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ELEIÇÕES 2022

Candidato ao governo da Bahia, Giovani Damico promete 'educação qualificada' e critica modelo atual: 'Muito recurso mal utilizado'

Uma das propostas do postulante do PCB é a diminuição do número de alunos nas salas de aulas

Redação iBahia • 02/09/2022 às 18:10 • Atualizada em 02/09/2022 às 19:19 - há XX semanas

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O candidato ao governo da Bahia pelo PCB, Giovani Damico, afirmou, em entrevista ao jornalista Emmerson José, no programa 'Fala Bahia', da Bahia FM e Bahia FM Sul, que a reformulação da educação tem que ser uma das principais prioridades do próximo gestor estadual.

Uma das propostas do postulante do PCB é a diminuição do número de alunos nas salas de aulas. "Tem primeiro todo um potencial a ser realocado. Nós temos várias escolas com turnos fechados, então ampliando os turnos, sempre matutino e vespertino, e sempre que possível o noturno, porque precisamos retomar o ensino pra jovens e adultos no noturno. A gente já tem um ponto de resolução", disse.

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					Candidato ao governo da Bahia, Giovani Damico promete 'educação qualificada' e critica modelo atual: 'Muito recurso mal utilizado'

Nesta semana, durante 30 minutos do programa "Fala Bahia", serão exibidas as entrevistas do jornalista Emmerson José com os seis candidatos ao governo da Bahia.

Já foram ao ar as entrevistas com João Roma (PL), ACM Neto (União Brasil), Jerônimo Rodrigues (PT) e Kleber Rosa (PCB). As ordem foi definida em sorteio. Na próxima segunda (5) será transmitida Marcelo Millet (PCO).

A entrevista pode ser conferida na íntegra, em vídeo, no YouTube do iBahia.

Confira a íntegra da entrevista:

Emmerson José: Por que e para quê ser governador?

Giovani Damico: A gente tem dito que ser governador da Bahia é para nós uma tarefa que representa anseios históricos do povo baiano. A gente tem tantas questões represadas e jogadas para debaixo do tapete que a gente se sente na obrigação, e esse é um trabalho de equipe, onde o governador propriamente dito é apenas uma figura dentro de todo um trabalho de equipe, um trabalho popular e democrático, de trazer à tona propostas resolutivas que deem em conta das nossas demandas urgentes. Então no final das contas é porque o povo baiano merece ter uma resposta à sua altura.

Emmerson José: O senhor passou para nós uma ótima impressão [na semana passada, durante sabatina no g1 Bahia] O senhor é professor de geografia. E aí eu te perguntei no bate-papo, com essa preparação, porque que o senhor não tentou uma candidatura à deputado estadual ou deputado federal, e o senhor já teve uma experiência de uma candidatura a vereador.

Giovani Damico: A gente vem pensando o seguinte: o PCB pauta seu projeto em uma perspectiva realmente conjunta. Então a nossa candidatura ao governo do estado é uma expressão de um trabalho coletivo. Nós temos também outros camaradas, como gostamos de dizer, porque a gente que constrói essa luta muito no cotidiano, com muita unidade, que estão aí juntos conosco à frente da tarefa, que estão fazendo projetos muito bacanas, para a Câmara de Deputados.

Nós temos três candidaturas para deputados federais e a gente avaliava que era necessário também dentro do espaço do executivo, porque são espaços de propostas diferentes, são dinâmicas diferentes. A gente acreditava que a população baiana precisa também ter uma alternativa que consiga trazer à tona no plano executivo, a gestão direta do recurso, nos projetos aplicados de maneira imediata, mas também de maneira pensada de forma programática, de forma planejada e planificada.

Então nesse sentido a gente entendeu que precisávamos de uma candidatura para o Governo da Bahia, mesmo que essa proposta vem aí com certas dificuldades, porque não temos acesso ao Tempo de TV, como outros partidos, não temos acesso ao fundo partidário, então a gente vem em condições eu diria pouco democráticas, que algo que a gente precisa qualificar. Mas a gente está entendendo que a população baiana tem abraçado essa candidatura. As próprias pesquisas têm mostrado que a gente está no rumo do crescimento, estamos precisando avançar mais e seguiremos avançando a gente tem essa plena convicção. Todos os lugares que temos transitado essa candidatura tem sido bem recebida, as propostas são mais dinamizadas, são mais incrementadas, dialogando com as categorias, com os anseios das populações locais. Então por aí que a coisa tem ido.

