Foram seis anos sem uma taça. Mas nada como se sentir em casa, à vontade e ser o protagonista da própria festa. No mesmo Maracanã que viu o título da Copa das Confederações em 2013, a seleção brasileira sagrou-se campeã da Copa América 2019 ao vencer o Peru por 3 a 1. Olhando apenas para o torneio continental, o Brasil voltou ser campeão após 12 anos, algo que não ocorria desde 2007. O grito da torcida de "o campeão voltou" fez total sentido.
A atuação do Brasil neste domingo, no jogo que registrou a maior renda da história do futebol nacional (R$ 38.769.850,00), teve protagonismo compartilhado entre Gabriel Jesus e Éverton. O camisa 9 foi quem deu o cruzamento para o primeiro gol, marcado pelo Cebolinha, e fez o segundo do Brasil em um momento crucial: pouco antes do intervalo, minutos após o gol de empate do Peru. No segundo tempo, quando Gabriel Jesus já tinha sido expulso em uma decisão controversa da arbitragem, Cebolinha sofreu o pênalti que gerou o gol de Richarlison.
Gabriel saiu chorando e muito revoltado com o cartão vermelho. Quase derrubou o monitor do VAR, mas tem muitos motivos para comemorar esse torneio que serviu como volta por cima dele na seleção, depois de um Mundial do qual saiu contestado pela falta de gols.
O título é o primeiro de Tite no comando da equipe. Um alívio para o treinador que tomou um "choque de realidade" na eliminação da Copa do Mundo, em 2018, e estabeleceu uma autocobrança muito grande pela conquista da Copa América. Entre os jogadores, a sensação também é nova: só quatro dos 23 convocados já tinham um título pela seleção principal no currículo (Daniel Alves, Thiago Silva, Filipe Luís e Miranda).
A conquista da Copa América, de forma invicta, teve como destaque da seleção a capacidade de se defender, embora o time tenha deixado escapar por muito pouco a marca de ser campeão sem levar um gol sequer. Só quem conseguiu ultrapassar a barreira defensiva do Brasil foi o próprio Peru, com uma cobrança de pênalti de Guerrero. Thiago Silva tentou cortar uma bola de carrinho, e a bola bateu no braço dele, que estava apoiado no chão.
A seleção brasileira mostrou ainda ser capaz de vencer os adversários sul-americanos, mesmo sem Neymar. O craque viu da tribuna do Maracanã o triunfo dos companheiros, o sucesso de uma geração de jovens que tem no próprio Cebolinha o exemplo de quem aproveitou a brecha para se destacar no ciclo pós-Copa-2018.
Mas há valor também nos veteranos. Que torneio tiveram Daniel Alves, o capitão, e o próprio Thiago Silva, apesar dos pênaltis. Depois da Copa América, o Brasil terá seis meses só com amistosos na agenda. O fim da jornada não é no Maracanã, com o título continental em casa. A projeção, afinal, é que "o campeão volte" a ter hegemonia mundial. Para isso, o trabalho não pode parar porque o Qatar 2022 é logo ali.
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Redação iBahia
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