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Tia Má defende Davi no 'BBB 24': 'Poderia ser meu filho'

Jornalista Tia Má está curtindo o Carnaval de Salvador no Camarote Expresso 2222, localizado no circuito Dodô (Barra/Ondina)

Mayra Lopes • 11/02/2024 às 21:44 - há XX semanas

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A jornalista Tia Má está curtindo o Carnaval de Salvador no Camarote Expresso 2222, localizado no circuito Dodô (Barra/Ondina). E em entrevista ao iBahia, a baiana falou sobre a situação que o participante Davi vivenciou nas últimas horas, incluindo o desejo de desistência do reality show.


				
					Tia Má defende Davi no 'BBB 24': 'Poderia ser meu filho'
Tia Má no Camarote Expresso 2222. Foto: Lucas Sales / iBahia

Ela começou dizendo que é fã do programa e que Davi não era o favorito dela, mas que o comportamento dos participantes contra Davi a sensibilizou e muito.

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"Eu sou BBBzeira, BBBzeira real...Carnaval, inclusive se alguém me ver no celular, provavelmente eu estou no Twitter querendo acompanhar o que está acontecendo. E aí Davi começou, ele não era meu favorito, eu sempre procuro torcer por mulheres pretas, alguém que eu olhe me identifique, mas Davi parece com meu filho, sabe?! A diferença de idade inclusive é muito pouca, são seis anos de diferença, Davi poderia ser meu filho. E quando eu olhei para aquele menino, eu falo e me dá vontade de chorar de novo, e ver aquele menino sendo rejeitado, eu não estou dizendo que Davi não errou não, ele usou uma expressão que a gente usa muito aqui, mas que de fato é uma expressão homofóbica, mas ele passou a ser tratado como alguém que deveria ser eliminado. E não é só eliminado do jogo, mas eliminado do convívio, sabe?", começou ela.

Tia Má fez uma análise sobre o foco dos brothers na eliminação de Davi. "Ele passou a ser rejeitado, é como se nada que ele fizesse a partir de agora pudesse recuperar a dignidade dele. Então, quando ele fala que ele quer sair, que não vale mais a pena, eu lembrei de meu filho e lembrei também de mim, de quantas vezes a gente está num ambiente hostil e que a gente fala assim: 'eu não posso mais continuar aqui'. Eu já saí de emprego porque eu não suportava ser maltratada. Ser maltratada, ser visto como alguém que não deve ter nenhum tipo de relação é muito doloroso, porque ele mesmo percebeu que todos os outros participantes que estavam se relacionando com ele, estavam se tornando um alvo também. E isso acontece, eu sempre digo que acontece no jogo e acontece na vida", explicou a jornalista.


				
					Tia Má defende Davi no 'BBB 24': 'Poderia ser meu filho'
Foto: Reprodução/ TV Globo

Tia Má interagiu com o repórter Lucas Sales durante a entrevista e falou sobre o racismo que Davi vive e dos impactos que isso pode causar na saúde mental.

"Você é um homem negro, você já deve ter sido 'Davi' em algum momento. E quando ele fala, eu já vim de água no balde na Lapa, ele sabe o que é ser invisibilizado. Mas chegou num momento que o tipo de rejeição foi tão grande que nem a experiência dele como ambulante, e que já a gente já sabe que é maltratado na sociedade, deu a ele força para continuar porque chega um momento que até o nosso choro deixa de comover. As pessoas querem decidir pela gente o que comove, o que não comove. Sempre vai ter alguém que vai dizer que a nossa dor é 'mimimi'."

Por fim, Tia Má disse que espera que Davi se fortaleza e continua bem na casa mais vigiada do Brasil. "Eu espero que Davi saia de lá fortalecido não só financeiramente, economicamente, mas com a mente sã. Porque o racismo quando ele não mata na bala, ele mata nossas emoções. É por isso que a gente chora, é por isso que qualquer pessoa preta que tem um nível de consciência, hoje em dia ela tá adoecida, ela precisa de uma terapia, ela precisa tomar um ansiolítico, porque é isso que acontece com a gente. E que ele não sucumba, como vários meninos pretos terminam sucumbindo. Porque a gente termina, às vezes, cedendo ao sistema porque é doloroso continuar nesses lugares."

50 anos do Ilê Aiyê


				
					Tia Má defende Davi no 'BBB 24': 'Poderia ser meu filho'
Tia Má no Camarote Expresso 2222. Foto: Lucas Sales / iBahia

A jornalista acompanhou na noite de sábado (10), a saída do bloco Ilê Aiyê no bairro do Curuzu. Ela destacou que é sim importante destacar o primeiro bloco afro do Brasil ao completar 50 anos. Mas, que isso pode ser um start para outros incentivos. Além disso, ela falou sobre o surgimento do Ilê como bloco de resistência.

"Bom, nesses 50 anos de Ilê Aiyê, o primeiro floco afro do Brasil e que surge, na verdade, da alternativa da resistência, porque enquanto pessoas pretas não poderiam sair nos blocos tradicionais, mãe Ilda, como uma boa mãe preta - que é o que eu sou também, foi lá e não excitou de ir para a rua junto com seus filhos para que eles pudessem se divertir. Porque às vezes a gente esquece que o Ilê é uma história muito bonita, mas que ela surge da dor, da dor da exclusão. Só que de repente você vai lá e faz meio século, meio século de resistência, mas também de resiliência, porque ainda que o Ilê esse ano seja o tema central "Salvador, capital afro" poucos são ainda os incentivos financeiros que esses blocos afro recebem", começou ela.

"Que essa data seja também um momento de ter essa mudança, que esses blocos afro possam atrair cada vez mais investimentos, porque não adianta você dizer que apoia, mas não fortalecer financeiramente. Eu faço questão de ir lá para o Ilê, comprar a minha fantasia, sabe? Porque esses blocos, eles não fazem apenas Carnaval, eles fazem toda uma mudança estrutural naquela comunidade, sabe? Eu sempre digo, só existe Maíra Azevedo, porque existiu o Ilê, porque eu posso beber na fonte dessas músicas, entender o que está sendo dito, foi como eu disse ontem várias vezes. Eu nunca quis ser princesa, meu sonho era ser deusa, deusa do ébano, eu tinha ali na minha infância um referencial de beleza que eu não vi em nenhum outro lugar a não ser no Ile Aiyê", finalizou.

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