Emmerson José: O senhor fala de condições pouco democráticas nessa eleição, mas o seu partido apoia regimes totalitários como o regime de Cuba, por exemplo. Como o senhor se sente nessa linha tênue?

Giovani Damico: A gente até conversou, né? Teve uma oportunidade de conversar um pouco sobre isso. Eu acho que a gente precisa qualificar melhor. Sempre que a gente está falando de democracia a gente pega só um símbolo. Por exemplo, se temos muitos ou poucos partidos, como resposta, isso pode nos trazer para uma análise um pouco limitante, porque o Brasil tem vários partidos, mas muitos deles, por exemplo, estão em uma coisa que a gente chama de centrão, que parece aquela gelatina incolor que ninguém entende direito o que que tem ali dentro, que você não consegue ver uma espécie de moral, uma espécie de projeto, uma espécie de comprometimento com determinadas causas. E aí vai para lá, vou para cá ao sabor do vento, a partir de negociatas.

Então a gente tem tentado sempre qualificar que democracia é essa que a gente pauta. A gente avalia que a experiência Cubana certamente tem coisas para avaliar ou pra serem incrementados e melhoradas. Mas ele já também tem vários êxitos, que eu acho que a gente tem muita aprender. Não à toa o parlamento cubano, ele tem uma representação expressiva da população negra, uma representação expressiva das mulheres, coisa que o Brasil está muito atrasado.

Então ter um partido apenas ou mais partidos não é necessariamente a resposta da nossa questão. Acho que a gente tem que ter sempre um olhar crítico ativo. Aliás algo que a gente sempre traz na educação de geografia e que a educação baiana traga isso adiante ao nosso projeto de pensamento crítico para a população.

Mas então essa é a democracia que a gente pauta, uma democracia participativa nos diversos espaços de tomada de decisão e que a população seja chamada no seu cotidiano. Se vai ser com um, com dois ou com 10 partidos, é uma coisa que a gente vai descobrindo ao longo do nosso processo, mas a população brasileira é que tem que ser o ator central nessas articulações todas.

Emmerson José: Nós temos quatro temas que são os mais importantes, que foram mais abordados por todos os candidatos. Nós temos a educação, o emprego, a saúde e a segurança pública. O senhor eleito o governador do Estado da Bahia que tema sobre a tratar de primeira. Qual é a sua prioridade?

Giovani Damico: Eu tenho um dito que a Bahia tem uma série de questões para discutir, mas ela tem três eixos emergenciais e a gente inclusive consegue pensar os três de maneira integrada. A gente tem uma situação de insegurança pública hoje instaurada, que a gente urgentemente vai ter que lidar, porque esse cotidiano de chacinas que ocorrem todas as semanas, novas notícias, é preciso encontrar de maneira muito urgente uma alternativa.

Então a gente enxerga que a questão da Segurança Pública é uma temática urgente, mas que ela venha atravessada, por exemplo, com uma política de emprego, porque para a gente falar de uma população que se afasta da criminalidade, a gente precisa falar de uma população que tem acesso ao emprego de qualidade. A gente precisa falar de uma população que tem acesso à saúde, esporte, cultura e lazer. Então a gente integra com uma política de pleno emprego, de acesso à direitos e garantias e temos uma outra questão extremamente urgente que é a fome que, infelizmente, voltou a assolar o nosso estado.

Nós temos um projeto de soberania alimentar pautado na agroecologia, que vai discutir uma reforma agrária na Bahia, instalação de cooperativas, retomada da empresa baiana de desenvolvimento Agrário, a nossa EBDA.

Isso tudo articula esses três temas emergenciais, que a gente consegue já de início e operando uma série de mudanças. E aí junto na mesma esteira, a gente vai ter uma reforma qualitativa da educação, a gente vai ter uma reforma qualitativa do nosso serviço de atendimento à saúde e vários outros pontos que a gente está colocando no nosso projeto.

