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Chiavegatto: 'quem passar por perto terá uma ideia da obra' |
“Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar. Foi um tempo de aflição, eram quatro condução, duas pra ir, duas pra voltar”. Os versos da música Cidadão, composição de Lúcio Barbosa famosa na voz de Zé Ramalho, ilustram a rotina dos operários que trabalham na construção da Arena Fonte Nova. Mas, ao contrário do personagem da canção, todos esperam poder frequentar com orgulho o estádio que, por ora, só existe nas plantas de engenharia.Renildo da Silva é um deles e também guarda outra diferença do operário da música. Ele acorda cedo e vai a pé para o trabalho. Não precisa pegar ônibus. De onde mora, na Federação, são 30 minutos na paleta. Antes de pegar no pesado, passa no refeitório. Três pães e um copo de café com leite depois, é hora de escrever o nome no futuro do esporte baiano.São 7h30 e a jornada de 10 horas de trabalho está apenas começando. Renildo tem motivação de sobra. “Pra mim é um orgulho, uma satisfação enorme trabalhar aqui”, diz o operário de 41 anos, pai de quatro crianças. A relação de afeto com o local não é de hoje. “Sempre vinha pra cá ver meu Bahia na antiga Fonte. Foram muitas alegrias”, diz o marteleteiro, profissional que opera o equipamento usado para romper concreto. Ao todo, 535 operários trabalham de segunda a sábado na obra.
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Renildo: 'para mim é orgulho trabalhar no novo estádio |
Quem passa por fora, vê muita terra, caminhões, guindastes e enormes estacas. Renildo consegue enxergar além. “Olhando para as estacas de sustentação, eu já consigo imaginar a arquibancada. A obra evoluiu muito”. A previsão é que a fundação seja finalizada em meados de agosto. Mas, antes disso, quem passar por perto terá uma ideia da obra. “As pessoas vão começar a ter uma noção no final de julho”, diz o diretor do consórcio Arena Salvador, Alexandre Chiavegatto. As estacas pré-moldadas chegam prontas de uma fábrica que funciona em Simões Filho. Alguns blocos são feitos na própria obra. O concreto também é produzido no canteiro e lá mesmo passa porum teste de resistência. As gruas, enormes guindastes que chamam a atenção de quem passa pelo lado de fora, são responsáveis pelo transporte vertical dos materiais. Por uma questão de segurança, elas foram paradas na última quarta-feira, devido aos fortes ventos que atingiram Salvador.
Cronograma - Os ventos não atrasarão a obra, mas é possível que o prazo de entrega não seja cumprido, porque o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vetou o repasse de R$ 323 milhões financiados pelo BNDES para o consórcio, por falta deumprojeto executivo. “Isso está sendo tratado pelo governo do estado e é uma preocupação que a gente tem passado pra eles. O repasse ainda não foi passado. Zero. Se a gente atrasar mais um mês, pode refletir no condicionamento da obra e fica uma situação difícil para cumprir os prazos”, pressiona Chiavegatto. A Procuradoria Geral do Estado aguarda posicionamento do TCE sobre o pedido de reconsideração da exigência de apresentar o projeto executivo para liberar20%do contrato de R$ 323 milhões com o BNDES, o equivalente a R$ 64,6 milhões.