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Cabelos estão na mira dos bandidos; megahair pode custar R$ 3 mil

Menina de 14 anos teve os cabelos roubados durante assalto em Mussurunga. Adolescente que roubou o cabelo foi descoberta através do Facebook

• 28/02/2013 às 8:03 • Atualizada em 27/08/2022 às 3:22 - há XX semanas

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Se você tem uma cabeleira de fazer inveja e alguém vier em sua direção com uma tesoura, fuja. De acordo com comerciantes do ramo, os casos de mulheres que são forçadas a entregar os cabelos a assaltantes são mais comuns do que se imagina. A “modalidade” de roubo ganhou repercussão com o caso de uma estudante de 14 anos que teve a cabeleira roubada por outra adolescente, 17 anos, em Mussurunga, como o CORREIO mostrou nesta quarta. Segundo a família da vítima, a autora do crime já tinha planos: fazer um megahair.
Lojas vendem cabelo de todo tipo, mas cliente tem que ir cortar lá (Foto: Robson Mendes)
Poder revender a mercadoria roubada sem ser descoberto é um dos motivos para o crescimento deste tipo de crime, na opinião de quem trabalha com a venda (lícita) de cabelos. “Quando os policiais vão descobrir, o cabelo já foi até vendido”, diz a gerente da loja Madeixas Cabelos Naturais, Leona Santana. “Clientes chegam aqui para comprar o cabelo depois de passar por um assalto. Já teve uma até que foi assaltada no Estádio de Pituaçu”, lembra Leona. Na loja que ela gerencia, um megahair custa, em média, R$ 700. Os mais longos podem variar de R$ 1 mil a R$ 1,8 mil. “É um pouco caro para a realidade de algumas pessoas, então, às vezes eles (os assaltantes) já têm clientes certas para vender”. Loiras naturais devem tomar ainda mais cuidado. Para ter o cabelo com a cor menos comum, tem gente que paga até R$ 3 mil. O mais popular, ainda assim, é o castanho cacheado. “É o mais cobiçado, estilo Taís Araújo”, revelou Leona. MedoFoi justamente por ter cabelos cacheados que a operadora de caixa Daiane dos Anjos, 27, foi mais uma vítima deste tipo de crime, no ano passado. Dona de cachos castanhos que iam até a metade das costas, ela foi surpreendida dentro de um ônibus que pegou no Terminal da França. “Eu estava dormindo, daí ele sentou no banco atrás de mim e disse que era um assalto”, contou. Segundo Daiane, o bandido mandou que ela descesse no ponto de ônibus seguinte. Assustada e sem entender o que estava acontecendo, a jovem obedeceu. Já na rua, o homem ordenou que ela parasse de andar. “Achei que ia levar minha bolsa, mas ele veio, amarrou meu cabelo e cortou”, lembra. O homem não estava armado, mas ameaçou Daiane. “Ele mandou eu ir embora andando, sem olhar para trás e disse que tinha um amigo na esquina que me daria um tiro na cabeça se eu me virasse”, conta Daiane. Hoje, os cabelos naturais da operadora vão até os ombros e ela usa megahair para aumentar o volume. “Foi traumatizante. Não quero mais cabelo grande”, desabafa Daiane, que chegou a registrar queixa na 11ª Delegacia, de Tancredo Neves. Segundo Edna de Jesus, proprietária da loja Black and White, no Orixás Center, os roubos de cabelo não são recentes. “Já teve uma moça que chegou chorando aqui, porque levaram o cabelo dela na raça. E outras lojas já foram assaltadas, perderam tudo”, afirma. Em seu estabelecimento, a empresária só vende cabelos de quem aparece para vender lá mesmo. “Mas o mercado já não dá mais lucro como antes”, lamentou. Tem quem diga que nem tem valido a pena para os comerciantes. “A gente compra um cabelo por R$ 500, cortando direto da cliente, e acaba vendendo por R$ 650”, exemplificou a gerente de outra loja no Orixás Center, Maria Marlene dos Santos. “Estamos praticamente trocando dinheiro”. A visão de Maria, entretanto, não é a mesma dos ladrões. De acordo com comerciantes do Orixás Center, onde funcionam mais de 15 lojas de megahair, três estabelecimentos foram roubados nos últimos meses. Em 2011, a loja Kaki foi arrombada. Na época, os proprietários contaram um prejuízo de R$ 30 mil em cabelo. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, não existe um levantamento específico sobre roubos de cabelos porque o crime é registrado como qualquer outro roubo.
Adolescente teve o cabelo cortado em assalto em Mussurunga (Foto: Reprodução)
NegócioEnquanto muitos comerciantes reclamam das vendas, quem quer lucrar com o próprio cabelo tenta aumentar o preço. A estudante de Comunicação Manuella Cardoso, 20, pretende ficar até dezembro sem cortar os fios. “Fui para São Paulo no Carnaval e vi muitas pessoas com placas dizendo que compravam cabelos. Daí, tive a ideia”, conta ela, que está com os cabelos quase na cintura. Com as madeixas loiras e onduladas, Manuella pode acabar ganhando bastante dinheiro, mas vai ter que ser boa de negócio. Na loja e salão de beleza Mistex, a proprietária, Nilda Gouveia, diz que não há uma tabela fixa com valores. “Às vezes eu compro um cabelo por RS 100 e vendo por R$ 300, por exemplo. Às vezes, só R$ 200. Então vai variando. Depende do cabelo”, conclui. Matéria original do CorreioCabelos estão na mira dos bandidos; megahair pode chegar a R$ 3 mil

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