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Apresentadora condenou escolha do pastor para presidir comissão |
A eleição do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados está causando polêmica e revolta entre os formadores de opinião. Acusado de homofobia e racismo por defensores de direitos de homossexuais e negros, ele recebeu 11 dos 12 votos dos parlamentares da bancada evangélica, um a mais do que o mínimo necessário para ser eleito.
Veja também: Top 10: iBahia lista as principais conquistas LGBTs em 2012 Na manhã desta sexta (8), vários artistas resolveram se manifestar contra a escolha do religioso para o cargo. A apresentadora Xuxa Menghel se mostrou indignada ao ler notícias sobre Marco. "Eu tava lendo agora sobre esse 'pastor', que Deus nos ajude. Gente! Socorro! Vamos fazer alguma coisa! Esse deputado disse que negros, aidéticos [sic] e homosexuais não têm alma. Existem crianças com AIDS. Para este senhor elas não tem alma?", questionou a loira no Facebook.
"Não é um religioso, é um monstro" (Xuxa) |
Em outro trecho da mensagem, Xuxa chama Feliciano de 'monstro'. "Todo mundo sabe o quanto eu respeito todas as religiões, mas esse homem não é um religioso, é um monstro. Em nome de Deus, ele não pode ter poder. Religiosos (padres, pastores, evangélicos) todos os religiosos todos sabem que o que ele fala e "prega" está errado", vocifera. Marco Feliciano tornou-se popular na Internet após tecer comentários polêmicos contra negros e homossexuais. Em 2011, em um post no Twitter, Feliciano declarou que os "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé". Depois, em outra ocasião, ele se referiu aos gays e declarou que "o reto não foi feito para ser penetrado. Não haveria condição de dar sequência à nossa raça".
Mais críticasLuciano Huck também ironizou a eleição, contextualizando com a sucessão de Bento XVI no comando da Igreja Católica. "Se o conclave papal seguir a lógica do Congresso Brasileiro p/ eleger seus presidentes de comissões, é capaz do Ahmadinejad virar Papa", postou no Facebook. Já Marcelo Tas afirmou em seu blog oficial que "a Comissão foi desintegrada e desmoralizada diante das próprias câmeras da TV Câmara". "Os que pensavam que a política nacional ia mal ficaram desatualizados. O buraco é mais embaixo, o fundamentalismo impede o diálogo, desafia a evolução, os acordos fedem muito mais… Avohai!, postou.
Eleição controversaAntes da votação, realizada nesta quinta (7), deputados do PT e do PSOL deixaram a reunião em protesto pela indicação do pastor. O ex-presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), disse que vai convocar a sociedade para protestar contra a eleição de Feliciano. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou que pretender ir ao Supremo Tribunal Federal para questionar a decisão. "A escolha partidária não pode se sobrepor ao desejo da sociedade", criticou.
Outro ladoMarco Feliciano defendeu-se das acusações de preconceito e disse que, durante a gestão, todas as minorias serão contempladas. "O trabalho que vamos executar vai mostrar ao povo brasileiro que não sou homofóbico. E, caso cometesse esse crime [referindo-se a racismo], teria que pedir perdão, primeiramente, à minha mãe, uma senhora de matiz negra", disse o parlamentar.