Dona Déa, mãe do ator Paulo Gustavo, viralizou na web neste domingo (26) ao falar do ensaio nu do jogador baiano Vampeta, que participava do Futebol Solidário, na TV Globo. A ação estava sendo realizada em prol da tragédia no Rio Grande do Sul e Dona Déa estava como repórter do 'Domingão'.
![Dona Déa relembra ensaio nu de Vampeta e jogador reage](https://cdn.ibahia.com/img/inline/310000/500x400/Dona-Dea-relembra-ensaio-nu-de-Vampeta-e-jogador-r0031961500202405261641-7.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.ibahia.com%2Fimg%2Finline%2F310000%2FDona-Dea-relembra-ensaio-nu-de-Vampeta-e-jogador-r0031961500202405261641.jpg%3Fxid%3D1598411&xid=1598411)
No estádio do Maracanã, a amiga de Luciano Huck compartilhava a tela com o repórter Marcelo Courrege. Eles entrevistaram Edilson Capetinha e Vampeta. Em um dado momento, ela disparou: "Minha família era toda palmeirense, mas no dia que você fez umas fotos e botou a 'vampeta' de fora, ficou todo mundo apaixonado por você! Todo mundo passou a ser corintiano."
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A pergunta gerou reação do jogador e de todos os presentes. Vampeta teve uma crise de riso e lembrou: "Vampetão". Do estúdio, Luciano Huck completou: "Interdita a Dona Déa!", disse ele orientando: "Dá um beijo no Edilson, porque ele não falou nem 'oi' com a gente".
Dona Déa falando ao vivo na Globo de quando o Vampeta posou pelado pra uma revista 🗣️
— Central Reality (@centralreality) May 26, 2024
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Cachê do ensaio nu foi para recuperação de cinema antigo na Bahia
Em janeiro de 1999, a G-Magazine produziu a capa icônica de Marcos André Batista Santos, o Vampeta, pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira de futebol em 2022. Mas, o curioso é que a estrela da edição usou o cachê integralmente para revitalizar o Cinema Rio Branco – um dos mais antigos do Brasil, localizado na cidade natal chamada: Nazaré das Farinhas. O espaço da sétima arte foi fundado em 1927 e segue em funcionamento. Mas, ele está em condições precárias. Com a baixa estrutura, o Rio Branco passou a abrir apenas para exibições públicas.
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O Cinema pertenceu a uma das famílias mais tradicionais de Nazaré, os Ribeiro Soares. Entre as décadas de 1970 e 1990, o equipamento foi desativado diversas vezes por falta de manutenção e riscos à estrutura. No final de 1998, um dos restauradores do cinema pediu ajuda a Vampeta.
Hoje, o Rio Branco é administrado por uma das tias do ex-atleta, dona Beta Alves. Beta, que é de Salvador, mora na cidade desde 2000, quando foi para Nazaré gerenciar o cinema que passou a ser da família. Foi ela quem revelou a história pouco falada por trás do ensaio nu do ex-jogador na primeira revista abertamente voltada para o público gay do país.
"O restaurador, seu Uriel – que inclusive já faleceu –, procurou ele e pediu ajuda para consertar o telhado, que estava para cair. Nessa conversa, ele [Vampeta] descobriu que a Igreja Universal estava querendo comprar o espaço para abrir outra unidade, mas ele queria preservar o legado da cultura do local, que era um dos mais antigos do país. Então ele resolveu comprar".
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Vampeta estava decolando na carreira. O volante estourou e ganhou notoriedade em 1993 e passou a jogar fora do Brasil já em 1994, quando construiu fama na Europa. Quatro anos depois ele voltou para o Brasil e foi campeão brasileiro duas vezes com o Corinthians: 1998 e 1999.
Segundo informações do g1, a notoriedade motivou o convite da revista. Sem vergonha da própria nudez, Vampeta aproveitou a oportunidade para usar o cachê de R$ 80 mil e recuperar o Cinema Rio Branco.
"Quando surgiu a proposta de sair na revista, e era uma proposta muito boa, o dinheiro foi para a restauração do cinema. Eu gosto de cinema para caramba mesmo. Na época foi uma chance de recuperar um patrimônio histórico, mas também de construir um patrimônio, porque o cinema me pertence também", destacou Vampeta em entrevista ao g1.
"No total eu investi quase R$ 500 mil para revitalizar. Eu restaurei o cinema todo com recursos próprios, com meu salário de jogador".
![Dona Déa relembra ensaio nu de Vampeta e jogador reage](https://cdn.ibahia.com/img/inline/310000/500x400/Dona-Dea-relembra-ensaio-nu-de-Vampeta-e-jogador-r0031961503202405261641-7.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.ibahia.com%2Fimg%2Finline%2F310000%2FDona-Dea-relembra-ensaio-nu-de-Vampeta-e-jogador-r0031961503202405261641.jpg%3Fxid%3D1598414&xid=1598414)
"Durante três anos eu fiquei na luta, depois entreguei para minhas tias administrarem, porque eu não tinha como ficar lá. Elas, tia Beta e Edna, sempre que tocaram os projetos do cinema, sempre foi tudo feito através delas, e eu agradeço muito", disse o ex-atleta.
A admiração por Beta é mútua. A tia de Vampeta é muito orgulhosa da decisão do neto, tomada para salvar o maior patrimônio cultural da cidade de Nazaré. "Aquela atitude dele foi uma atitude desesperada, ele chegou a ser condenado por algumas pessoas por ter posado nu, só que não sabem que o cachê foi usado todinho para o cinema. É um patrimônio histórico muito importante, mas que requer muito recurso", ponderou Beta.
![Dona Déa relembra ensaio nu de Vampeta e jogador reage](https://cdn.ibahia.com/img/inline/310000/500x400/Dona-Dea-relembra-ensaio-nu-de-Vampeta-e-jogador-r0031961504202405261641-7.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.ibahia.com%2Fimg%2Finline%2F310000%2FDona-Dea-relembra-ensaio-nu-de-Vampeta-e-jogador-r0031961504202405261641.jpg%3Fxid%3D1598415&xid=1598415)
Reabertura e necessidade de nova restauração
Depois da compra do cinema, foram três anos de restauração até que o cinema tivesse condições de ser reinaugurado e aberto ao público. Em 2007 houve a última reforma e, desde então, o Cinema Rio Branco mantém as portas abertas apenas para exibições destinadas aos estudantes de escolas públicas – a exemplo da apresentação do documentário 'Bicentenário da Independência: heróis e heroínas da liberdade', da Rede Bahia.
Sem patrocínio, a administração do cinema precisa de apoio financeiro para restaurar a estrutura e manter o equipamento em funcionamento.
"A gente está precisando de apoio principalmente pelo estado físico do cinema, a parte estrutural mesmo. Tem que trocar telhado, reparar paredes, fazer muita coisa. Um monumento desse, em qualquer outro canto, seria bem mais valorizado. A história no cinema jamais pode ser destruída".