Emmerson José: O senhor trouxe o tema da educação na entrevista ao g1 Bahia e eu até falei com o senhor sobre sobre essa ideia de ter em uma sala de aula apenas de 20 a 25 alunos na Rede Pública Estadual de Ensino eu disse naquele momento, e volto a dizer a ideia é boa. Mas como fazer isso candidato?

Eu queria que o senhor explicasse, porque se o senhor diminui o número de alunos na sala de aula, o senhor vai ter que aumentar o número de salas, aumentar o número de professores e com as com escolas pequenas, você vai ter que aumentar o número de escolas também, que costumam ter espaço para duas salas com 25 em uma sala que tinha 50. Como fazer isso e onde buscar o dinheiro para isso?

Giovani Damico: A gente já tem os recursos, nós temos muito recurso mal utilizado. No início do ano não à toa, a gente teve uma crise dentro da secretaria de educação, porque muitos professores estavam deslocados de sala de aula. Então a gente tem primeiro todo um potencial a ser realocado. Nós temos várias escolas com turnos fechados, então ampliando os turnos, sempre matutino e vespertino, e sempre que possível o noturno, porque precisamos retomar o ensino pra jovens e adultos no noturno. A gente já tem um ponto de resolução. Parte dos nossos professores vão conseguir ser realocados nesses turnos diferentes e as turmas podem também ser desmembradas, distribuídas em diferentes turnos.

A gente tem também a questão da infraestrutura ociosa, que ela é um fato concreto. Muitas escolas sendo fechadas no estado da Bahia e essas escolas podem também estar recebendo novas turmas. A gente precisa pensar que turmas menores não significam que o estado está perdendo dinheiro, muito pelo contrário, significa que o estado está tendo investimento estratégico na educação, pensando que não existe ensino sem aprendizagem, nem aprendizagem sem ensino.

E o terceiro ponto, que deve necessariamente vir junto, é que a gente tem que pensar o investimento público em educação como investimento. Hoje tem se discutido a questão da educação como se fosse um gasto. Gasto é aquilo que você bota e que você não tem retorno nenhum. Mas se você investe em educação, você cria um capital humano capacitado, todas as potencialidades do povo baiano ganham com isso a gente vai ter mais acesso à tecnologia, mas acesso à arte cultura. vamos explorar esse Polo cultural que a Bahia sempre foi, mas que hoje ele tem tido dificuldade de se expressar de mostrar o seu brilho.

Então com a educação qualificada, que integra a escola com teatro, que integra a escola com a arte, que integra a escola com o esporte, para gente ter medalhistas olímpicos aqui na Bahia, já temos algumas fantásticos, mas quem não acham também apoio da secretaria de educação, então isso tudo vem na esteira desse projeto de educação, que investe porque sabe que investimento em educação é o que nos traz ótimos resultados.

Emmerson José: Como é essa experiência de disputar como caçula entre os candidatos ao governo do estado, com políticos veteranos?


				
					Candidato ao governo da Bahia, Giovani Damico promete 'educação qualificada' e critica modelo atual: 'Muito recurso mal utilizado'

Giovani Damico: É um desafio, mas é também um ponto necessário de tensão na nossa sociedade, porque ao mesmo tempo e eu sou jovem, mas já não tão jovem, já transitando ali para meus 30 anos. Mas a gente tem um processo de maturação social que sempre existe. Onde os jovens têm disponibilidade e disposição, um ímpeto para tocar nas questões de maneira mais radical e a gente sente que a nossa sociedade tem questões que precisam ser tocada de forma radical. E às vezes ao passar da nossa idade, a gente ganha experiência, ganha maturação, o que é importantíssimo, mas parte desse ímpeto, às vezes pode se transformar em um certo comodismo.

Então a nossa juventude está sendo mais clara, com nossa experiência científica inclusive. Nós temos uma chapa com um doutorando e com um mestre, mas ao mesmo tempo profundamente enraizados em movimentos sociais, então isso nos traz ao mesmo tempo esse ímpeto de juventude, que olha problemas com coragem de mexer, dizer tem ajuste estrutural para ser feito na segurança pública da Bahia e dá para fazer, tem ajuste estrutural para ser feito no SUS. E ao mesmo tempo a gente dialoga com a experiência.

