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MÚSICA

Especial Mulher: conheça a baterista e luthier Tamima Brasil

Entre as comemorações ao Dia da Mulher, o iBahia conversou com a musicista por trás da Oficina e Orquestra de Pandeiros Itapuã

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07/03/2013 às 8:13 • Atualizada em 27/08/2022 às 4:11 - há 12 anos
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Tamima Brasil em dois momentos com o pandeiro: tocando e construindo
Talvez tenha sido coisa do destino ou do DNA musical, mas o fato é que Tamima Brasil escolheu a carreira na música logo na infância. Filha de Luiz Brasil, considerado um dos maiores violonistas do país, e Analu Franca, produtora musical, Tamima tem ainda avós, tios e primos, a maioria músicos profissionais. Juntos talvez sejam a maior família musical da Bahia: o clã de sobrenome Brasil. E foi com apenas 11 anos, em meio ao burburinho de visitas ilustres que recebia em casa, que Tamima começou a prestar atenção especial para a bateria. "É o instrumento que eu sempre me interessei por ser mais rítmico", disse. Autodidata, a menina logo aprendeu a arte de tocar o instrumento e daí não parou mais. De lá para cá, já são alguns anos de estrada. Hoje Tamima é baterista, percussionista, pandeirista e luthier de pandeiros. No currículo, ela já soma inúmeras turnês, mais de 20 participações e outros tantos projetos pessoais. Carlinhos Brown, Baby do Brasil, Lucas Santtana, Jussara Silveira, Márcia Castro, Gal Costa, Gilberto Gil e Naná Vasconcelos são alguns dos artistas com quem já tocou.
"Cássia (Eller) era um grande ser humano. Era a simplicidade em pessoa".
Cássia Eller Dentre todos os artistas com quem já trabalhou, uma das pessoas mais marcantes foi Cássia Eller. "Não só grande artista, Cássia era um grande ser humano. Era a simplicidade em pessoa", contou Tamima.
Tamima de cabelos vermelhos na banda de Cássia Eller
E como foi que esse encontro aconteceu? Tamima relembrou: "Quando eu tocava com Lucas Santtana, Cássia foi a um show, gostou e me convidou". Na banda de Cássia Eller, Tamima, que fazia dupla com outra baiana, a também percussionista Lan Lan, gravou os álbuns 'Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo', o disco e o DVD Acústico MTV, o Luau MTV e o show Rock in Rio III. Ao lado do pai, tocou com Cássia durante quatro anos até a morte da cantora. E depois? "Uma crise total", desabafou. Triste com a morte de Cássia, se mudou do Rio de Janeiro para São Paulo para "respirar novos ares". E foi na capital paulista que recebeu uma proposta para voltar à Salvador. "A esposa de Pombo [Wilson Pombo da Paz, pandeirista] me doou a Oficina de Pandeiros para dar continuidade ao trabalho dele", conta. Pandeiros Com a Oficina de Pandeiros, Tamima aperfeiçoou ainda mais seu talento para a luthiaria de pandeiros e assumiu, com o irmão Yago Avelar, a coordenação do projeto. O instrumento também é o protagonista das aulas que eles dão às crianças e adolescentes de escolas públicas. "Mas acabou que pessoas de outras cidades do Brasil e de fora do país também entraram nas aulas", contou.
"É muito lindo ver uma mulher tocar. A mulher se coloca na música de outra forma"
Conquistas femininasÀ frente da Orquestra de Pandeiros e do projeto Itapuã Beat, onde pesquisa e faz experimentações sonoras sobre a música regional e popular, a artista também falou sobre as conquistas femininas na música. "É muito lindo ver uma mulher tocar. A mulher se coloca na música de outra forma", disse. E complementou: "Também é muito chato só ver homem em uma banda, né?". E revelou suas referências femininas atrás da bateria: Sheila E, Terri Lyne Carrington e Cindy Blackman. E quando o assunto é a afirmação da orientação sexual, Tamima falou sobre as mudanças que a mulher está passando no séc. XXI. "Na minha época todo mundo escondia que era gay. Hoje vejo meninas novas namorando outras meninas. Acho que quem quebrou essa lacuna foi Cássia, principalmente com a referência do relacionamento dela com (Maria) Eugênia", contou. "Acho que as coisas têm melhorado para as mulheres, mas ainda estamos numa sociedade machista e isso tem a ver com a criação dos pais. Por exemplo, por que menino não pode usar rosa? Não pode chorar?", questionou Tamima. "Temos que quebrar essa ideia de mulher. As mulheres têm que se posicionar mais", completou.

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