Água mole em pedra dura. O chute de Juninho é conhecido. O pior cego é aquele que não quer ver. O cara bate bem na bola. Para seu azar, porém, vinha encontrando verdadeiras muralhas pela frente. Quem não se lembra da defesaça de Caíque, goleiro do Vitória, no Ba-Vi da Fonte Nova, uma semana antes.
O clássico estava 0x0 quando Juninho colocou com força na direção do ângulo. A torcida tricolor já quase comemorava. Mas, no futebol, apressado come cru. Caíque foi buscar de forma impressionante. Por essa, e muitas outras, Juninho passava em branco em todo o Campeonato Baiano. Nada de gol. Mas ontem seria diferente.
Parecia que a sina se repetiria contra o Bahia de Feira. Logo aos cinco minutos, Zé Roberto recebeu pela esquerda, arrancou com a bola e fez o passe para Juninho. Da entrada da área, o meia mandou uma bomba. O goleiro Waldson, com um olho no peixe e o outro no gato, espalmou para fora. Seguro morreu de velho.
Camisa 10 da equipe do técnico Doriva, Juninho é responsável por controlar o meio de campo tricolor |
Sem chorar pelo leite derramado, Juninho continuou tentando. Se a bola sobrasse para ele, arriscava. Um dos chutes esbarrou na defesa. O outro, na cobrança de falta, bateu na barreira. O campo dificultava seu futebol mais técnico. Uma prova de que, nem sempre, em terra de cego quem tem um olho é rei.
“É um campo complicado para jogar. Difícil tocar a bola. Temos que finalizar sempre”, disse, no intervalo da partida. Veio a segunda etapa e Juninho era o protagonista nas cobranças de falta, de escanteio e nos chutes a longa distância.
Foi quando Hayner ajudou a aliviar a pressão fazendo 1x0 após entortar o zagueiro pela direita. O goleiro Waldson, que tanto atrapalhava a vida de Juninho, tentou antecipar o cruzamento e ajudou a botar a bola pra dentro. Camarão que dorme a onda leva. Minutos depois, o estádio Pedro Amorim, finalmente, testemunharia do que o pé de Juninho é capaz.
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