Histórias pitorescas costumam acontecer todos os anos, exatamente nesta época, durante festas de confraternização de empresas. Algumas rendem só boas risadas no dia seguinte, outras, muito constrangimento para quem protagonizou tais cenas e outras, consequências ainda mais graves, incluindo demissões. Por isso, é bom não encarar a festa de Natal da firma como a última oportunidade de se divertir de graça. As chances disso acabar mal são altas. O coaching empresarial e pessoal Ricardo Aderaldo Pinheiro, da IVE Treinamentos, lembra de uma história que aconteceu com uma conhecida. “Ela foi para a festa da empresa, bebeu demais e esqueceu que estava no meio de colegas de trabalho. Ficou com um rapaz que não conhecia, mas que trabalhava no mesmo prédio que ela”, conta. Aconteceu que, após uma ‘ficada completa’, que acabou num motel, o rapaz espalhou os detalhes da história para todos os colegas, e a moça acabou se demitindo por não aguentar os comentários maldosos. Para não passar por situação semelhante, Pinheiro aconselha que a pessoa tenha consciência ao beber. “Pode beber? Pode. Mas qual é o meu limite? Como eu me comporto quando eu bebo? É bom considerar essas variáveis”, lembra. O especialista também sugere ponderação ao dançar (nada de ir até o chão, nem subir no palco) ou paquerar de forma muito explícita o colega de trabalho. “O problema não é a festa. Na festa, é tudo divertido, mas a segunda-feira vai chegar e, com ela, os comentários”, lembra. E para fugir dessa ressaca moral, tem gente que inventa de tudo. Até atestado médico, como fez um agente administrativo. “Ele bebeu demais, deu em cima da chefe e no outro dia colocou um atestado para não ter que encará-la”, conta um amigo que presenciou a história. Em outro desses casos fantásticos que só acontecem em festa de confraternização, um administrador, que também bebeu além da conta, se bateu com a mãe de um colega (na festa podia levar convidados) e acabou ficando com ela. “Quando eles estavam no bem-bom, o colega entrou na cozinha e viu. Rolou a maior briga e acabou a festa de confraternização”, lembra outro funcionário da empresa.
Bom senso Casos como esses não são difíceis de ouvir por aí, mas ninguém quer protagonizar tais histórias. O consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz dá outros exemplos do que não fazer de jeito nenhum. Uma delas é bancar o ‘sem-noção’ na escolha do presente do amigo secreto. “Respeite o que foi estipulado para o amigo secreto. Fica feio tentar impressionar o chefe com presente megacaro, ou dar lingerie para a secretária”, aconselha. Segundo ele, outra coisa que pega mal é chegar muito atrasado na festa. Ou ir malvestido. “Não é só porque é festa, só porque é fim de ano, que você deve relaxar”. Tudo isso é péssimo para sua reputação na empresa, mas sabe o que é pior ainda? Não ir para a festa. “Para quem se sente ainda deslocado na festa, vá e deixe o chefe te ver. Dê um tempo e vá embora. Não pode deixar de ir ao evento, pega mal”. Isso porque o propósito de uma festa de confraternização não é a diversão pura e simples, como explica o coaching Ricardo. “Na festa, os gestores também estão avaliando o comportamento dos funcionários. Por isso, é importante pensar: ‘Que tipo de imagem eu quero passar?’, ‘qual é a roupa mais adequada para esse propósito?’”, ensina. Ele também lembra que essa é uma ótima oportunidade para se aproximar de outros setores e fazer networking (ampliar a rede de contatos estratégicos). Mas tudo com moderação. “Evite excesso de intimidades”, aconselha a advogada trabalhista Ariadne Santana, da BCM Advogados. “A festa também não é um bom momento para pedir aumento para o chefe. Melhor marcar um horário depois, dentro do horário de trabalho”. A advogada também lembra as situações em que o excesso do funcionário na festa pode resultar em demissão: “Normalmente gera só uma advertência, mas tem casos mais graves como usar drogas, danificar o patrimônio da empresa ou tirar a roupa, que podem dar numa justa-causa”. Para ilustrar, ela recorda de um caso que um amigo lhe contou. “Numa festa na casa de um dos sócios da empresa, a criatura bebeu tanto que ficou de cueca e mergulhou na piscina”, lembra. Nesse caso, o funcionário também tinha uma relação muito forte de amizade com os chefes e escapou da demissão. Mas, se esse não for o seu caso, melhor não tentar repetir o feito! E diante de tantas restrições, a advogada também lembra de enumerar o que você pode fazer na festa da empresa. “Pode conversar sobre futebol, novela e outros assuntos amenos. Pode contar piada. Pode beber, dentro do limite. Pode dançar, mas evitando ralar na boquinha da garrafa... a não ser que esteja todo mundo fazendo isso. Só não seja o primeiro”, diz. Compre o presente do amigo secreto sem dívida Dar um presente no amigo secreto da família já não é fácil. Imagine no da empresa, quando as chances de tirar alguém que você tem pouco contato são bem maiores. O perigo é, na tentativa de impressionar o chefe ou aquela colega de trabalho mais charmosa, você acabar metendo os pés pelas mãos e gastar mais do que deve. Para evitar problemas no momento de escolher o presente, o Instituto DSOP de Educação Financeira dá algumas dicas. Uma delas é sondar, por meio de conversas, quais são os reais desejos das pessoas. Muitas vezes se compra coisas caras, quando presentes baratos seriam mais interessantes. Outra dica é não deixar as compras para a última hora. Ir com tempo evita compras apressadas, nas quais se paga mais caro. E, antes de parcelar em mil vezes no cartão, lembre-se: esta também é uma forma de dívida.
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