A gente está dentro de um partido centenário. Não são poucas experiências, a gente tem Jorge Amado, que foi um membro do PCB, a gente tem Calos Marighella, que foi um menino do PCB, e a gente aprende. Por mais que sejamos um partido reconstruído, aprendemos com essa história, com a experiência de hoje na prática dos nossos professores, de nossos colegas. Nossa conversa tem sido de grande aprendizado candidato.

Emmerson José: Fala um pouco do seu candidato a vice João Coimbra.

Giovani Damico: Eu e João Coimbra temos construído uma chapa que desafia, inclusive, certos parâmetros da institucionalidade e a gente fala isso 'numa boa'. A institucionalidade separa Governador e vice, como se você tivesse uma figura que está na frente e uma figura que ajuda ali de vez em quando. A gente vem encarando, porque só a chapa majoritária, mas a nossa própria concepção de política, ela pensa que a construção política ela tem que ser muito mais coletiva.

João Coimbra está aqui com a gente pensando discutindo. Porque se eu tenho ao meu lado um advogado criminalista, com experiência em Direitos Humanos, formados nos Estados Unidos, no programa de Direitos Humanos Internacional, com vasta experiência em conhecer as comunidades indígenas e quilombolas, doutorando em estudos africanos - e nós estamos na Bahia o estado mais Negro do Brasil, a capital mais Negra fora da África -, então nós temos uma série de questões históricas que a gente precisa trazer à tona.

E esse papel científico que a nossa chapa traz, mas profundamente enraizado em movimentos sociais, é essa característica do João Coimbra expressa isso, a nossa chapa como um todo expressa isso. Nossa chapa de deputados e deputadas também. Essa é uma chapa de militantes, mas ela é uma chapa de lutadores sociais de professores de cientista. Então a gente diz que com isso estamos juntando o que temos de melhor para oferecer para a população baiana.

Emmerson José: O senhor fala muito de diálogo, mas não tem nenhum representante do seu partido na Assembleia Legislativa. O diálogo lá é diferente do que o senhor está tendo comigo, com a população. como governar, caso o senhor seja eleito, sem nenhum membro do seu partido, nenhum deputado estadual ligado ao seu partido?

Giovani Damico: Nós temos um apoio político, dentro da Alba, que é o deputado Hilton Coelho, que acreditamos que será reeleito porque vem sendo um representante fantástico dos interesses do povo baiano. Mas a gente vem pautando o seguinte: existem espaços institucionais que precisam ser respeitados. O poder executivo tem certas prerrogativas que não podem ser confundidas com troca de favores, que não podem ser confundidas com as atribuições da Assembleia Legislativa, do Poder Judiciário.

Existe algum certo terreno de tensionamento porque no exercício da nossa função tem pontos que às vezes estão muito em zonas fronteiriças, mas nós entendemos que nosso principal pilar de apoio vai ser na população. A gente vem falando muito na nossa democracia aqui, essa é uma democracia participativa. Essa é uma democracia que chama a população à tomada de decisão e seus interesses, eles sejam pautados de maneira cotidiana, que a gente ative e crie novos espaços de fóruns, de comitês, de tomada de decisão pra discutir a questão da terra, a questão da água, questão da geração de emprego.

Então é por aí que a gente entende que a gente vai conseguir dialogar com os outros espaços de institucionalidade e temos certeza também que existirá uma abertura para perceber que bons projetos estão sendo pautados, que a população está embarcando e está acreditando no seu potencial. A Assembleia Legislativa vai ter abertura e sensibilidade para escutar e quando não, a gente tem também que ter certos enfrentamentos.

É papel também do Governo do Estado saber ter certos enfrentamentos e escolher quais são os enfrentamentos que estão do lado de nossos interesses legítimos, dos jornalistas, dos professores, dos trabalhadores da construção civil... e toda vez que a gente identificar um interesse legítimo a gente tem que estar disposto também a tencionar essa corda.

Emmerson José selecionou perguntas feitas por ouvintes da Bahia FM e Bahia FM Sul para serem respondidas por todos os candidatos.

Rogério, de Itabuna: Toda a nossa região aqui no Sul [da Bahia], não pode só viver de verão e festas. Aponte uma solução e cumpra se for eleito.

Giovani Damico: A gente tem uma solução, inclusive que já está em pauta no nosso programa. Quando a gente fala do processo de dinamização da nossa economia, a gente vem falando de integrar nossos polos produtivos. Primeiro com novos parques produtivos, e aí vem a ideia que a gente até discute um pouco de cooperativas.

