Os estudos mais longos já feitos sobre a vida humana, como um da Universidade de Harvard, que acompanha pessoas há mais de oito décadas, chegam a uma conclusão clara: o que mais contribui para a felicidade, especialmente na velhice, não é dinheiro, status ou desempenho. São os relacionamentos. Os bons relacionamentos. Ter com quem contar. Vir junto. Se sentir parte de algo maior.

Essas conexões aumentam muito o que chamamos de bem-estar subjetivo ou, de um jeito mais simples, a nossa felicidade.
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Mas me diz: será que você sente isso no seu dia a dia? Porque aqui mora o paradoxo. Vivemos numa era de hiperconectividade, de inteligência artificial e do ChatGPT respondendo tudo num piscar de olhos. E, ainda assim, nunca estivemos tão desconectados uns dos outros.
Talvez você também esteja vivendo isso, relações que parecem promissoras, mas escorregam na primeira dificuldade. Gente que some. Conversas que mal começam e já acabam. Isso porque ninguém nos ensinou a conversar de verdade. A sustentar uma conversa difícil sem fugir. A ser vulnerável sem sentir que está perdendo valor. A crescer junto de alguém. A partilhar a vida sem medo.

No consultório, escuto cada vez mais histórias de pessoas rodeadas de contatos, seguidores, redes, mas que se sentem invisíveis no meio de tanta exposição. A gente manda “kkkkkk” no WhatsApp, mas, por dentro, só quer um colo. Ou alguém que aguente nosso silêncio também.
E sabe o que isso gera? Uma geração que não sabe se relacionar direito. Que idealiza relações sem conflito, confundindo ausência de atrito com maturidade. Que toma como referência os relacionamentos editados das redes sociais. Que tem medo de amar, se entregar, se machucar.

Me responde: com quem você conta? Quem é a primeira pessoa que você liga quando tem uma notícia boa? ou uma ruim? Você se sente confortável sendo vulnerável com alguém?
Não importa o quanto você conquistou. O que vai realmente pesar é quem esteve ao seu lado nos seus momentos de vitória e, mais ainda, quem permaneceu quando tudo parecia difícil.

Em tempos em que tudo parece ser sobre produtividade e performance, fazer do afeto uma prioridade é quase um ato de resistência.
Vá por mim, não é sobre ter mais gente. É sobre ter as pessoas certas. E ser também alguém em quem se pode confiar de verdade.
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