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MÚSICA

Baixar ou não baixar - eis a questão: saiba como a internet prejudica e ajuda artistas e consumidores

A internet é responsável por colocar à disposição boa parte das músicas produzidas no planeta

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25/05/2011 às 1:11 • Atualizada em 29/08/2022 às 18:11 - há XX semanas
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Era Digital, consumo digital. No Brasil e em qualquer parte do mundo, a internet é responsável por colocar à disposição - de maneira paga ou não - boa parte das músicas produzidas no planeta. Hoje, os populares CDs são coisas do passado e deram lugar às faixas arquivadas em computadores e nos aparelhos de MP3: a indústria da música passou por alterações, crises e reinvenções. As vendas de discos físicos, por exemplo, despencaram, o que não quer dizer que as pessoas não estejam ouvindo música. Ao contrário. Dos popstars aos cantores de barzinhos, ninguém dispensa a facilidade de pôr na rede versões virtuais das suas canções. Detalhe: isso não ocorre somente por vontade dos autores. A pirataria está aí, lembremos. Ter acesso a um disco ou faixa se tornou muito fácil: basta ter um computador conectado à internet. Contudo, todas as facilidades desse tempo multimídia geram alguns problemas para os artistas e gravadoras. Sua banda predileta, por exemplo, teoricamente não ganha nada quando você gentilmente cede o seu pendrive com os hits do momento à sua melhor amiga. Em Salvador, com a falência de estabelecimentos que comercializavam discos e CDs – a exemplo das lojas FlashPoint, Wine&Music, São Roque Discos, Na Mosca, e Aky Discos -, o famoso “direito autoral”, que tem a fiscalização como responsabilidade do Ecad - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, hoje rende poucos frutos aos compositores e artistas. Em contrapartida às perdas de arrecadação causadas pela democracia online, muitas bandas criaram estratégias espertas para transformar o público 'digital' em seu principal aliado. A nova geração que faz música na Bahia mostra-se conectada e faz uso pesado do poder das redes sociais para divulgar músicas, shows e manter contato com fãs. Para Teago, vocalista da Maglore – pop rock destaque no cenário independente baiano -, a internet foi peça chave no crescimento da banda. “As gravadoras é que não sabem mais como trabalhar as bandas de uma forma mais contextualizada. Nascemos livres”, diz. “Não temos muito acesso a rádio e TV e, como bem sabemos da dificuldade de se propagar o som nessas vias, apostamos na internet, utilizando as redes sociais de forma unificada. Criamos o site do grupo, onde existe o link para ouvir as músicas ( myspace ), ver os clipes ( youtube ) baixar o disco ( 4shared ) saber as novidades ( twitter ) e acompanhar fotos e vídeos ( orkut e facebook )”, completa. Mesmo sendo o oitavo maior arrecadador de direitos autorais no Brasil, o músico Manno Góes (ex-Jammil) é um dos apoiadores da distribuição online, mas ressalta: “quem ganha com o consumo online, por enquanto, é somente o artista, do ponto de vista de acessibilidade do seu trabalho ao público. Mas o compositor não vive de imagem nem de shows. Vive de sua música, de sua criatividade”, ressalta. Segundo Manno, a internet é um bom caminho, mas sozinha dificilmente levará a algum lugar. É preciso se destacar. “A Internet é como o museu do Louvre. Lá tem tanto quadro que acaba que você não vê nenhum. Disponibilizar gratuitamente músicas na Internet só trará resultado se esta estratégia vier acompanhada de outros mecanismos: Vídeoclips, imagens no youtube com qualidade boa de áudio e vídeo, execução em rádio, DVD, CD, shows, parcerias com outros grupos”, pontua. O que a lei acha disso?Conforme o advogado Rodrigo Moraes, o download de uma música online, não permitido pelo autor, é crime. "Os titulares de obras musicais são protegidos pela Lei de Direito Autoral (Lei 9.610/98). Os downloads gratuitos somente são permitidos quando os criadores intelectuais e demais titulares autorizam. Os downloads gratuitos (quando não autorizados) consistem em menos direitos autorais para inúmeros trabalhadores intelectuais”, explica Rodrigo que além de advogado é especialista em propriedade intelectual. Música gratuita, legalmentePara quem está acostumado a baixar músicas na internet e ficou com um pesinho na consciência (ou não), fique tranquilo. Existem várias faixas disponíveis para serem baixadas ou ouvidas, com autorização prévia das bandas e artistas. Bons e conhecidos exemplos são os sites MySpace.com, ReverbNation.com, Last.Fm, Spiral Frog e o Free Music Zilla. E há uma variedade enorme. Os poderosos da indústria da música também entraram no mundo virtual. A Somlivre.com, que tem no seu cast artistas como Luan Santana, Djavan, Maria Gadú e Xuxa, está comercializando o seu acervo pelo site oficial da gravadora. Fora do Brasil, os ingleses do Coldplay e Radiohead saíram na frente e disponibilizaram seus novos trabalhos para os fãs na internet. Pesquise o site oficial do seu artista e confira se há faixas disponíveis por lá. Um pouco de história"Que bacana que seria se todo mundo pudesse compartilhar suas coleções de músicas e baixar novos arquivos MP3 diretamente nos computadores dos outros usuários". Foi com essa ideia que Shawn Fanning criou, em 1999, a primeira versão do Napster - programa de compartilhamento de arquivos que protagonizou o primeiro grande episódio jurídico entre a indústria fonográfica e a rede de compartilhamento de música na internet. Sendo sempre associados a liberdade de divulgação de conteúdo musical online, o Napster não resistiu aos processos sofridos pelas gravadoras e foi fechado em 2001. A partir daí, a Apple passou a comercializar faixas a preços bem baratos e popularizar a venda do iPod - aparelho que armazena as músicas baixadas da internet. O uso de aparelhos semelhantes a este alavancaram o comércio digital de música e os conhecidos Kazaa e Emule criaram formas e tiveram sucesso em meio a era digital.

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