O influenciador paraibano Hítalo José Santos Silva - que ganhou fama com o nome artístico "Hytalo Santos" - foi preso nesta sexta-feira (15) em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Antes da prisão, o ex-amigo de Virginia Fonseca teria se envolvido em uma briga com traficantes do Rio de Janeiro no ano passado.

No dia 20 de outubro de 2024, o influenciador Renato Ronner afirmou que Hytalo teria sido agredido durante um baile funk na Penha, zona norte do Rio. "Hytalo Santos foi a um baile funk no RJ com sua turma e criou uma confusão com os bandidos do baile. (...) Acabou levando uma grande surra, teve os seus celulares quebrados e ainda recebeu uma ameaça de morte", disse o influencer.
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Vídeos da confusão circularam nas redes sociais, intensificando as especulações.
Segundo o portal LeoDias, Hytalo teria chegado "descontrolado" ao evento, causando confusão e chegando a arremessar uma garrafa de vidro contra uma mulher. O objeto teria se quebrado, dando início à briga.
Ainda segundo a apuração, um homem que tentou apartar a confusão levou um tapa no rosto, sendo ferido pelo anel usado por Hytalo. Em seguida, o influenciador teria agredido outras pessoas e, posteriormente, sido levado por traficantes para um local “secreto” dentro do baile.
Enquanto era retirado, Hytalo teria, conforme fontes, "passado jogando beijinhos e dando tchau", em tom de deboche aos frequentadores e à situação.
Após a repercussão do ocorrido, o influenciador se manifestou. "Tá tudo bem comigo, eu tô zen. Amo a Penha, amo o baile! Eu sou pé no chão… Não tô igual todo mundo tá achando, não tô no hospital, não tô de UTI, não tô careca e nem fui sequestrado. Muitas fakes news! E se tratando de mim, quem me acompanha já sabe, que nada vem leve", disse nas redes sociais. Ele finalizou: "Já já apareço, e no baile! Fiquem bem."

Quem é Hytalo Santos, influencer preso por tráfico humano e exploração sexual infantil

Preso nesta sexta-feira (15) em São Paulo, o influenciador paraibano Hytalo Santos tornou-se um dos assuntos mais comentados na internet após ser denunciado em um vídeo do youtuber Felca por crimes como pedofilia e exploração de menores. Aos 28 anos, ele é investigado por suspeita de tráfico humano e exploração sexual infantil.
Na véspera, Hytalo já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão. No momento da operação, ele não estava em sua mansão, que foi encontrada vazia - exceto pela máquina de lavar, que permanecia ligada. Segundo o juiz Adhailton Lacet, equipes que cumpriam o mandado foram informadas pelo condomínio de que “ele saiu com bastantes equipamentos” em um carro antes da chegada dos policiais.
O vídeo de Felca, intitulado "adultização" e já com quase 40 milhões de visualizações, expõe conteúdos publicados por Hytalo que mostram crianças e adolescentes sendo sexualizados publicamente e até mesmo envolvidos em relações e comportamentos sexuais com outros menores.
Após a repercussão, a Meta derrubou os perfis de Instagram de Hytalo e de “Kamylinha Santos” - uma adolescente de 17 anos que participava dos conteúdos e se apresentava como "filha adotiva" do acusado. Em posicionamento publicado na semana passada, Hytalo declarou já ser alvo de denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2024 pelos mesmos crimes.

