O casal mais poderoso da televisão brasileira está de volta. Quem pensou nos atores Lázaro Ramos e Taís Araújo não errou, mas na verdade estamos falando da dupla de astros Brau e Michele. Os protagonistas da série Mister Brau estão de volta com a terceira temporada do programa que estreia hoje, às 22h15, logo após a novela A Força do Querer, na Globo/TV Bahia.
Sensação do showbiz musical, Brau e Michele alcançam um novo patamar profissional nessa nova fase da trama. Os dois artistas vão virar apresentadores do programa de auditório Os Brau, cuja prévia pôde ser vista no especial homônimo exibido dia 9, na Globo. Além disso, na nova temporada, o casal encara o desafio de adotar três crianças: Carlito (Sérgio Rufino), Egídio (Leonardo Lima) e Lia (Brunna Oliveira).
“Brau é um personagem muito gostoso de fazer. A cada ano eu aprendo uma coisa nova com ele. O tipo de humor, a evolução e a entrada de outros personagens o modificam também. Este ano há a família, os três filhos e isso me fez exercitar o Brau como pai, que é uma experiência que eu não tinha tido ainda na comédia”, conta o ator baiano Lázaro Ramos, 38 anos, que é casado e tem dois filhos com a atriz carioca Taís Araújo, 38. “O Brau já é um crianção, imagina agora, na companhia das crianças”, diverte-se.
Taís diz ser evidente que seu lado maternal se aflora na ficção. “A convivência com crianças é sempre maravilhosa e deixa o trabalho mais leve e também imprevisível”, conta, rindo. “O mais especial é que a entrada das crianças é que faz a Michele se reinventar nesta temporada. Ao adotar as crianças, ela é obrigada a olhar para a menina que ela foi e porque se tornou uma mulher tão dura. E exercitar a doçura. As crianças transformam suas mães, sempre. E isso será perceptível em Michele”, completa Taís.
Na trama, que tem redação final de Jorge Furtado e direção de Patrícia Pedrosa e Flávia Lacerda, o casal Andrea (Fernanda de Freitas) e Henrique (George Sauma) também vai ter um filho. “Família é um assunto meio que natural e esse vai ser o norte desta temporada”, resume Lázaro.
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Casal mais poderoso da tevê, por causa do sucesso de público e crítica, Brau e Michele até se confundem com Lázaro e Taís. Na vida real, eles foram eleitos os mais confiáveis, mais respeitáveis e mais populares atores, em pesquisa divulgada pela revista Veja, feita com 20 mil pessoas. A disputa se deu com ninguém menos que os casais Luciano Huck/Angélica e Fernanda Lima/Rodrigo Hilbert.
Na série, Brau e Michele dominam o showbiz depois de ascenderem socialmente com muito trabalho. Mas o passado lá em Madureira, bairro onde nasceram, não fica esquecido e ganha espaço na terceira temporada que resgata, em flashbacks, o início de tudo. Ou seja, quando Brau ainda era ambulante das areias do Rio de Janeiro e usava um rastafári comprido na cabeça, ao lado de seu fiel escudeiro Lima (Luís Miranda).
“Posso dizer que minha trajetória de vida é um exemplo de uma ascensão por meio do trabalho e de novas políticas que surgiram, novas compreensões no mundo – o que me abriu possibilidades no meio artístico e cultural”, compara Lázaro, que saiu de um bairro popular de Salvador e hoje tem uma situação econômica privilegiada no Rio. Além da série, o ator apresenta o programa Espelho, no Canal Brasil, e está em turnê nacional da peça O Topo da Montanha, com Taís.
“Claro que ocorreram melhoras, mas ainda assim os dados de desigualdade são gritantes no Brasil”, ressalta Lázaro, sobre a ascensão social dos negros. “Comemoro, sim, as melhoras, mas ainda falta muito para podermos viver num mundo mais justo para todos: negros, mulheres, pessoas que vivem fora dos grandes centros. É uma luta constante e precisamos estar atentos a esses dados”, completa.
O preconceito, assim como outros temas como bullying e adoção, são debatidos não só por Lázaro e Taís em seus trabalhos, como também por Brau e Michele. Nesta temporada da série, a dupla vai trazer o debate para seu programa de auditório, onde entrevista cantores nacionais como Elza Soares, Karol Conka, Jaloo, Liniker, Marília Mendonça e MC Soffia.
“São debates necessários em nossa sociedade. Não sou a dona da verdade, mas sei que não posso me calar, que tenho uma responsabilidade. A de lutar de mãos juntas com todos os brasileiros e aprender todos os dias”, reforça Taís, que também apresenta o programa Saia Justa, no GNT. “Não é que Brau e Michele se tornaram incríveis por serem artistas e ricos; eles já eram incríveis quando moravam lá em Madureira, antes do sucesso. O seriado passa esses valores do empenho, do trabalho duro, do talento e da família”, finaliza.
'Provocar reflexão é um caminho interessante para este país que está tão perdido', diz Taís
Lázaro Ramos e Taís Araújo levam o debate sobre negritude, desigualdade, bullying e outros temas para além da série Mister Brau. Lázaro, por exemplo, é embaixador da Unicef e fala sobre racismo, importância da amamentação, da infância, alimentação e água no semiárido brasileiro. “São assuntos urgentes e muitas vezes fora do radar da grande imprensa. E com isso conseguimos estar em bate-papos importantíssimos. Já estive até em tribos indígenas para falar do uso da camisinha, que é uma preocupação”, conta Lázaro.
Além disso, o ator apresenta e dirige o programa Espelho, no Canal Brasil, onde provoca um bate-papo descontraído sobre temas diversos. Racismo, feminismo, identidade cultural, de gênero e segurança pública são os assuntos da 12ª temporada exibida às segundas, às 21h30. A convidada da próxima edição é a cantora carioca Iza, que fala sobre os desafios de ser mulher e defende a representatividade feminina e negra na mídia.
Outro projeto de Lázaro é o filme O Beijo no Asfalto, dirigido por Murilo Benício. Ainda sem data de estreia, o longa gira em torno de um suposto escândalo de temática homossexual, que envolve um bancário recém-casado, interpretado por Lázaro. Além disso, o ator está editando um documentário sobre o Bando de Teatro Olodum, grupo no qual iniciou sua trajetória.
Junto com Taís, Lázaro está em turnê da peça O Topo da Montanha, sobre o ativista político americano Martin Luther King Jr. (1929-1968). Dirigida por Lázaro, produzida e protagonizada por ele e Taís, a peça usa humor para tratar de temas como a segregação racial. Além da peça, pela qual foi indicada ao Prêmio Shell, Taís está gravando o filme Pixinguinha - Um Homem Carinhoso, dirigido por Denise Saraceni, no qual interpreta a esposa do flautista e saxofonista carioca Pixinguinha (1897-1973), papel de Seu Jorge.
No Saia Justa, do GNT, ao lado de Pitty, Astrid Fontenelle e Mônica Martelli, ela tem opinado sobre os mais variados assuntos. “Quando a gente se posiciona, vai ter gente que vai concordar, assim como vai ter gente que vai discordar. É natural”, diz Taís. “Provocar a reflexão é um caminho muito interessante para este país que está tão perdido. Sou privilegiada e avalio que estou ali para dar opiniões, mas também para aprender”, finaliza.
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Redação iBahia
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