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MÚSICA

Ilê Aiyê revisita sua história no Carnaval dos 40 anos

Primeiro bloco afro baiano, a entidade relembrará na avenida grandes momentos de sua trajetória; a tradicional saída do Ilê acontece na noite deste sábado, do Curuzu

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01/03/2014 às 10:36 • Atualizada em 28/08/2022 às 1:03 - há XX semanas
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'Do Ilê Axé Jitolu para o Mundo - Ah se não fosse o Ilê Aiyê'. Este é o tema do bloco Ilê Aiyê para o Carnaval 2014, quando a entidade comemora seus 40 anos de história. A largada para seus festejos já foi dada com eventos, como a apresentação no 'Música no Parque' e a noite da Beleza Negra, que lotou a sede do Curuzu para a escolha da mais bela representante, aquela que já ocupa o posto de rainha: a empresária baiana Cynthia Paixão, 28 anos, eleita no dia 8 de fevereiro. Na noite deste sábado (01), acontece a abertura oficial do Carnaval para a entidade com sua tradicional saída da Liberdade. A partir daí, o primeiro afro da Bahia vai apresentar na avenida uma retrospectiva de sua trajetória.

Os desfiles no Carnaval de Salvador vão relembrar os principais acontecimentos da história do Ilê, desde sua criação no Terreiro Ilê Axé Jitolu, na Liberdade, até os dias atuais. Entre suas missões, o Ilê carrega, ao longo desses 40 anos, a bandeira de preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira. Tudo isso através de um trabalho social forte, responsável pelo fortalecimento da autoestima de toda uma comunidade, e também por meio de suas músicas. Vale ressaltar que o Ilê não foi só o primeiro bloco afro do Carnaval de Salvador, mas consolidou sua importância graças às suas composições próprias, sua musicalidade contagiante e sua estética única e colorida. “Nossas músicas contam as histórias do povo negro, trabalhamos a autoestima das mulheres e dos homens negros. E ainda tem a plasticidade.... A estética do Ilê acaba sendo um espetáculo à parte”, destaca Antônio Carlos Vovô, presidente da entidade.

Artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil foram os primeiros a gravarem músicas do Ilê Aiyê e enaltecerem a importância do bloco afro para o Carnaval e a musicalidade baiana. Daniela Mercury é outra artista que também tem uma história de aproximação e admiração pelo Ilê. Todo mundo já ouviu inúmeras vezes a cantora colocando sua voz no refrão de ‘Pérola Negra’.

Musicalmente, o bloco Ilê Aiyê conta também com um diferencial, que é a sua banda própria, a Band’Aiyê, que já revelou nomes como Beto Jamaica e Lazzo. O grupo também participou de trabalhos de outros artistas, inclusive, internacionais, como Bjork (Finlandia), Yerba Buena (Cuba - EUA), Nass Marraketh (Marrocos), Daniela Mercury (Brasil), Arto Lyndsay (EUA), Cheikh Lô Lamp Fall (Senegal), Martinho da Vila (Brasil) e Salvador Negro Amor (Brasil).

História

No Terreiro de Candomblé de nação gêge-nagô Ilê Axé Jitolu - comandado por Mãe Hilda dos Santos, falecida e substituída no cargo por Mãe Hildelice Benta dos Santos, sua filha biológica -, o Ilê Aiyê nasceu no dia 1º de novembro de 1974. A partir daí a história do Curuzu-Liberdade, também se transformou. O bairro de maior população negra do país, onde vivem cerca de 600 mil habitants, ganhava ali seu maior representante cultural e que até os dias atuais eleva o nome da comunidade e a faz conhecida internacionalmente e visitada até mesmo por famosos, como a top model Naomi Campbell, que em 2008 veio conhecer o Carnaval de Salvador e até ganhou vestes e turbante dignos de uma rainha negra.

O bloco carnavalesco pode até ter características profanas, mas carrega valores e fundamentos do Candomblé. Isso se revela no entendimento de seus integrantes sobre convivência social, respeito aos mais velhos e aproveitamento da simbologia para suas canções, toques, adereços e figurinos. Tudo isso usado em total comunhão com os principios religiosos.

Atuação social

Se no Carnaval, o que se vê na avenida é um belo bloco carnavalesco, enchendo a festa de brilho e cores, ao longo do ano, o trabalho do Ilê Aiyê está voltado para o social. Lá na Senzala do Barro Preto, na famosa Ladeira do Curuzu acontecem projetos como a Escola Mãe Hilda, fundada em 1988, e hoje com capacidade para atender 200 crianças, da alfabetização à 4ª série do ensino fundamental. No currículo, o diferencial é o ensino da cultura negra. Além disso, a entidade coloca à disposição da comunidade a Escola de Percussão, Canto, Dança e Cidadania Band'Erê, que hoje atende 100 crianças e jovens.

Outros 730 jovens a cada ano ganham novas oportunidades após passarem pela Escola Profissionalizante do Ilê Aiyê, que funciona em parceria com a Petrobrás e a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado da Bahia/Sedes. Vale ressaltar que a média de inserção é de 25% desses profissionais no mercado de trabalho. Estudantes de 17 a 25 anos, têm à disposição cursos como Informática, Ajudante de Cozinha, Dança, Estética Afro, Corte e Costura Industrial, Fabricação de Calçados e Bolsas, Operador de Telemarketing e Eletricidade Predial. Também na Senzala do Barro Preto existem uma biblioteca especializada, infocentro, estúdio musical (inaugurado no ano passado) e o grande espaço para shows, ensaios, festas e eventos.







Horizonte Mãe – Banda Circulo

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Que Bloco é Esse – Crioulo

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Adeus Bye Bye – Daúde

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