icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Bahia forma time de 'estrangeiros'; no time titular não existe um baiano

Há dez anos morando em Salvador, meia Ananias promete ensinar hino do Bahia para galera recém-chegada

foto autor

20/01/2011 às 7:49 • Atualizada em 28/08/2022 às 21:10 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

Foto: Arte CorreioOxente, truta! Tá de caô comigo, uai! Não entendeu nada, né? Imaginem só essa mistura de gírias dentro de campo. No Bahia é assim e, pra piorar tudo, nenhum baiano faz parte do time titular.

São 11 "turistas" de todas as partes do Brasil. Aí já sabe... Vira resenha pura entre os boleiros. O carioca Bruno Paulo, cheio de graça, diz ter dificuldades pra entender o baianês. "Os moleques falam 'ó paí' e eu acho estranho. Ainda tem um 'véi'. Toda hora é isso. Dá pra aprender tudo em um ano de contrato", se diverte.

Reflexo da globalização. No elenco de 30 jogadores, só sete são baianos. Marcone, representante de Itabuna, sofre com as brincadeiras. Segundo ele, o estereótipo do baiano preguiçoso está presente também no tricolor. "Os caras olham os outdoors na rua e falam: 'Só tem festa aqui? Ninguém trabalha? É festa de segunda a segunda", conta o volante.

Marcone responde na lata. "Os caras têm um sotaque de marrento da zorra! Eles falam que a gente não trabalha e tão sofrendo com o sol nos treinamentos. Fico só rindo".

Na bagunça de sotaques, há quem se considere da terra. O lateral Ávine e o meia Ananias, por exemplo, não nasceram na Bahia, mas moram em Salvador há dez anos. "Eu falo oxe e como acarajé. Não precisa nem falar que sou baiano. É mesmo, véi! Só tem gente de fora nesse time. Não sabia disso", afirma Ananias, nascido em São Luís, no Maranhão.

HINO - O jogador, por sinal, promete "converter" os colegas bem rápido. "Vou colocar o hino do Bahia para os caras aprenderem a letra. Ou então eles escutam a torcida cantar em Pituaçu", avisa.

O meia Jones, acusado pelos parceiros de ter o sotaque mais puxado do grupo, tenta conhecer aos poucos a cultura da Bahia. Até agora, só comeu churrasco. "Eu quero experimentar acarajé e moqueca. Só não gosto de muita pimenta".

Mineiro, Jones morava no Rio de Janeiro até o ano passado. Aqui, já aprendeu a palavra mais importante no dicionário baianês. "Já vi alguns jogos do Bahia pela televisão e a torcida grita Baêa, não é isso?". Tá no caminho certo...

*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 20 de janeiro de 2011

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Esportes