O lançamento da primeira edição do Festival 'Flimina' movimentou a capital baiana nesta sexta-feira (8). O evento, que segue até o sábado (9), celebra o protagonismo feminino na literatura e discute temas como equidade de gênero, desafios ambientais e produção de conteúdo digital. Tudo acontece na CAIXA Cultural de Salvador, localizado na Av. Carlos Gomes.
A festa prioriza a mulher na literatura, seja como autora, professora, pesquisadora, leitora, booktuber, influencer e outras profissionais da área. A jornalista, pesquisadora e curadora do evento, Edma de Góis evidenciou esse objetivo:
Leia também:
"A importância de ter mulheres escrevendo, mulheres produzindo outras linguagens além da literatura, é que a gente amplia as perspectivas sociais, a gente amplia as possibilidades da gente construir outros imaginários que não aqueles feitos apenas pelos homens. Então, não se trata simplesmente de um número e de um percentual que a gente quer que aumente, mas efetivamente vai fazer uma diferença do ponto de vista da representação. Então, quando mulheres escrevem e elas escrevem sobre tudo, sobre diversos temas e não só temas estereotipados como temas femininos, a gente amplia essa possibilidade de representação feminina também dentro dos textos."
Amanda Santana, coordenadora de produção da Bahia Eventos, também ressaltou a importância desse reconhecimento e protagonismo. "A ideia de protagonizar as mulheres na literatura veio da observação, da quantidade de mulheres no mundo da literatura, não só como consumidoras mas como escritoras e ilustradoras. Então, a ideia de trazer um evento que dá um protagonismo para as mulheres, para tratar de eventos atuais, como desigualdade de gêneros, conteúdos digitais, é importante."
Durante o evento, os debates reunirão nomes como da escritora e ativista baiana Jovina Souza, autora de O levante da fênix (2021), da jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum; da artista indígena Yacunã Tuxá; da escritora Aline Bei, autora de Pequena Coreografia do Adeus (2021); e de Karina Buhr, colunista da revista Continente e autora do livro de poemas Desperdiçando rima (Rocco, 2015).
Diversos eixos - como criação artística e literatura escrita - estarão em destaque. Bruno Portela, head da Bahia Eventos, disse que o festival se torna um marco na cidade, já que mostra a força que as autoras têm nesse mercado.
"Esse evento é muito significativo para a gente, porque a literatura tem um papel fundamental, a gente sabe disso, não precisa muita explicação do papel relevante para a nossa sociedade, e ele mostra a força que as autoras têm nesse mercado...essas pessoas que fazem a nossa cultura, que fazem a nossa literatura e que a gente fala diretamente. Hoje é um dia marcante, porque é o dia comemorativo, o Dia Internacional da Mulher, mas o que a gente faz com um evento como esse é perpetuar e mostrar que a cultura, as mulheres têm protagonismo e assim será sempre."
Vale pontuar que o festival integra a temporada 2023/2024 do Programa de Ocupação dos Espaços da CAIXA Cultural, uma iniciativa do banco para promover o intercâmbio da produção de cultura em suas unidades. O patrocínio do evento é da CAIXA e do Governo Federal, com realização da Bahia Eventos e Mirdad Cultura.
Programação do 'Flimina'
Como nascem as ficções produzidas por mulheres? Este será o questionamento da mesa que será realizada no sábado (09), às 10h, com mediação de Mônica Menezes. Intitulado de “Criar mundos ficcionais”, o momento irá reunir as Aline Bei, uma das escritoras mais proeminentes de sua geração, e Karina Buhr, artista consolidada na música e que lançou seu primeiro romance Mainá (Todavia, 2022).
No mesmo dia, às 14h, o debate será sobre a importância das plataformas digitais para formar e informar novas gerações de escritoras em todo o país. Esta conversa vai reunir dois nomes de destaque na produção de poesia e na divulgação de autoras negras na internet: a escritora Ryane Leão, autora de Tudo nela queima e brilha (2017), e a poetisa Lorena Ribeiro, criadora de conteúdo no YouTube e Instagram no projeto literário Passos entre Linhas.
Ainda no sábado (9), às 17h, a mesa “O que pode a palavra” encerra a programação da primeira edição da Flimina. Os principais eixos serão criação artística, literatura escrita por mulheres e o papel da poesia diante dos desafios no mundo. Com mediação de Fernanda Miranda, o momento vai reunir a multiartista Elisa Lucinda, e a escritora e ativista baiana Jovina Souza, reconhecida pelo trabalho em projetos de identidade e autoestima de pessoas negras.
Serviço “Flimina” – Festa das Mulheres na Literatura
- Onde? CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador/BA)
- Quando? 8 e 9 de março, das 19h às 20h30 (sexta-feira); das 10h às 18h30 (sábado)
- Ingressos? Entrada Franca | Tickets devem ser retirados pela plataforma Sympla
- Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Mayra Lopes
Mayra Lopes
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!