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COPA 2022

Copa de 1954: a glória chega com Mané e Pelé

Depois do trauma vivido com a perda da Copa aqui no país em 1950, a seleção brasileira foi para a Copa seguinte na Suíça em 1954

Redação iBahia • 26/09/2022 às 15:23 • Atualizada em 27/09/2022 às 15:14 - há XX semanas

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					Copa de 1954: a glória chega com Mané e Pelé

Para entrar no clima da Copa do Mundo, que acontece de 20 de novembro a 18 de dezembro no Catar, a série ‘Baú dos Mundiais’, produzida pelo jornalista Paulo Cézar Gomes, da Bahia FM, vai trazer memórias das edições anteriores da Copa do Mundo, com foco na seleção brasileira. No iBahia, você encontra o texto na íntegra.

Em cada episódio um tema será o foco. Coisas como: as grandes vitórias; as maiores rivalidades; os nossos maiores artilheiros e craques; quem foram os nossos técnicos campeões; os clubes que mais deram mais jogadores ao longo de todos esses tempos para o nosso selecionado; os jogadores baianos que vestiram à amarelinha nas copas; os jogos históricos; as nossas inesquecíveis vitórias e por que não, as nossas maiores dores.

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Confira o texto do terceiro episódio:

Depois do trauma vivido com a perda da Copa aqui no país em 1950, a seleção brasileira foi para a Copa seguinte na Suíça em 1954, totalmente desestimulada e sem acreditar nas suas forças para tentar conquistar o seu primeiro mundial. Tentávamos esquecer tudo e enterrar o passado. Aposentamos em definitivo a camisa branca usada nas copas anteriores e pela primeira vez usamos em um mundial, a amarelinha com as golas verdes que permanecem hoje.

A grande favorita era a Hungria do gênio Ferenc Puskas. Seleção que dois anos antes foi medalha de Ouro na Olimpíada de Helsink na Finlândia. Uma equipe com um ataque arrasador, de futebol objetivo, rápido e letal que fulminava todos adversários que cruzavam o seu caminho: 9x0 na Coréia do Sul, e pasmem, 8x3 na poderosa Alemanha Ocidental. Pena que a seleção brasileira também foi uma de suas vítimas...

Depois de batermos na primeira fase o México por 5x0 e de empatarmos com a Iugoslávia em 1x1, avançamos para a fase seguinte e pegamos justamente os húngaros. Vitória deles. Com apenas sete minutos de jogo, já tinham feito 2x0. Final 4x2 e depois outra batalha, dessa vez com quase todos os jogadores trocando socos, pontapés e safanões. É   Emblemática a imagem do polido e educado treinador brasileiro Zezé Moreira, dessa vez nervoso e envolvido na pancadaria com tamancos na mão tentando acertar os gringos.  A briga entrou para a história  como  como “A Batalha de Berna”. 

Na semifinal a Hungria ganhou do Uruguai por 4x2 e na final, os húngaros, favoritíssimos, perderam para a Alemanha em um jogo surreal. Com apenas 8 minutos de bola rolando, a Hungria fez 2x0. Depois um milagre acontece com a Alemanha diminuindo, empatando e no segundo tempo fazendo o 3x2 em uma virada tida como praticamente impossível. Eram de novo os deuses do futebol entrando em campo e fazendo um favorito sucumbir na final, como fizeram quatro anos antes no Maracanã com Uruguai x Brasil.

Mas o destino guardou a primeira glória brasileira em copas, quatro anos depois na Suécia. Um grupo mais forte e talentoso sob o comando de Vicente Feola, técnico do São Paulo Futebol Clube foi selecionado. O time-base montado por ele tinha: Gilmar do Corinthians; Djalma Santos da Portuguesa de Desportos que machucado cedeu o lugar a De Sordi do São Paulo (mas que voltou a titularidade já recuperado no jogo final); Bellini e Orlando do Vasco; Nilton Santos do Botafogo; Zito do Santos e Didi do Botafogo; Na ponta-direita Joel do Flamengo; na ponta-lança Dida do Flamengo; Mazolla do Palmeiras (depois ganhou a vaga Vavá do Vasco) e Zagallo, ponta do Botafogo.

Tínhamos um baiano no grupo dos 22 jogadores. Era o zagueiro reserva, Zózimo do Bangu, nascido em Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

Mas o destino quis interferir na escalação do nosso time e no desfecho da Copa. Dessa vez na escalação do nosso selecionado. Os craques e líderes do time Zito, Didi e Nilton Santos  “buzinaram” nos ouvidos do técnico brasileiro sugerindo que duas mudanças fossem feitas para que a equipe  melhorasse e engrenasse. Feola, aceitou as sugestões e aí tudo foi festa com a entrada de Mané Garrincha do Botafogo na ponta direita  e do menino Pelé, de apenas 18 anos, do Santos, na posição de Dida. 

A máquina ficou azeitada!

Estreamos dando 3x0 na Áustria; Na sequência empatamos em 0x0 com a Inglaterra e aí já com Garrincha e Pelé de titulares, batemos a fortíssima e temida União Soviética por 2x0 com dois gols do centroavante Vavá em dois cruzamentos idênticos de Garrincha na linha de fundo da ponta-direita. Vítima seguinte: País de Gales. 1x0, gol do menino Pelé, por sinal, um golaço com a marca e o jeitão de quem seria dono de uma “ refinada grife” de um futuro rei do futebol. O time se entusiasmava, crescia e na semifinal, praticava um massacre de 5x2 na França com um de Vavá, outro de Didi e três (três!) de Pelé!

Na final, outra consagração e repetição do espetacular placar de 5x2, dessa vez nos donos da casa, a Suécia.

Os gols do nosso tão esperado título marcados por Vavá duas vezes, Zagallo, e de novo o menino, apresentado ao mundo como “sua majestade do futebol”, Pelé I e único, que marcou mais dois.

Brasil campeão! O pais explode de alegria e orgulho! Carnaval do Oiapoque ao Chuí! Nos juntávamos ao Uruguai, a Itália e a Alemanha no Olimpo dos grandes do futebol. Ganhávamos a admiração e o respeito do mundo, sepultávamos o trauma de 50 e o chamado “complexo de vira-latas”, tão sabiamente sacado pelo gênio Nelson Rodrigues. E colocávamos nossa marca definitiva de futebol-arte através principalmente de Didi (escolhido craque da Copa), de Garrincha e de Pelé. Esses dois jogando juntos a partir daí, nunca perderam uma partida sequer pela seleção . Foram 30 jogos em 08 anos. Quando empatamos 04 vezes e vencemos 26.

A benção, Mané, a benção, Pelé. Com vocês, finalmente a glória!

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