de Keith (utilizando a referência de Tom Waits para Richards) mas, infelizmente, é muito pouco tempo resultando em pouca (mas organizada) influência e pouco Richards. Apenas o gostinho.