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Coluna ValoRH: Crise e Oportunidade

Engenheiro Sérgio Sampaio faz panorama das expectativas do mercado financeiro para 2016

• 05/01/2016 às 15:05 • Atualizada em 29/08/2022 às 4:03 - há XX semanas

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Crise e OportunidadeAo contrário do ano que se passou, este início de 2016 já carrega a marca da crise, um termo que vem se tornando recorrente no noticiário. Uma vantagem em relação a 2015 é que pelo menos sabemos o que nos espera e por isto poderemos nos preparar melhor levando em conta uma perspectiva conhecida. No encerramento deste ano que se passou fomos bombardeados com o mantra que associa crise e oportunidade, que nos é apresentado como uma verdade baseada em uma “sabedoria milenar chinesa”.Tal mantra estaria baseado na afirmação de que o equivalente chinês para a palavra crise possui uma grafia simbólica que juntaria os símbolos gráficos chineses “oportunidade” e “perigo”. E daí vem sendo amplamente difundida a crença de que os chineses consideram crise e oportunidade como a mesma coisa, como se fossem os dois lados de uma mesma moeda. E, como veremos, trata-se muito provavelmente apenas de mais uma fantasia reforçada por vários profissionais de marketing.Não é preciso ir muito longe para nos defrontarmos com especialistas em mandarim que discordam francamente desta interpretação, denunciando esta concepção como resultado apenas daquilo que poderíamos chamar de "pensamento desejoso". Ou seja, devido a coincidências que ocorrem na escrita chinesa, chega-se a conclusões que não são propriamente exatas. Dito isto, convém tomar cuidado com “verdades” que são repetidas exaustivamente no noticiário e em palestras bem ao gosto e estilo de autoajuda.O mais correto, provavelmente, seria a atribuição da ideia de crise como um ponto crucial de virada. Alguns poderiam argumentar que "ponto crucial de virada" poderia muito bem significar "oportunidade", mas seria apenas isto, uma interpretação ocidental criada em discursos de políticos americanos que vai além do seu real significado. Tal interpretação não possuiria embasamento algum na “milenar sabedoria chinesa”, como afirmam linguistas especializados em mandarim, e é por isto que devemos fugir das armadilhas das simplificações e das frases feitas.Evidentemente, em toda a situação crítica a crise pode acabar significando uma oportunidade real para muitos segmentos. Imaginemos que no limite de uma crise, esta seja marcada pela guerra. Para os fabricantes de armas, a guerra sem dúvida é uma boa oportunidade para enriquecer vendendo armas, a despeito da morte de milhões. Contudo, a crise com que nos deparamos hoje, que passa ainda longe de uma guerra, representa sem dúvida uma ruptura, nada mais representando do que o esgotamento de um modelo de Estado Provedor.Certamente não devemos abraçar o desespero, mas é saudável e cauteloso evitar os mantras fáceis, baseados em ilusões, e a ideia de que não haverá sacrifícios impostos a todos, reconhecendo que será preciso um enorme esforço coletivo, enquanto sociedade, e também individual, para poder superar este momento, em que algumas qualidades serão mais valorizadas.Em tempos de crise, é fato que muitos perderão os seus empregos, mas isto não é inevitável. Uma boa estratégia é destacar-se da multidão, e uma das melhores formas de fazer isto é adotar uma postura positiva diante das adversidades, abandonando de vez o “coitadismo”, um mal que aflige muitos profissionais, que consiste em culpar os outros pela sua situação.Para começar, não chega a ser um esforço físico imenso simplesmente guardar o mau humor em casa e mostrar-se prestativo e cooperativo, dado que o simples fato de demonstrar uma atitude positiva diante da vida e do trabalho poderá ser de grande serventia em momentos críticos como este, e poderá até mesmo se mostrar uma valiosa qualidade que poderá contar a seu favor na hora de uma eventual decisão sobre cortes.Por outro lado, se você é um profissional liberal, como um fisioterapeuta, tomado aqui como um exemplo, cria-se o desafio de como fazer para lidar com um mercado onde os planos de saúde pagam cada vez menos e onde as pessoas possuem cada vez menos dinheiro para pagar uma consulta. A resposta pode ser encontrada quando nos depararmos com o exemplo do profissional que procurou expandir continuamente seus conhecimentos, mostrando-se capaz de efetivamente mitigar a dor de seus pacientes por meio da aplicação de técnicas avançadas. Este domínio de exclusivos conhecimentos é que permitiu libertá-lo do plano de saúde, destacando-o da multidão.Muitos profissionais liberais de várias áreas, como no exemplo acima citado, têm conseguido sobreviver, pelo simples fato de terem adicionado várias outras habilidades e especializações ao seu rol de competências. A oportunidade aqui é resultante do esforço aplicado na especialização e desenvolvimento de competências continuados que vão muito além do curso básico de graduação.A crise, portanto, pode significar que você deva sair da sua zona de conforto e conformismo, levando-o a buscar novas capacitações que atendam outras necessidades do mercado e da sociedade. E a adoção consciente de uma atitude positiva poderá ajudá-lo a pelo menos manter o seu emprego durante o período da tormenta.Há previsões pouco otimistas de que a crise atual será duradoura, porque não haveria disposição por parte dos líderes governantes de resolver uma crise que deveria ser somente do Estado. Para prosperar em um ambiente destes, será preciso buscar novas capacitações e especializações continuamente. Isto requer manter uma atitude positiva diante de qualquer adversidade, ainda que isto signifique trabalhar mais para ganhar o mesmo. Por fim, a crise é para todos, mas haverá oportunidades para alguns, e um bom começo é abandonar o “coitadismo”, buscando diferenciação pela ampliação incessante de suas habilidades.*Sérgio SampaioE-mail: [email protected] Consultor de TI da ValoRH. Engenheiro, empresário da área de Tecnologia da Informação, proprietário da IP10 Tecnologia.

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