Há cerca de três meses, Hytalo e Kamylinha chegaram a anunciar que ela estava grávida de Hyago Santos, irmão do influenciador e maior de idade. A gestação teria sido interrompida dois meses depois, após um aborto espontâneo.
Veja o vídeo em que Hytalo é denunciado:
Natural de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, Hytalo Santos ganhou notoriedade nas redes sociais ao “adotar” crianças e adolescentes - emancipados ou não - que chamava de "crias", expondo publicamente a convivência entre eles e outras pessoas. Esses jovens eram acomodados em imóveis onde o influenciador promovia diversos "reality shows" transmitidos online.
Com a popularização dos vídeos, que incluíam dinâmicas e "brincadeiras" de cunho sexual, outras crianças e adolescentes de diferentes estados - já conhecidos como influenciadores digitais - passaram a integrar o grupo, batizado de "Turma do Hytalo".
Kamylinha Silva foi a primeira menor a ser exposta pelo influenciador, ainda no ano de 2018, quando tinha 12 anos. Em entrevista ao podcast PodDelas, Hytalo disse que a conheceu em uma aula de dança na cidade de Bayeux (PB), onde moram até hoje.
Nos conteúdos postados pelo influenciador, bem como no vídeo de denúncia publicado por Felca, a jovem aparece tendo interações de cunho sexual com outros jovens e dançando de maneira sugestiva com pouca roupa em ambientes privados e públicos. Em um trecho, ela é vista dançando em cima do palco de uma festa, onde é filmada por adultos.
Antes do banimento da conta, Kamylinha tinha cerca de 11 milhões de seguidores no Instagram, enquanto a conta de Hytalo ostentava mais de 12 milhões de fãs. O influenciador também era responsável pelo perfil "Fartura Premiações", no qual organiza rifas e sorteios de prêmios.
Na mira da Justiça
A Justiça de Paraíba autorizou um mandado de busca e apreensão contra Hytalo Santos na tarde da última quarta-feira (13). A decisão é assinada pelo juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de João Pessoa, Adhailton Lacet Correia Porto, e atente o pedido protocolado pelo MBBP (Ministério Público da Paraíba).
Na decisão da quarta-feira, o juiz determinou a "expedição de mandado de busca e apreensão a ser cumprido no endereço do promovido [Hytalo] para apreensão de todos os aparelhos eletrônicos", como celulares, computadores, câmeras, HDs e pen drives, utilizados por ele para "a gravação, edição, divulgação de conteúdos digitais, os quais deverão ser encaminhados, posteriormente, à autoridade policial para a realização de análise pericial para extração dos dados".
O magistrado também ordenou a suspensão imediata de todas as contas e perfis de Hytalo Santos nas redes sociais Instagram, Facebook, TikTok, YouTube e outras plataformas, "enquanto perdurar a apuração dos fatos". Além disso, determinou a notificação dos provedores de aplicação para removerem conteúdos publicados pelo influenciador "em que apareçam crianças e adolescentes".
Adhailton Lacet ainda determinou o afastamento dos adolescentes do convívio com o investigado e com seus responsáveis legais, “devendo ser expedido ofício para o Conselho Tutelar” adotar medidas protetivas, como acolhimento institucional ou em família extensa.
Os autos também deverão ser encaminhados ao Núcleo de Apoio da Equipe Multidisciplinar (Napem) para a realização de um estudo psicossocial com os adolescentes, a fim de verificar a necessidade de aplicação de outras medidas protetivas e para a realização de escuta especializada.
Segundo o magistrado, "a análise dos fatos narrados e das provas anexadas, tais como as mídias digitais e o procedimento administrativo, revela a presença de indícios contundentes de violações graves aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes. A situação apresentada demonstra a exploração de suas imagens para fins de monetização, exposição a conteúdos inadequados e a um ambiente de vulnerabilidade, bem como a possível prática de ilícitos penais, como a incitação à pornografia infantil e o fornecimento de bebida alcoólica".
Lacet afirmou ser necessário "fazer cessar a situação de risco e de vulnerabilidade a que os adolescentes estão submetidos” e ressaltou ser “inaceitável que a busca por engajamento e lucro se sobreponha à dignidade e integridade física, psíquica e moral" dos mais jovens.
Um dia antes, o Ministério Público da Paraíba já havia obtido liminar, em outra ação, para suspender todos os perfis do influenciador nas redes sociais, interromper a monetização e determinar o afastamento imediato dos adolescentes que viviam com ele. Hytalo também foi proibido de manter qualquer contato com os jovens.
Assista ao 'De Hoje a Oito', podcast de entretenimento do Ibahia:
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