Veja como garantir rendas extras de olho na aposentadoria

O ciclo de vida laboral, aquele que despende dedicação, esforço e tempo do trabalhador, costuma iniciar aos 20 anos, quando se começa a ganhar dinheiro. Depois, atinge sua maturidade e ápice de remuneração entre os 30 e 50 e enfrenta o seu declínio por volta dos 60 anos em média. O resultado dessa força de trabalho é chamado de renda ativa. Com base no ciclo produtivo dos trabalhadores, sabe-se que a maioria dos aposentados recebe renda menor do que quando estava na ativa, especialmente aqueles que não contam com previdência complementar ou outras fontes de plano. Para garantir um bom pé-de-meia para a velhice e continuar tendo uma fonte de recursos, especialistas recomendam que, ao longo da vida, parte do salário seja investido em aplicações seguras, proporcionando as chamadas fontes de “renda passiva” para o futuro. Essa renda nada mais é do que deixar que o dinheiro faça todo o trabalho. “Um dia, você poderá ser forçado a deixar de trabalhar, ou simplesmente tomar essa decisão, e, por conta disso, deve buscar formas de iniciar ou aumentar seus ganhos com rendas passivas”, explica o educador financeiro Álvaro Modernell. O sócio-fundador da Mais Ativos considera que o montante a ser separado mirando o futuro deve ficar entre 10% e 20%. “De todo o dinheiro recebido, a qualquer título, uma parte deve ser direcionada para uma reserva de poupança e, adiante, seguir para investimentos ao perfil e objetivos de cada um.” O assunto tem tanta importância que países desenvolvidos possuem legislação específica sobre a previdência social, tradicional forma de renda passiva. Entretanto, esse modelo já se mostra ineficiente dado o aumento da longevidade da população somado à incapacidade de sustentar todos os beneficiários com os recursos acumulados. A previdência complementar surge dessa necessidade, porém, Modernell relata que são poucos os beneficiados por ela. “Como a maioria dos trabalhadores não recebe boa renda nem educação financeira ou previdenciária adequadas, poucos serão beneficiados por ela. Atualmente pouco mais de 3% da população brasileira possui previdência complementar.” “Além disso, se considerarmos que muitos contribuem com parcelas mínimas e não possuem outros investimentos, quase a totalidade dos brasileiros que mantém essa modalidade de renda passiva precisará de outras alternativas para suprir as suas necessidades”, adverte o especialista. Veja algumas opções de fontes de rendas passivas: Aluguéis - Uma boa estratégia é diversificar em pequenos imóveis em vez de grandes, pois os menores têm redução de risco de concentração e permitem mais flexibilidade ao investidor. Juros – O que se faz geralmente é acumular dinheiro em aplicações financeiras durante a fase da capitalização, economizando, poupando e investindo, até atingir um bom volume de capital. Na aposentadoria, os aportes podem parar, mas o dinheiro continua rendendo juros e podem ser feitas retiradas para complementar a renda mensal ou realizar sonhos acalentados. Dividendos – Uma boa alternativa é incluir na carteira de investimentos ações e papéis de empresas que costumam pagar dividendos. É preferível apostar em empresas tradicionais, mas que se renovam, o que garante longevidade. Modernell lembra que este é um investimento de longo prazo: “O sugerido é a compra gradual, buscando a formação do preço médio”. Talentos pessoais – Hobbies podem se transformar em fontes de renda. Talentos pessoais como músicas, livros e desenhos podem ser lucrativos. Informe-se sobre Direitos Autorais, que também podem ser ótimas fontes de rendas passivas. Redes de contato – Neste caso, procure marcas que invistam em redes de relacionamento e ofereçam oportunidades para geração de rendas passivas. “Os líderes de equipes de vendas investem na conquista de novos vendedores e colhem um pouquinho sobre as vendas de cada um”, explica o diretor da Mais Ativos. Internet – Blogs, sites, portais e redes sociais que atraem internautas geram também publicidade (e, consequentemente, dinheiro). Seja criativo e encontre seu espaço. Franquias – Em vez de pensar em ser franqueado, há a possibilidade de se tornar um franqueador e olhar pelo outro lado da moeda: trabalhar para construir uma marca e modelo de negócio de sucesso, a ponto de outras pessoas pagarem para serem franqueados. Sobre Álvaro Modernell Especialista em educação financeira, diretor da Mais Ativos, palestrante e autor de vários livros, projetos, cartilhas e artigos sobre o assunto. Entre suas obras estão Zequinha e a porquinha Poupança, O pé de meia mágico, O Poço dos Desejos, Paulina e o Ipê-amarelo, Versinhos de Prosperidade, O Tesouro do Vovô, Quero ser rico e Tem que pagar? Quanto custa?