Portados comumdiploma e com pouco tempo no mercado, jovens brasileiros com menos de 30 anos nutrem altas expectativas sobre seu futuro profissional. É o que revela pesquisa recente da Page Personnel, consultoria especializada em recrutamento e seleção. De acordo com o levantamento, 78% dos profissionais neste perfil pensam em mudar de empresa caso não subam de cargo em dois anos. “Paciência não é a maior característica dessa geração. Eles são ambiciosos e querem fazer tudo ao mesmo tempo, mas precisam se adaptar à realidade”, diz Luís Fernando Martins, gerente executivo da consultoria. Segundo ele, não são as empresas que estão promovendo menos e, sim, os profissionais que estão mais ansiosos para crescer nas organizações. “Se o pai desse jovemse tornou diretor em 20 anos, ele quer chegar à mesma posição em cinco”. Para a gerente de Estágio e Novos Talentos do IEL, Edineide Lima, a razão dessa ansiedade está na agilidade que circula a informação depois da popularização da internet. “As pessoas querem que essa rapidez e repita em todas as áreas da vida, até na profissional”, diz. O caminho para evitar a criação de expectativas superestimadas, segundo Edineide, é o diálogo. “Tem que haver transparência na definição das regras, quais são as perspectivas de crescimento e metas a serem cumpridas”, diz a gerente do IEL. Martins explica que o jovem que se sente insatisfeito com o trabalho deve dividir suas aflições como gestor. O problema é quando o jovem se vê como um “bom profissional” sem buscar a qualificação. “É um discurso vazio, de quem quer sem ter preparo”, explica a diretora executiva da Véli Soluções em RH, Margot Azevedo. Mas isso não se aplica a todos os jovens. “Tem muita gente que busca uma formação além da graduação, como pós ou um MBA. São pessoas focadas em aprendizado”, conta Margot. EMPRESAO gerente da consultoria lembra ainda que a contrapartida das empresas é necessária. O gestor, diz ele, também deve buscar o diálogo e estabelecer as metas de cada funcionário. Mesmo depois de ser promovida na empresa de call center que trabalhava, Jaciene Oliveira, 26 anos, não sentia que podia crescer no trabalho e deixou o emprego. “Passei um ano e quatro meses, me tornei supervisora, mas só cresceria mais se tivesse amizades. Não seria por meritocracia”, relata Jaciene. Outra profissional insatisfeita que não quis se identificar reclama da falta de definição de metas. “Não tinha previsão de ser promovida. Havia chance,mas eram muitos funcionários para poucas vagas". Matéria original Correio 24h
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