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Tá com saudade? Relembre o roteiro típico dos foliões

Por conta da pandemia do coronavírus, festas, shows e aglomerações não estão liberados, mas isso não significa que o baiano não pode olhar para sua 'Baianidade Nagô' com muito carinho e saudade

Redação iBahia • 14/02/2021 às 19:57 • Atualizada em 30/08/2022 às 1:19 - há XX semanas

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Indo na contramão do hit 'Vou te Amar o Ano Inteiro', de Bell Marques, a folia de lei não acontecerá no carnaval 2021 e está permitido amar inclusive em fevereiro. Por conta da pandemia do coronavírus, festas, shows e aglomerações não estão liberados no mês mais aguardado por muitos, mas isso não significa que o baiano não pode olhar para sua 'Baianidade Nagô' com muito carinho e saudade.

Para dar um tchau nessa tristeza, o iBahia conversou com foliões de carteirinha, e relembrou um roteiro típico carnavalesco. Confira!

Foto:Carol Garcia/GOVBA

1. Primeira parada: Avenida Sete

Fim de janeiro combina com promoção, e a frase "foi quase de graça na Avenida Sete" parece comum até mesmo em tempos onde a gasolina custa quase R$ 6. Com as liquidações frequentes no começo do ano e a grande variedade de lojas e itens disponíveis, a passagem na avenida mais famosa da cidade para comprar glitter, fantasia e outros acessórios é praticamente um ritual para quem quer curtir a folia bem estiloso, mesmo sabendo que, após horas atrás do trio, não sobra um pedaço de brilho no rosto para contar a história.

2. Engana-se quem pensa que a folia tem início apenas na quinta-feira

Fevereiro é considerado o mês mais festeiro de todo o ano. E motivos para isso não faltam. Após prestar as oferendas à Rainha do Mar em 2 de Fevereiro, é hora pintar o nariz de vermelho e curtir a noite dos palhaços, depois seguir para os bloquinhos no Carmo, curtir o fuzuê, furdunço, dançar até o chão no pipoco de Leo Santana e aproveitar as fanfarras.

Energia e fígado para aproveitar mais seis dias de farra? O designer gráfico Gabriel Nunes garante que só se vive uma vez. "Sempre aproveito como se fosse o último fevereiro. Vou para tudo e não tenho problema nenhum em assumir a ressaca do dia seguinte, ruim seria não nascer na Bahia", destaca.

3. BaianaSystem no Furdunço: um evento que merece destaque especial

Nos momentos mais inesperados, porém certeiros, as rodinhas se abrem e, ao som de "é só amor", milhões de foliões pulam, gritam e se misturam. Na pipoca de BaianaSystem, a regra é básica: tirou os pés do chão, já foi. Você é arrastado por desconhecidos que, muitas vezes, até mesmo nas horas de agonia, não perdem a oportunidade de ajudar uma criança perdida ou alguém que não suportou o calor.

"É absurdo o respeito que existe, as pessoas param para você amarrar o tênis e todo mundo pula em sincronia", reforça a estudante Rafaela Magalhães.

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4. Calor no coração, a festa vai começar e a gente precisa se encontrar


Em tempos não tão distantes, já era hora de colocar glitter no rosto, vestir a fantasia, calçar o tênis mais antigo e descer para o circuito. Onde se encontrar com a pessoa que você deu match no aplicativo? Opções não faltam. Morro do gato, Sabino Silva, Farol e Cristo da Barra... Estes são os points mais conhecidos e, se você está em busca de um “vale-night” e pretende dar sumiço em alguém, melhor nem passar por perto dessas áreas.

5. Hora do lanche: carnaval também é gastronomia

Bateu a larica no meio da pipoca? Na Sabino Silva ou ruas atrás da Barra/Ondina, se localiza uma série de barraquinhas gastronômicas, para todos os gostos, bolsos, encantos e axés. Para quem não abre mão do dendê, é possível comer acarajé por apenas um real. Para os carnívoros, churrasquinhos, hambúrgueres e coxinhas. Para os gourmets, seria um crepe capaz de satisfazer a busca por luxo? Por fim, quem deseja chegar em casa já "tomado café", opções de escondidinho, feijoada e mistão não faltam.

