O salário pode até ser atrativo, mas quando a empresa não oferece muitos benefícios, como plano de saúde e ticket alimentação, o trabalhador já começa desmotivado e pode até abrir mão da vaga. Segundo a última pesquisa Guia Salarial Hays, benefícios, além dos salário, são importantes para 97% das pessoas entrevistadas.
Frederico Almeida (nome fictício) trabalha há 10 anos na mesma empresa. Apesar de não receber um salário compatível com a sua função, ele permanece no local pelos benefícios que tem acesso. “Já recebi propostas de empresas que ofereciam um cargo maior, mas não tinham tantos benefícios”. Para Frederico, o plano de saúde é o principal fator que o faz continuar na companhia. “Já tenho família e não sou mais tão jovem, então não posso abrir mão disso”, justifica.
Segundo a advogada Elizângela Suzart, especialista em Direito do Trabalho, na hora de se candidatar a uma vaga de emprego, o trabalhador deve perguntar sobre os benefícios oferecidos. “Todas as dúvidas devem ser tiradas para que, após a assinatura do contrato, o trabalhador não seja surpreendido por informações não mencionadas na hora da entrevista”. Caso seja um momento de recolocação no mercado de trabalho, “o candidato pode aceitar as condições iniciais e, ao mostrar qualidades e experiência, a médio prazo pode tentar renegociar alguns benefícios”.
No momento da negociação, Gabriela Branco, analista de recursos humanos da Guapo RH, afirma que o ideal é que seja argumentado tanto as dificuldades que levam o trabalhador a solicitar o benefício, até a sua importância para a empresa, caso ele já tenha sido contratado. Além disso, ela diz que a ideia deve ser levada para o setor de Recursos Humanos, que encaminhará a demanda para os gerentes de empresa. “Hoje, o RH possui um novo modelo de gestão que traz a qualidade de vida do funcionário para que ele possa render melhor e, por isso, essa negociação deve passar pelo setor”, justifica.
Benefícios diferenciados
Luís Fernando Martins, diretor da empresa de recrutamento Hays Response, afirma que a maioria dos benefícios corporativos já vem com negociação sindical. “Com exceção de cargos de gestão, eventualmente a companhia tem o poder de negociar”, diz. Contudo, as empresas estão mais abertas à negociação de benefícios como horário flexível, para levar crianças à escola, por exemplo, e acesso ao trabalho da própria casa.
Outro benefício que tem se tornado popular são os cursos de graduação ou pós-graduação oferecidos pela empresa, geralmente associados à movimentação de carreira. Em muitos casos, o trabalhador pode ter a oportunidade de assumir um novo cargo “mas o salário pode não ser tão interessante. Logo, a empresa coloca benefícios que não são diretamente financeiros, mas que tendem ao desenvolvimento” do empregado, diz o diretor da Hays.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!