A gente tem um potencial no sul do estado da Bahia, na produção do cacau, que hoje é sub explorado. A Bahia vem exportando cacau, e inclusive há muita dificuldade porque a gente tem uma infraestrutura ainda muito precária, mas a gente exporta cacau e a gente não beneficia. E quando a gente fala beneficiar esse produto agrícola significa a gente tirar diversas de suas potencialidades e não apenas um grão bruto e vender apenas o grão, vender apenas o pó do cacau. Isso significa que a gente tem produtos cosméticos a produzir com cacau, produtos farmacêuticos, a gente vai retirar antioxidantes do cacau e colocar isso em produtos farmacêuticos para serem vendidos. A Bahia tem uma condição a partir de um investimento público de dinamizar e criar novas formas de a gente fazer isso.

A UESC, por exemplo, vai ter uma série de pesquisas interessantíssimas. Então se a FAPESB criar linhas específicas de pesquisa e o governo do estado chegar junto para que a gente traga a capacidade das cooperativas seria instauradas, produzirem chocolate, produzirem cosméticos, para que a gente estabeleça a indústrias estaduais que criem os meios necessários pra gente ter insumos, para essas cooperativas operarem e mesmo pra gente trabalhar de maneira mais sistemática, essa integração de polos regionais a gente vai conseguir transformar e dinamizar esse sul da Bahia. A questão do turismo também tem questões próprias a serem trabalhadas, a gente tem ainda muita dificuldade de trabalhar uma infraestrutura adequada. E sem isso vem tendo problema acessar a região sul da Bahia, o extremo sul então fica ainda mais difícil.

A gente até hoje não conseguiu avançar na duplicação da nossa BR-101, é uma questão que o governo do estado pode chamar para si essa responsabilidade. Ele pode inclusive propor. A gente tem percebido que não existe ainda uma estrutura muito propositiva nessa relação do pacto federativo. E os governadores tem inclusive alguns fóruns de discussão, mas que ainda não são muito propositivos. Como que os governos estaduais e federais conseguem se integrar em casos como esse?

Eu queria trazer especificamente a questão de outros modais. O governo do estado da Bahia pode passar a investir nas linhas férreas, explorar melhor nosso transporte aquaviário. A gente tem um porto inclusive, na região Sul, na região de Ilhéus, que tem uma série de habilidade. Eles têm várias demandas locais que têm sido trazidas à tona e que são muito pouco observadas. Então se o governo chama para si a responsabilidade de discutir com qualidade outras alternativas de transporte, a gente vai certamente destravar o brilhantismo que a gente tem no Sul.

Karina, de Itaparica: Depois da Linha Verde, a Ilha ficou largada. Como mudar isso? E a ponte (Salvador-Itaparica), o senhor vai dar continuidade, caso seja eleito?

Giovani Damico: A ponte não é uma proposta minha. Eu acho que a ponte é uma proposta que a gente deve olhar por dois ângulos, ela tem bons potenciais, mas ela tem sido feita e pensada de forma problemática. Primeiro porque a população de Itaparica sofreu com um fenômeno de especulação imobiliária muito drástico. Entra ano, sai ano, você tem uma nova notícia de que a ponte vai se materializar. Diversos terrenos são comprados, a gente tem regiões que ficam abandonadas a serviço da especulação imobiliária.

A população não está sendo chamada devidamente a discutir o futuro da Ilha de Itaparica, o futuro do município de Vera Cruz, o futuro de Nazaré, o futuro de Jaguaripe, que também são impactados. Toda aquela região servida pela BA-001, não está sendo devidamente chamada discutir. a própria cidade de Valência, entre outras. Então a primeira questão é a gente fazer essa discussão substantiva de como que a gente integra melhor a nossa região do Baixo Sul. Um outro ponto a gente tem um transporte ferroviário que está sendo largado para segundo plano, tanto aquela rede que já integra o Recôncavo baiano, que vai chegar até a Alagoinhas, mas que passa por áreas que passam por Santo Amaro, que hoje está entregue às traças, a gente tem condição de reestruturar essas ferrovias a baixo o custo e integrar, porque não com o modal rodoviário.

