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Luiza Brunet conta sua história sem esconder detalhes polêmicos

Filha de dona Alzira e seu Luiz, Luiza nasceu em uma choupana de sapê, em Itaporã, no Mato Grosso do Sul

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08/02/2014 às 16:11 • Atualizada em 26/08/2022 às 20:01 - há XX semanas
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Quem iria imaginar que Luiza Brunet, 51 anos, que ficou famosa na década de 1980 e se acostumou a desfilar em passarelas mundo afora, passou a infância entre cafezais da Vila Montese, no município de Itaporã, no Mato Grasso do Sul? A infância no Pantanal é apenas uma parte da história de vida da modelo que está descrita na biografia Luiza (Primeira Pessoa/R$ 39,90/288 págs), escrita pela jornalista Laura Malin. O livro tem prefácio de Fernando Henrique Cardoso. Fã do político e filiada ao PSDB, Luiza o convidou e ele, surpreso, aceitou. “É difícil parar de ler a história da vida de Luiza Brunet, contada por ela mesma através da escrita talentosa de Laura Malin”, resume FHC. Filha de dona Alzira e seu Luiz, Luiza nasceu em uma choupana de sapê, em Itaporã. Seu pai trabalhava em uma fazenda de café e sua mãe cozinhava para os lavradores. Crescer no meio do mato e com poucos recursos permitiu a Luiza e seus seis irmãos brincar com o que a natureza oferecia. “Subíamos em árvore, brincávamos de correr atrás dos pintinhos, fazíamos bonecos de espiga de milho”, conta. Violência O conflito sempre esteve presente na relação dos pais de Luiza. A mãe se tornou “um bicho do mato” que, apenas, cuidava dos filhos e da casa. O pai, um homem frustrado, se tornou alcoólatra e passou a agredir a esposa. Em uma das várias discussões que ela e os irmãos presenciaram, o pai tentou atingir a mãe com um facão. “Vou te matar, Alzira!”, ela recorda do seu grito. Em busca de uma vida melhor, a família se mudou para o Rio de Janeiro: com apenas 14 anos, Luiza trabalhou como babá em uma casa de família. Foi nesse emprego que ela conheceu o assédio. Um vizinho do prédio em que trabalhava esperou os patrões dela saírem e entrou no apartamento, mesmo contra a vontade da modelo. Ele levantou sua blusa e a beijou à força. “Ele me encurralou na parede da sala. Era uma figura horrorosa”, lembra. Vida Nova Com 17 anos, na época ainda Luiza Botelho da Silva, conheceu o primeiro marido, Gumercindo Brunet. Ele era filho dos donos do posto de gasolina em que seu pai trabalhava. Casou-se e foi morar na zona sul do Rio com o homem que lhe mostrou um novo mundo. “Com Gugu, conheci a vida que jamais havia imaginado que existisse”, revela. Sua carreira de modelo começou por acaso. Fã de Rose di Primo, foi convidada por um amigo para conhecê-la em uma sessão de fotos. Lá, o fotógrafo pediu para que ela posasse também, e daí em diante não lhe faltaram propostas de trabalho. Estampou várias capas de revistas - como Manchete, Claudia, Ele Ela e Vogue - e desfilou em cidades como Paris e Nova York. E em uma viagem de trabalho, vivenciou sua única experiência homossexual com outra modelo com quem dividiu um quarto. “Ela estava na minha cama e me abraçava por trás. Senti seu perfume e, em seguida, seu beijo. Me deixei levar”, confidencia Brunet. De volta ao Rio, descobriu que estava grávida. Porém, não estava preparada para ser mãe e decidiu interromper a gestação. Esse foi o seu primeiro aborto.
O ápice da carreira foi quando se tornou garota-propaganda da marca de calças jeans Dijon, de Humberto Saade. “A Dijon era uma das melhores marcas do Brasil”, elogia. Sua carreira se fortalecia, mas dentro de casa a história era diferente. O casamento estava desgastado e, em uma tentativa de salvá-lo, ocorreu o oposto: ela conheceu o homem da sua vida. Em uma viagem com Gumercindo para a casa de uma amiga, ela conheceu Armando. “De cara, nossos olhares cruzaram-se sem que conseguíssemos desviá-los. Armando era com certeza o homem da minha vida”, assume. Duas semanas após se separar, Armando foi morar com ela. Em 1987, nasceu a primeira filha, Yasmim. “Foi a maior mágica da minha vida quando a vi pela primeira vez”, revela Luiza. Onze anos depois, já com 36 anos, teve o segundo filho: Antônio. O parto foi complicado e o bebê teve que ir para a UTI. “Foi uma dura caminhada até sairmos de lá, oito dias depois. Mas o principal estava nos meus braços: Antônio”, diz. Oito meses depois do nascimento de Antônio, Luiza descobriu outra gravidez. Ainda traumatizada com o último parto e com um filho ainda bebê, ela optou mais uma vez por encerrar a gestação. Maturidade O segundo casamento também chegou ao fim. A filha, que seguiu seus passos, foi morar e trabalhar como modelo em Nova York, e o filho ficou com ela. Madura, Luiza decidiu se dedicar à vida de empresária e a projetos sociais, e encontrou um novo amor. “A vida é como o mar que eu vejo todos os dias da janela da minha alma: sempre o mesmo e sempre diferente”, filosofa. Matéria original Correio 24h: Em biografia, Luiza Brunet conta sua história e não esconde detalhes polêmicos da vida

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