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A gargalhada de Bethânia

Esse texto é sobre um encontro. É um texto sobre o dia em que, sem querer, arranquei uma gargalhada de Maria Bethânia, nossa eterna Abelha Rainha

Ricardo Ishmael • 08/03/2024 às 7:00 - há XX semanas

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Esse texto é sobre um encontro. Não qualquer encontro, obviamente. É um texto sobre o dia em que, sem querer, arranquei uma gargalhada de Maria Bethânia, nossa eterna Abelha Rainha. A foto dessa gargalhada foi tirada em 8 de agosto de 2016, o dia do meu aniversário.


				
					A gargalhada de Bethânia
Esse texto é sobre um encontro. É um texto sobre o dia em que, sem querer, arranquei uma gargalhada de Maria Bethânia, nossa eterna Abelha Rainha. Foto: Déa Márcia

Eu estava de férias em São Paulo e, a convite da produção de Bethânia, fui prestigiar a gravação do DVD “Abraçar e Agradecer”, um registro dos 50 anos de carreira da artista. O HSBC Brasil estava lotado, como é de se imaginar.

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Depois do show apoteótico, uma multidão de fãs correu até uma porta lateral que acessava a área dos camarins. Aglomeração, seguranças agoniados, gente querendo furar o bloqueio de todo modo. Vi aquela cena e desanimei. Por mais que eu desejasse, seria impossível falar com Bethânia naquela noite frenética.

Eu me preparava para deixar o teatro quando senti uma mão me segurando com firmeza. Fui puxado para um canto. Me virei. Era Josinha Pacheco, uma amiga de longa data. Ela me convidava para ir ao camarim de Bethânia.

Pensei duas vezes. Sabia da confusão que lá estaria, e da espera que teria que enfrentar para conversar uns poucos minutos com a estrela. Fui convencido por uma frase: “Vai perder a chance de abraçar sua ídola no dia do seu aniversário?”


				
					A gargalhada de Bethânia
A gargalhada de Bethânia. Foto: Felipe Souto Maior/AgNews

Fomos. Uma fila gigante dava voltas no corredor do camarim. Ali estavam fãs anônimos, de todo o Brasil, e outros famosos, gente que só via pela TV. Chico César, Ary Fontoura, Claudia Jimenez. Devo a minha entrada rápida no camarim a um grito brincalhão de Astrid Fontenelle. Sentada no braço de um sofá, ela berrou aos nos ver chegar: “Lá vem esse povo da Bahia...”

“Se é da Bahia, pode entrar!” Foi a resposta que veio de dentro do camarim. E lá fomos nós, furando fila, na direção de Bethânia.

Dentro do camarim de Bethânia

Ela estava em pé, de branco, como de costume, ao lado da tradicional cadeira branca e dos objetos que leva consigo onde quer que vá: o espelho dourado, as fotos da família, o retrato de Mãe Menininha do Gantois.

Ao lado de Bethânia estavam as pessoas de (quase) sempre: Ana Basbaum, Bia Lessa, a diretora do show, Kati de Almeida Braga, Déa Márcia e... Caetano Veloso! O mano saía do banheiro do camarim no exato momento em que eu me encaminhava a Bethânia. Caê faz aniversário um dia antes de mim, e esse foi o assunto que puxei tentando disfarçar a timidez.

Bethânia me parabenizou e, na sequência, quis saber se eu já havia feito os meus pedidos ao Universo. Foi a deixa que eu precisava. Disse que sim, e um deles era ter a chance de vê-los, ela e Caetano, jutos num palco, num show inteirinho deles, como haviam feito em 1978 no Teatro Santo Antônio (hoje Teatro Martim Gonçalves) em Salvador.

Bethânia caiu no riso. Confesso que não entendi o motivo da gargalhada. Teria dito algo engraçado? Seria absurdo demais querer ver os irmãos santamarenses num show inteirinho deles?

Nos abraçamos. Saí do camarim pensativo. Fui comemorar o meu aniversário num barzinho qualquer da Paulista, ainda inebriado pela atmosfera do camarim. Hoje, oito anos depois, diante da confirmação da turnê dos irmãos, concluo que o Universo não brinca em serviço.

Imagem ilustrativa da coluna Clube do Livro
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