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Especialista responde: anticoncepcional prejudica fertilidade?

O uso contínuo da pílula pode mascarar eventuais problemas de infertilidade

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15/04/2015 às 10:50 • Atualizada em 01/09/2022 às 22:17 - há XX semanas
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Um dos principais mitos da fertilidade feminina é que o uso prolongado de pílula anticoncepcional pode acabar prejudicando a fertilidade. Não existe prova científica para afirmar que esta influência realmente existe. No entanto, o que muitas vezes ocorre é que o anticoncepcional mascara a saúde reprodutiva ao simular um ciclo menstrual regulado, algo que proporciona a sensação que o organismo está funcionando bem, mesmo quando não esteja. Com o avanço da idade a mulher vai perdendo capacidade reprodutiva, o que às vezes coincide com o momento que ela deixa de tomar o anticoncepcional para engravidar, depois dos 30 anos. “Por isso é muito fácil fazer a associação que a fertilidade foi debilitada com o uso da pílula, quando o que está acontecendo é que a reserva ovariana, ou seja, o estoque de óvulos que a mulher possui desde antes do seu nascimento, está perdendo quantidade e qualidade”, explica Dra. Isa Rocha, especialista em reprodução humana do IVI Salvador, e conclui “como hoje em dia as mulheres na faixa dos 30 e 40 estão em boa forma, acreditam erroneamente que o sistema reprodutivo se conserva tão bem quanto elas”. Um dos principais fatores da queda da reserva ovariana é a idade, já que existe uma relação inversamente proporcional entre a idade da mulher e o número e qualidade dos seus óvulos. Apesar de não poder impedir o natural envelhecimento e perda de óvulos, a mulher pode evitar a aceleração desta perda mantendo hábitos saudáveis e/ou optar por congelar seus óvulos (vitrificação), de forma que conservem a qualidade do momento de seu congelamento por tempo indeterminado. Dicas para quem está planejando ter filhos: - Faça um check up: Atualize a carteira de vacinação, verifique a pressão, diabete, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e todos os exames ginecológicos de rotina. Comente com seu ginecologista que está planejando a gravidez, desta forma ele pode também avaliar sua reserva ovariana e identificar a eventual necessidade de algum cuidado especial. - Tome ácido fólico: Segundo recomendação do Ministério da Saúde, é preciso tomar suplemento de ácido fólico antes e durante os primeiros meses de gravidez para reduzir o risco de malformações do sistema nervoso central do feto e outros defeitos congênitos. A recomendação da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) é que a mulher consuma 400 microgramas por dia de ácido fólico durante pelo menos um mês antes de engravidar (melhor que sejam três meses) e ao longo do primeiro trimestre de gestação – período em que o tubo neural está em pleno desenvolvimento. - Vigie seu peso: Estar muito abaixo ou acima do peso ideal pode dificultar a capacidade de engravidar e também a efetividade de tratamentos de fertilidade. Segundo o estudo realizado pelo IVI “Obesidade feminina: consequências a curto e longo prazo na descendência”, o excesso de peso, além da dificuldade de conseguir a gravidez, pode afetar o desenvolvimento normal da gestação e a saúde dos descendentes. “Procure ajuda de um nutricionista”, recomenda Dra. Isa, “pois não basta emagrecer de qualquer forma, dietas muito restritivas podem prejudicar a assimilação de substâncias necessárias para manter uma boa saúde durante a gravidez”. - Não fume: Apesar que dos riscos do cigarro são amplamente difundidos, é preciso reforçar que atualmente 13% dos casos de infertilidade estão ligados ao cigarro, fumar reduz 25% da fertilidade da mulher. Quando consegue engravidar, a mulher que continua fumando pode prejudicar a saúde de seus descendentes segundo estudo “O impacto de fumar cigarro na saúde dos descendentes” realizado pelos doutores Sergio Soares e José Bellver, ambos do IVI. * Conteúdo produzido e enviado pela IVI e de inteira responsabilidade do parceiro

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