O melhor de “Verão 90” até aqui não tem sido a ficção, e sim a realidade que emerge das imagens de arquivo e das referências que a novela faz aos anos 1980/90. A trama das 19h vem se apoiando bastante nessas citações e, por esse aspecto, está se dando bem.
O capítulo de anteontem, marcado pelo anúncio do Plano Collor — o que confiscou a poupança e traumatizou os brasileiros —, prendeu a atenção de quem se recorda daqueles tempos. A ação foi toda construída visando essa costura com trechos de antigos telejornais.
Personagens que tinham poupado dinheiro sentiram o golpe quando a então ministra Zélia Cardoso de Mello avisou, na televisão, que, dali para a frente, só teriam 50 mil cruzeiros. Vimos imagens de William Bonner e Fátima Bernardes. E também da própria Zélia, que pareceu, aos olhos de hoje, ligeiramente hesitante (ou temerosa, será? Nunca saberemos), demorando um pouco a chegar ao ponto crucial: o da garfada nas economias da população.
Quem viveu lembra do apoio de Claudia Raia a Fernando Collor. Portanto, a interrogação se impôs logo no início do capítulo: qual será a reação de sua personagem ao tocar no assunto? A solução foi inspirada. “Nunca gostei tanto de não ter onde cair morta!”, disse Lidiane ao saber do confisco, para logo ouvir da filha que tinha ajudado a eleger o presidente. “Votei porque ele é um pão”, admitiu. Foi bom.
Porém, “Verão 90” não poderá divertir e encantar apenas com o arquivo. Será preciso uma boa história. Vale também baixar um pouco o tom e eliminar o festival de caretas do elenco em absolutamente todas as cenas.
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Redação iBahia
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