A segunda temporada do talk show “Diga Aí”, trouxe como convidados os cantores e compositores Carlinhos Brown e Gilson Menezes dos Santos Dórea, conhecido como Tatau. Os artistas relembraram momentos marcantes da carreira e do carnaval de Salvador. O programa apresentado por Jéssica Senra foi transmitido pela TV Bahia, nesta sexta-feira (17).
O ícone do axé music Tatau falou de suas inspirações artísticas escrevendo sobre as próprias vivências. Desde os 16 anos o artista se envolveu com a música, seguindo, com a mente inquieta, grandes nomes nacionais e internacionais.
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“Eu tinha o olhar inquieto de ver Tony Tornado, Michael Jackson, Marvin Gaye, Caetano [Veloso], [Gilberto] Gil, [Maria] Bethânia... Busquei quem, naquela época, eram as grandes referências e hoje sou um pouco de cada um deles" afirmou Tatau.
Tatau com 'Protesto Olodum'
Ainda sobre essas inspirações, o artista contou sobre o processo de composição de "Protesto Olodum", uma das músicas mais marcantes dos anos 80 e criou a expressão “nordestópia”, tratando de temas marcantes da época como Aids, poluição e pobreza que se relacionavam com o Nordeste.
"Resolvi fazer 'Protesto Olodum' baseado nas coisas que eu tinha conhecimento na época. Cubatão [em São Paulo] era a cidade mais poluída do mundo e isso me indignava. Inventei uma palavra chamada 'nordestópia', que era a situação da Etiópia muito parecida com algumas regiões do Nordeste", explicou.
Carlinhos Brown no 'Diga aí'
O cantor, Carlinhos Brown relembrou momentos e inspirações na sua trajetória artística, que carrega uma forte relação com elementos religiosos sagrados.
"Quando a gente sai de casa ou abre a chave para se comunicar, é necessário que a gente seja reverente e referente. A minha referência é o orixá", disse Brown sobre a tradição de reverenciar os guias e orixás sempre que entra no palco.
O artista, que batucava em potes e baldes de casa desde criança, cresceu e inventou instrumentos musicais, como a ASA, a caxirola, o surdo-virado e a bacurinha, usados na música “Papa Papet”.
Entre as memórias curiosas do carnaval de Salvador, Brown lembrou quando esquentava a marmita em cima do carburador do trio. A mãe Madalena Freitas, conhecida como dona Madá, levava a comida para ele durante o circuito.
A ligação do cantor com a matriarca foi uma das principais referências para o desenvolvimento artístico de Carlinhos Brown.
"Tudo o que eu crio, tudo o que eu sou, é fruto da mulher que me criou, do que vivi na infância, de onde e vim. Eu sou o filho mais velho, então pude presenciar muitas coisas, muitas vezes em que minha mãe se sacrificou por mim e pelos meus irmãos. E hoje enxergo minha mãe ainda maior".
Assista o progrma completo da Globoplay.
AUTOR
Mariana Barreto
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