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A Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia estreia no projeto domingo e convida a harpista Rita Costanzi |
Datas comemorativas geralmente pedem números. Então, como manda o figurino, vamos lá. São 10 anos, 160 mil pessoas e quase 150 artistas. Na última década, o projeto Música no Parque manteve agenda regular de apresentações gratuitas, aos domingos, sempre às 11h. O local é o mesmo em todas as edições: o anfiteatro Dorival Caymmi, no Parque da Cidade, instalado em uma clareira, em meio a muitas árvores. Um espaço ideal para todos os públicos. Bem, feitas as apresentações, vamos para o que interessa – porque, numa festa, todo mundo quer o bolo. No próximo domingo, quem se apresenta é a Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia, o principal grupo do Neojibá – programa de formação de núcleos de orquestras e corais infantojuvenis no estado da Bahia. Um dos destaques é o solo da harpista canadense Rita Costanzi. Essa é a primeira vez que a orquestra se apresenta no projeto dominical.
Mistura - Nesses dez anos, o Música no Parque já abrigou uma gama eclética da atrações, como Nana Caymmi, Orquestra Sinfônica da Bahia, Mariene de Castro, Otto, Riachão, Lampirônicos e Vivendo do Ócio, entre outros. Em janeiro, Magary Lord atraiu o público recorde do projeto, calculado pela organização em 7 mil pessoas, aproximadamente. “Foi incrível ver aquela multidão, em um clima de paz e naquele cenário verde”, disse Magary, em entrevista concedida ao CORREIO em março. O programa que será apresentado pela orquestra do Neojibá é bastante alegre e colorido, na definição do coordenador pedagógico do projeto, o maestro Eduardo Torres, 47. “Terá uma base percussiva forte. Levamos em consideração que não nos apresentaremos em um teatro, não haverá silêncio total”, diz. O concerto inclui trechos de sinfonias de Mozart e Beethoven, entre outros. “E teremos a presença de Rita Costanzi, uma das melhores harpistas do mundo na atualidade. Solo de harpa é algo não muito usual, por ser um instrumento intimista. Mas estamos preparando uma boa distribuição de microfones no palco”, explica Eduardo. A orquestra será regida pelo maestro titular, Ricardo Castro, diretor geral do Neojibá.
Público cativo - O idealizador do Domingo no Parque, Dalmo Peres, da Caderno 2 Produções, é um engenheiro nascido e criado em Minas, mas que encontrou a realização pessoal na Bahia, na área cultural. “Via que outras cidades, como São Paulo e Curitiba, ofereciam projetos bacanas e de graça nas praças, e Salvador era carente nisso. Aliás, é carente até na existência de praças”, observa. Dalmo afirma que há um público cativo, que vai todos os domingos ao Parque da Cidade, faça chuva ou faça sol. “Temos um retorno bacana, muita gente agradecendo. E é uma mistura superlegal de públicos”, afirma. Ele lembra que o Parque fica próximo a comunidades carentes, como Santa Cruz e Vale das Pedrinhas, cujos moradores muitas vezes não podem arcar com os custos de ingressos. O projeto recebe verba pública, via Fazcultura, no valor de R$ 300 mil por temporada. Quem sempre comparece no Música é a secretária administrativa Guacyra Mattos, 36. “Ah, tenho já a carteirinha, sou sócia. O primeiro show que assisti foi o de Lazzo, em 2002, dez anos atrás”, diz. Hoje, ela costuma ir com o marido e a filha de 11 anos, que vai desde pequena. “Vou tanto que tenho até um álbum no Orkut só com fotos dos shows ao longo dos anos”, brinca.
ServiçoProjeto: Música no Parque Atração: Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia/ Neojibá, com solo da harpista canadense Rita Costanzi Local: Anfiteatro Dorival Caymmi, no Parque da Cidade Data: domingo, às 11h Ingresso: Gratuito