Há quem diga que uma boa história merece ser recontada com uma nova roupagem e produção, adequada aos costumes e modos atuais, para que o público diferente possa acompanhar. Se a trama original foi um sucesso, para o remake é sempre esperado o mesmo êxito. O autor pode recontar sua história ou um novo autor pode criar novas possibilidades e transformar o que já era marcante em algo melhor. Estamos falando de 'Renascer' e 'Elas por Elas'. Mas, será que esses remakes serão assim?
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Nas faixas inéditas da TV Globo, atualmente, temos duas novelas que são adaptações. 'Elas Por Elas', baseada na obra original de Cassiano Gabus Mendes, foi exibida em 1982. O destaque dessa é que além das muitas mudanças em relação ao roteiro original, a trama a partir do capítulo 100 seguiu um novo rumo, ou seja, o final será inédito (ou não).
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A segunda trama está na faixa das nove e é assinada por Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa. O jovem autor também foi responsável pelo remake de “Pantanal”.
'Renascer' foi lançada como uma grande promessa para 2024. Na nossa coluna da semana conversamos com Amanda Aouad Almeida - Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Póscom UFBA, pesquisadora, roteirista, crítica de cinema e professora da Unifacs, além de fã da trama original.
Será que a história que foi um sucesso em 1993, ainda vale para 2024? Foram feitos os ajustes necessários? Vamos saber tudo agora, afinal, tô certo ou tô errado?
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1993 X 2024
Pensar no Brasil de 1993 é muito difícil em comparação ao de 2024. Quando 'Renascer' foi exibida originalmente muitas coisas eram consideradas “aceitáveis”, mas hoje não é, e assistir algumas situações podem gerar um certo desconforto para sociedade. Vamos a alguns relatos?
Atores são atores e precisam se preparar para todos os papéis, mas acho que como a novela se passa na Bahia e temos tantos artistas talentosos no estado, seria uma grande oportunidade ter esses talentosos representando o nosso povo.
A relação entre José Inocêncio (Marcos Palmeiras) e Mariana (Theresa Fonseca), além de não ter tanto sentido, é muito delicada. Ela chamando ele de “Painho” antes dos momentos românticos é algo muito constrangedor e incestuoso.
Acho que é até um dos motivos que a personagem, quando foi interpretada por Adriana Esteves, não agradou tanto o público.
Uma grande diferença da exibição original foi a mudança da música de abertura: Confins (música original), nitidamente narrava a saga do José Inocêncio. Acho que se a plantação e colheita de cacau ficasse sempre como primeiro plano na história, “Lua Soberana”, seria um luxo.
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DESTAQUES DE 'RENASCER'
Quase sempre o bom de assistir um remake, quando já assistimos à exibição original é que podemos comparar atuações (mesmo isso não sendo o foco). Em 1993, muitos nomes se destacaram e em 2024 não poderia ser diferente.
A personagem Eliana, interpretada por Sophie Charlotte, originalmente foi vivida por Eliane Giardini. Sophie abraçou Eliana com unhas e dentes e está entregando uma cena melhor do que a outra. Um spoiler é que quando a personagem chegar na Fazenda, vai aprontar muito.
Na primeira fase, na minha opinião, um grande destaque e uma atuação digna de prêmio foi Belize Pombal interpretando Quitéria, mãe da personagem Maria Santa (Duda Santos).
Antonio Calloni (Coronel Belarmino Ferreira) e Enrique Díaz (Firmino Coutinho), foram outros nomes que se destacaram na primeira fase, como sempre. Os dois atores são mestres!
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TRAMA DE 'RENASCER'
Poucas novelas rurais são ágeis e a maioria segue o estilo bucólico da vida no campo (e que eu amo). Aqui não é diferente e poderia ser resolvido no remake, mas até então não foi feito.
Muitos remakes servem justamente para resolver isso e assim como “Pantanal”, que seguiu à risca a trama original. 'Renascer' está seguindo nos mesmos passos. Será que esse estilo de remake sem tantas adaptações ainda é aceitável?
Muitas pessoas se perguntam como o México consegue desde os anos 60 continuar produzindo tantos remakes e alguns que chegam a superar o original? Eu vou explicar.
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No México, eles aproveitam a essência original e buscam novos elementos que possam ter significado para aquele momento. Um grande e clássico exemplo é “A Usurpadora”.
Muitas pessoas acreditam que a trama possui uma história inédita, mas na verdade foi baseada em uma trama homônima da Venezuela de 1971 e que ganhou um remake em 1981 no México, com o título “El hogar que yo robé”. A segunda foi um grande sucesso, mas nada superou a versão clássica, protagonizada por Gabriela Spanic como as gêmeas Paulina Martins e Paola Bracho, que rodou o mundo inteiro e virou um fenômeno.
PODCAST
Deixo aqui o podcast completo para vocês escutarem o meu bate-papo com Amanda Aouad. Vale muito a pena conferir e até a próxima!