A própria ponte de Itaparica, no seu projeto original, propunha a existência de trilhos para construção de trens de integração e o Governo da Bahia abdicou dessa proposta que não traria novos custos. A gente não pode continuar apostando todas as fichas no transporte rodoviário, até porque grande parte da população baiana não tem um veículo automotor. Então ter acesso aos trens democratiza o transporte, democratiza, inclusive, o turismo na ilha, o que vai criar um novo potencial para a população soteropolitana acessar a região e a população de toda a região do Baixo do Sul acessar a nossa capital de maneira mais rápida.

A viagem para o Sul da Bahia se torna uma viagem mais agradável e mais rápida se a gente consegue resolver essa questão, então dá sim pra gente concretizar essa ponte. A gente precisa melhorar esse estudo, melhorar essa aplicação e discutir com essa população local o que que ela tem de demanda urgente e quais são os problemas implementados até aqui rapidamente.

Emerson José: Qual é o seu olhar, candidato, para a saúde pública e para a segurança pública?

Giovani Damico: De maneira muito urgente, eu colocaria que a nossa saúde pública precisa recolocar suas prioridades e recolocando suas prioridades ela vai conseguir investir melhor. Vai conseguir fazer que os recursos existentes cheguem na sua devida finalidade. Então a gente precisa implementar uma rede de atenção primária, uma rede de atenção de saúde da família, que consiga fazer com que a população adoeça menos.

Se a gente investe mais em atenção primária, a gente precisa investir menos em atenção secundária e atendimento especializado, que é muito mais caro. Com isso, a gente desonera os cofres públicos e transforma essa atenção especializada em um mecanismo apenas para casos necessários. O que hoje não vem sendo a nossa regra. Então a gente tem uma gastança de recursos muito desregrados e onde a gente precisaria estar colocando melhor, a gente não tem conseguido fazer, junto com a questão da privatização dentro do SUS que tem transformado o que é para ser um serviço público fundamental, em uma mercantilização da saúde, o que onera os cofres públicos e piora os serviços ofertados. Além disso, faz com que muitas vezes muitas pessoas façam exames, tenham acesso a determinados procedimentos que não seriam necessários, o que só encarece a nossa saúde.

Quando a gente olha para segurança na Bahia, eu gostaria de dizer o seguinte: a segurança pública não pode ser pensada como um problema de polícia. Isso é algo que a gente tem repetido porque a segurança pública precisa ser pensada a partir da perspectiva de proteção da nossa população. A política hoje de estabelecida está tensionando a relação do poder público com a população. O nosso dever é fazer com que o poder público seja um agente de proteção e de investigação. Mas falar de Segurança Pública é garantir que os jovens tenham acesso à saúde, tenham acesso à educação, é um trabalho de qualidade, esporte, lazer e cultura. Cada jovem que vira um medalhista Olímpico é um jovem que deixa de entrar no crime. Cada jovem que tem acesso aos seus direitos reconhecidos ele deixa. de receber um convite da facção.

A oferta de empreendedorismo - já que a gente tem falado tanto essa palavra - que o crime vem fazendo é muito tentadora. Porque nossos jovens hoje estão completamente desassistidos. Como é que a gente desidrata o poder das facções do crime organizado? É garantindo para esses jovens que eles têm uma outra alternativa junta. A gente precisa trabalhar para impedir que o crime continue tendo seus recursos garantidos e o crime obtém recurso do tráfico de drogas, do tráfico de armas. Se a gente impede que essas duas portas de entrada, junto com seus recursos humanos, sejam esvaziadas a gente vai deixar de enxugar gelo. E aí a gente começa a falar de Segurança Pública para Bahia.

Considerações finais

Tenho insistido que a democratização da mídia ela é parte necessária da democratização da vida. Ao mesmo tempo que a gente tem que desmilitarizar a vida e ter um projeto de vida para o nosso país, a gente precisa ter acesso qualitativo da nossa população na tomada de decisões. E é isso que a gente vem se propondo.

A gente convida para que nossos ouvinte e telespectadores conheçam o nosso projeto. Não estaremos infelizmente na TV e no rádio, mas todos os convites de debate aberto que a gente vem tendo a gente vai para discutir projeto de Bahia. A gente vai mudar essa Bahia. Então conheçam nossas redes, Giovani com João Coimbra.

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