O que deveria ser uma noite de diversão, se transformou em pesadelo. Na véspera do feriado de Corpus Christi, o ator Nando Schwartz estava com uma amiga na boate 1007, em Florianópolis, quando levou um soco nas costas covardemente. "Rapidamente os seguranças agiram, justificando que a política da casa era contra confusões. Mas não se tratava de uma confusão. Fui agredido", relata Nando, que, em seguida, decidiu ir embora. No entanto, o pesadelo estava só começando: enquanto esperava sua amiga, que havia estacionado o carro um pouco longe da boate, Nando ficou esperando-a na porta do estabelecimento. Neste momento, foi agredido violentamente, levando chutes e socos.
"Levei um chute nas costas e em seguida fui derrubado. Levantei e fiquei tentando me desvencilhar, mas continuei apanhando. Tudo isso levou cerca de dez minutos, acredito", relata o ator, que foi ajudado inicialmente por um flanelinha, após a fuga dos agressores. Com a chegada da polícia, Nando fez o registro de ocorrência na 1ª Delegacia da Capital, onde foi configurada lesão corporal. Lá, percebeu que estava sem a carteira com seus documentos e o celular. Em seguida, foi ao hospital Celso Ramos, onde foi atendido.
"Na quinta-feira, tentei fazer o exame de corpo de delito no IML, mas por ser feriado, fui informado que só conseguiria realizá-lo na segunda-feira. E assim o fiz", conta o ator, que, inspirado pelo caso de racismo contra a cantora Ludmilla, decidiu entrar com uma ação no Ministério Público de Florianópolis, que promete acompanhar o caso, que já conta com a investigação da Polícia Civil.
Estreia adiada, medo e desabafo
Uma galo na parte de trás da cabeça, marca de pisão no rosto e no peito, dificuldade para falar e respirar e outros hematomas pelo corpo: o resultado da agressão sofrida por Nando foi registrado pelo próprio ator em um vídeo publicado no Youtube. As imagens são perturbadoras. Além da dor física, Nando carrega o trauma emocional e consequências que atingiram seus planos profissionais.
"Tive que adiar a estreia de um espetáculo da minha companhia, chamado “Espectrus”, que entraria em cartaz em Joinville, no último fim de semana. Tenho que arcar com o prejuízo, somos independente e agora só conseguiremos nos apresentar por lá em setembro", lamenta. Aos 33 anos, Nando afirma não ter sido a primeira vez que sofre algum tipo de agressão “gratuita”. Certa vez, teve que pular o muro de uma casa em Florianópolis, após ser perseguido por um motoqueiro.
"Ninguém chega e avisa que vai praticar um crime homofóbico. Tenho experiência de vida suficiente pra entender como esse tipo de agressão funciona. E, confesso: tenho medo. Muito medo dessa sociopatia crescente. Medo que isso possa acontecer comigo de novo e, claro, com outras pessoas também", desabafa o ator.
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Redação iBahia
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