Atletas devem redobrar atenção na hora de fazer uma tatuagem

A tatuagem virou um artigo de moda nos dias de hoje, principalmente no mundo do futebol. Cada dia que passa os atletas estão mais tatuados, mas poucos, de fato, se preocupam com as consequências que isso pode trazer. A realização de uma tatuagem vai além da parte visual, é uma questão de saúde.Pensando nisso, o tatuador Diego Rangel deu início a uma série de palestras para times de futebol e agremiações esportivas visando à conscientização de seus atletas. “A tatuagem é uma arte milenar, ser tatuador é ser, acima de tudo, artista. Quando se fala em tatuagem, as pessoas só pensam na parte visual, mas existem muitas outras questões de saúde e regulação por trás disso. Como tatuador profissional há mais de 12 anos, me preocupo com os rumos que o seguimento profissional anda tomando”, afirmou.Todo e qualquer estúdio de tatuagem deve observar uma série de resoluções e critérios exigidos pela Vigilância Sanitária, como a assinatura de um responsável técnico, a utilização de equipamentos de segurança e materiais descartáveis, bem como uma coleta específica para o descarte dos equipamentos utilizados.Além da questão técnica, é importante ressaltar que o metabolismo de um atleta é diferente de uma pessoa comum. Sendo assim, a recuperação, cicatrização e os riscos de saúde que se aplicam também são divergentes. Estudos científicos comprovam que exercícios físicos intensos e de alto rendimento, como os que os jogadores de futebol estão expostos, tem sido diretamente ligados à diminuição da capacidade imunológica, responsável pela proteção do organismo contra infecções e doenças.“Com a diminuição da imunidade, os atletas estão mais suscetíveis a contrair doenças e até infecções. É importante lembrar que a tatuagem é uma espécie de ‘ferida’ provocada no corpo e, por conta disso, é uma porta de entrada para vírus e bactérias”, explica a biomédica e responsável técnica pelo Stúdio Rangel Tattoo, Maria Victória Prieto.Durante a palestra, Rangel aborda temas que vão desde o histórico da tatuagem no Brasil e na Bahia, até as questões de saúde que estão relacionadas com todo o processo. Nas últimas semanas, o Esporte Clube Bahia convidou o tatuador para bater um papo com os atletas da agremiação sobre o assunto. “Considero extremamente importante discutir esse tema, sobretudo com atletas de alto rendimento. Os jogadores de futebol são verdadeiros ídolos da nossa população e, por isso, devem se informar e entender mais sobre a questão”, concluiu Rangel.