Clubes de leitura, cursos on-line, blogs pessoais e até um canal no YouTube. Há um universo vasto de possibilidades para deixar o currículo mais atraente. As atividades extracurriculares chamam atenção por demonstrarem habilidades diversas dos estudantes. Para quem ainda não tem experiência profissional, essa é uma forma eficiente de começar a construir a carreira. Antes mesmo de conseguir o primeiro estágio, há muitas opções que deixam o histórico acadêmico - e pessoal - mais completo.
Os estágios durante a graduação têm ficado cada vez mais exigentes, muitas vezes pedindo que os estudantes já tenham experiências profissionais. Com isso, fazer o currículo se destacar na pilha entre todos os outros é uma maneira de driblar esses processos. Ao apresentar as funções já realizadas, candidatos têm a chance de mostrar o desempenho em diferentes campos e até mesmo um perfil de trabalho, como comunicação, inteligência emocional, organização pessoal e criatividade.
Para Luis Carlos Bittencourt, coordenador do curso de Jornalismo na Universidade Veiga de Almeida (UVA), o envolvimento com atividades fora da sala de aula dá novas perspectivas aos estudantes, seja esporte, iniciação científica ou extensão, resultando em desenvolvimento do espírito colaborativo e da visão crítica, algo que costuma chamar a atenção dos empregadores.
— A experiência marca e ajuda a consolidar a personalidade profissional do estudante. Os alunos têm uma variedade grande de ferramentas atualmente. No ensino superior, recebemos estudantes cada vez mais preparados para a prática. Quantos youtubers transformaram suas experiências em meio de vida e se tornaram influenciadores? Muitos. Um blog ou canal criado sem muita pretensão pode mudar a vida de uma pessoa. — aconselha Luis Carlos.
Confira as dicas:
1. Cursos on-line - Seja na sua universidade ou em outro lugar, investir em cursos on-line demonstra iniciativa nas suas áreas de interesse. A única dica é incluir a atividade no currículo apenas se for interessante para a vaga ou empresa
2. Cursos de idiomas - O inglês se tornou uma língua global, e dominar o idioma se tornou prioridade para os candidatos a estágios. Consultores de carreira, inclusive, aconselham o aprendizado de uma terceira língua, como espanhol ou francês.
3. Voluntariado - O voluntariado chama atenção dos recrutadores não apenas pelo trabalho social, mas pelas atividades desenvolvidas na ação, como liderança, organização pessoal, comunicação e até contabilidade.
4. Iniciação científica - Fazer parte de pesquisas na graduação expande os conhecimentos do estudante na área de formação e sugere aos empregadores comprometimento e engajamento.
5. Criar o próprio blog, canal ou projeto artístico - Quando executados de maneira mais profissional, projetos de comunicação revelam domínio de ferramentas digitais, boa apreensão da língua e até capacidade de improvisar, algo cada vez mais exigido pelas instituições.
6. Carta de apresentação - Ainda pouco usada no país, a carta de apresentação é bem vista por recrutadores, demonstrando que o estudante é atencioso e tem real interesse na oportunidade.
7. Esportes - Para quem foi atleta na adolescência ou é líder da equipe atlética, deixar isso claro na entrevista de emprego, ou até mesmo no currículo, pode ajudar o empregador a perceber aspectos como liderança, disciplina e espírito de equipe.
8. Ler bastante sobre a empresa - Para os especialistas, os candidatos ainda chegam muito despreparados nas entrevistas de emprego. É importante ler sobre a empresa, a atuação dela no mercado e refletir sobre como você combina com a vaga. O exercício pode até ajudar você a decidir se quer mesmo a oportunidade.
9. Intercâmbio - As experiências no exterior interessam o mercado de trabalho porque sugerem, de uma só vez, que o candidato domina um idioma estrangeiro, tem responsabilidade e adaptabilidade, assim como sabe lidar com a diversidade.
10. Associações de estudantes (grêmios, clubes de leituras e empresas júnior) - Os grêmios estudantis e as empresas júnior mostram aos recrutadores que o aluno está envolvido em projetos da própria comunidade, sendo uma maneira eficaz de desenvolver relacionamento interpessoal e noções de administração.
Especialista em recolocação profissional da Ricci Assessoria de Carreira, Claudio Riccioppo de Moraes alerta para a famosa “encheção de linguiça”, lembrando que os recrutadores leem centenas de currículos por processo seletivo e enfeitar demais a candidatura pode até diminuir as chances do candidato.
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— Por meio de casos de vida e atividades, o estudante demonstra como já administrou equipes, concorreu com pessoas, lidou com verbas, usou a persuasão e desenvolveu empatia. A iniciação científica é ótima para a própria história, mas há outros detalhes que eu guardaria para a entrevista. Você pode adicionar um esporte ou projeto pessoal, mas se perguntando se isso é mesmo necessário para a vaga, até porque já vi pessoas convidadas para empregos sem apresentar currículos — conta Claudio.
*Conteúdo da Universidade Veiga de Almeida
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Redação iBahia
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