“É meio que um rito para mim comer essas comidas. Eu amo aquele mistério de saber se a comida tem boa procedência ou não. Fico naquela tensão de comer na quinta e com medo de, no sábado, acordar com Piriri e não conseguir voltar para o circuito”, destaca o estudante de comunicação João Gabriel Lima.

6. Cortejo Afro:

Foto: Camila Souza/GOVBA


Carnaval também é símbolo de resistência na Bahia. Criado em 2 de julho de 1998, o Cortejo Afro reafirma os valores e aspectos da cultura negra no estado e, anualmente, se apresenta com a releitura de sons e ritmos que ditam a frequência estética. A fim de levantar as expectativas do público, o grupo também realiza ensaios durante o verão, geralmente no Pelourinho. Frequentador do carnaval desde que se entende como gente, o enfermeiro Fernando Dias deixa de seguir qualquer pipoca para acompanhar o cortejo. “É um momento único, me sinto representado e esperançoso de que tempos de igualdade virão”, explica.

7. Sobe no passeio que o pagodão tá na área

Na grande mistura de ritmos que o carnaval de Salvador representa, o pagodão tem lá seu valor. E não é por acaso que dizem por aí que é para subir no passeio quando o Kannário tá na pista. O cantor e grupos como “Parangolé”, “Leva Noiz” e “La Furia” são conhecidos por promover pipocas capazes de “fazer o chão tremer” e já emplacaram hits como “Ela não quer guerra com ninguém”, “Liga da Justiça”, “Rebolation” e “Maloqueiro ousado”, eternizados na memória dos foliões.


8. Nem só de Barra/Ondina vive o carnavalesco: Campo Grande e outros points

Foto: Elói Corrêa/GOVBA

Falar que a Barra fica muito longe não pode ser uma desculpa para deixar de curtir a maior festa do ano. Além do tradicional circuito, outros bairros também contam com uma programação festiva no período, como a Boca do Rio, Cajazeiras, Itapuã, Liberdade, Centro Histórico, Rio Vermelho e Plataforma.

E não é que existem opções até para quem curte ritmos diferentes do axé? O Palco Rock, por exemplo, já trouxe artistas como Louder, Metacros e Madness Factory. Além disso, é no Campo Grande, circuito mais antigo, que saem blocos infantis como "Algodão Doce" de Carla Perez, uma das pipocas de Ivete e muito mais.

9. Hora de ir embora: dar virote ou pegar um engarrafamento?

Chega um momento em que os trios precisam se recolher, os ambulantes se resguardam para o outro dia e as ruas passam por um processo de higienização e preparo para o próximo dia. É a triste hora de ir embora. Ou talvez dormir por ali mesmo.

Para facilitar a vida de quem pretende resgatar as energias "dendicasa", a prefeitura costuma disponibilizar ônibus e metrô gratuito, e quem optar por esses meios de transporte ainda pode dar de cara com a possibilidade de viver outro carnaval no caminho. É que alguns foliões não perdem o ânimo e seguem embalando hits carnavalescos que até o engarrafamento fica menor.


10. Arrastão, lembranças e o gostinho de "quero mais" que fica

Para varrer todo o cansaço e renovar as energias, o arrastão da quarta-feira de cinzas representa um "até logo" de uma das festas mais aguardadas do ano. E quem diria que o próximo carnaval não será em fevereiro de 2021? Na saudade do próximo encontro, felizes eram aqueles que, após uma aglomeração, tinham plena certeza de que sintomas como coriza, dor de garganta e, na pior das hipóteses, febre, não passavam de um mero resfriado. Para muitos baianos, o desejo para 2022 não poderia ser diferente: o fim da pandemia celebrado atrás de um trio elétrico.

"Me arrepio só de falar em carnaval. Lembro do ano que eu e um amigo pechinchamos um bocado em um bloco. Mas depois saímos dali e vimos uma multidão que se aproximava: eram os trios de Psirico e de Carlinhos Brown. Era uma pipoca de verdade, um organismo que envolve e que abraça, só sabe quem já foi. Que no próximo ano a gente possa viver tudo isso de novo!", pede o estudante de medicina Daniel Barroso.

*Sob supervisão da repórter Isadora Sodré

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