No dia 22 de agosto de 1981, morria o cineasta, ator e escritor baiano Glauber Rocha, na Clínica Bambina, no Rio de Janeiro, depois de ter sido transferido de um hospital de Lisboa, capital de Portugal, onde permaneceu internado por 18 dias, vítima de septicemia - um choque bacteriano, provocado por broncopneumonia que o atacava há mais de um mês.
Na época, Glauber residia há meses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, e se preparava para fazer um filme, quando começou a passar mal. O filho mais incrompreendido da cidade de Vitória da Conquista, situada no sudoeste baiano, ganhou o mundo levando consigo o lema "uma câmera na mão, uma ideia na cabeça". Crítico, pensador, cineasta reconhecido mundialmente, diretor de um dos melhores filmes da história do cinema brasileiro, porta-voz do Cinema Novo. Há 30 anos, Glauber encerrava precocemente sua polêmica carreira, aos 42 anos. Ainda hoje, ainda faltam palavras para definir o papel que o artista desempenhou no cinema brasileiro e mundial. Sua obra complexa e provocadora continua intrigando pesquisadores, críticos, cineastas e cinéfilos.Pelo Facebook, familiares e admiradores de Glauber homenagearam o artista, hoje: "30 anos com meu pai presente na minha vida, na minha memória, na minha história, no meu desejo diário, sempre vivo no meu coração e no coração do brasil", Ava Rocha, cantora e atriz, filha de Glauber Rocha. "Eu tive o privilégio de conviver com este ser único...o mais importante artista revolucionário que este país produziu...um homem da estirpe de um Castro Alves, Maiakosviski, Nietzsche, Chê". Ricardo Sant´Anna Reis, amigo. "Glauber cada vez mais vivo, cada vez mais lúcido, cada vez mais claro. Glauber me ajuda a pensar politicamente, esteticamente, filosoficamente", Rodrigo Guéron, professor adjunto do Instituto de Artes UERJ. Arte e política Como porta-voz do Cinema Novo, Glauber Rocha influenciou cineastas latino-americanos e foi um dos precursores do conceito de mostrar na tela a realidade política, indo contra a censura, a comercialização e a exploração. O diretor brasileiro foi capaz de lidar com a experimentação estética de vanguarda em diversos níveis – do roteiro e da fotografia ao trabalho literário com a palavra e experiências de montagem radicais – chocando com suas imagens da pobreza e da fome.
Glauber Roch , um dos últimos artistas de vanguarda do Brasil |
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