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Biografia de Ivete traz apenas visão da cantora

Livro é escrito em primeira pessoa, como se fosse a própria Ivete falando

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23/11/2014 às 15:05 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:38 - há XX semanas
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As lembranças da infância em Juazeiro, as apresentações em barzinhos de Salvador no início da carreira, o trabalho como vendedora em uma loja de roupas... O livro Ivete Sangalo - Pura Paixão (Agir/R$ 29,90/224 págs.) revira as memórias da cantora mais popular do Brasil na atualidade e vai satisfazer os desejos dos fãs, de conhecer mais um pouco sobre a vida de seu ídolo.
Mas não espere nenhuma revelação bombástica, já que o objetivo da publicação é apenas celebrar os 20 anos de carreira da cantora baiana. “A biografia tem aquilo que ela quer contar. Portanto, é a visão dela sobre assuntos que ela gostaria de dividir com os fãs”, diz o jornalista baiano Jorge Velloso, 31 anos.
Velloso foi convidado pela editora para transformar em texto os depoimentos que ouviu de Ivete. O livro, narrado em primeira pessoa, como se a cantora estivesse contando sua própria vida, aproxima o leitor da artista.
Linguagem Segundo Velloso, o objetivo era exatamente esse: “O uso dessa linguagem mais informal foi intencional e a ideia era deixar o livro ‘o mais Ivete possível’. Tentei mesmo reproduzir a maneira como ela fala e acho que acertei”.
Acervo Pessoal
Para se ter uma ideia de como o jeito moleque de Ivete foi mantido, olha só como ela fala sobre as viagens que fazia de Salvador para Juazeiro no automóvel Del Rey da família, com os pais e os irmãos: “(...) Era uma comilança arretada. Todo mundo grudado por conta do suor nas pernas. Às vezes, parávamos para fazer um xixi, um cocozinho na estrada”. A cara dela, não é?
E, pelo visto a cantora gostou, já que num encontro recente que teve com o jornalista, num casamento de um amigo em comum, ela disse que o livro ficou realista e leve, exatamente como queria.
Com a agenda sempre cheia, Ivete não pôde ter muitos encontros com Velloso, mas falante como é, ela facilitou o trabalho do escritor, que recebeu o convite para escrever o livro no início do ano.
Logo, começou a pesquisar sobre a vida da cantora e se preparou para as entrevistas que faria, principalmente, a bordo do avião da artista, nas viagens entre um show e outro. O voo que permitiu a mais longa conversa foi o que levou a cantora para Porto Velho, capital de Rondônia.
Viagens
O avião particular é citado algumas vezes no livro, mas não como um objeto de ostentação. Ivete costuma falar do jatinho como um facilitador que lhe permite estar mais próxima da família, mesmo em meio à agenda abarrotada de trabalho.
Usa-o para agilizar as viagens e, assim, ficar mais perto do filho, Marcelo, e do marido, Daniel. “Dinheiro é bom demais, mas deve ser usado para solucionar. Do contrário, só atrapalha. Não sou consumista. Tenho um avião porque é um instrumento de trabalho. Mas meu carro fica batendo lata até eu lembrar de trocar”, diz a cantora num capítulo em que fala sobre o sucesso.
Mas antes da fama, Ivete “ralou” muito e faz questão de lembrar dos tempos duros, quando trabalhava numa loja de roupas e vendia marmitas feitas pela mãe para complementar o orçamento de casa. Nessa época, saía do trabalho no shopping e, à noite, ia se apresentar nos bares.
Encontros
Ivete aproveita o livro para citar pessoas que foram importantes em sua trajetória, especialmente no começo da carreira, como Jonga Cunha, produtor musical que foi fundamental na entrada da cantora na banda Eva, onde atuou até 1999.
Os momentos de glória são lembrados no livro com saudade pela cantora, especialmente os encontros musicais que teve com alguns de seus ídolos, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Stevie Wonder. Este último, a quem ela se refere como um “ídolo dos tempos de radiola”, rende um dos momentos em que demonstra mais entusiasmo. Ivete admite que depois de cantar com ele em Brasília, em 2013, queria telefonar para toda a família para comemorar.
Um dos poucos assuntos polêmicos que a artista aborda é a especulação sobre um romance que ela poderia ter tido com Xuxa: “(...) Ela é minha amiga. Mesmo que eu fosse lésbica e ela também, não ficaríamos por sermos amigas. E se não fôssemos tão amigas e gostássemos de mulher, poderíamos ser namoradas”.
Além do depoimento de Ivete, o livro traz as receitas favoritas da cantora e fotos que mostram momentos especiais. A discografia, desde os tempos da banda Eva, também está incluída. Material para fã, portanto: “É um livro para admiradores, que traz muitas curiosidades sobre ela. Não é material para estudiosos da música”, pontua Jorge Velloso. Matéria Original Correio 24 Horas: Sem revelar grandes segredos, biografia de Ivete traz apenas visão da cantora

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