Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, publicada pelo American Sociology Journal, confirmou o que muita gente já imaginava: os gays assumidos tem menos 40% de chances de conseguir emprego. O estudo foi iniciado quando o pesquisador Andras Tilcsik montou dois currículos praticamente idênticos e os enviou para mais de 1.700 vagas de empregos. Num dos perfis criados ele mencionou que já havia tido experiência como tesoureiro numa entidade gay na época da universidade. Já no outro, ele listou o trabalho na Aliança Progressista e Socialista.
O resultado imediato foi que com "currículo não-gay", ele teve 11,5% de retorno para participar de entrevistas. Em contrapartida, o outro currículo teve apenas 7,5% de retorno. A diferença equivaleria, no conjunto total, a uma chance de 40% maior do requerente que não revelou que era gay ser contratado pelo potencial empregador.
"Os resultados indicaram que os homens gays encontram barreiras significativas no processo de contratação, porque, no ponto inicial de contato, os empregadores tendem mais rapidamente a desqualificar os candidatos que se declaram abertamente homossexuais, ainda que eles sejam igualmente qualificados aos heterossexuais", informou Tilcsik.
Apesar disso, não se pode desconsiderar o ponto de referência do estudo e o seu alcance. No caso específico dos Estados Unidos, a diferença é ampliada quando se compara o Sul e o Centro-Oeste (Texas, Flórida, Ohio) à estados como Califórnia, Nevada e Nova York. "Isso, entretanto, não significa de maneira nenhuma que não há exista discriminação nesses estados", ponderou Tilcsik.
Quando as vagas de emprego em questão exigiam um perfil que coincidia mais com a imagem do homem heterossexual, as chances dos candidatos gays caíam ainda mais. Isso levou o pesquisador a concluir que a discriminação está também fincada na imagem que a sociedade tem dos homossexuais e não simplesmente numa mera antipatia. Além disso, ele também apontou que os empregadores associaram o currículo-gay com grupos de esquerda e com posições supostamente divergentes ao perfil político da empresa. Isso também levaria a rejeição na hora de escolher o novo trabalhador.
*Com informações de agências internacionais
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