icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Clubes e empresários - Por Oscar Valporto

É uma tendência recente do futebol clubes criados por agentes apenas para manter sob contrato seus representados

foto autor

18/01/2011 às 14:10 • Atualizada em 28/08/2022 às 20:45 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

Muito pouca gente já ouviu falar do Villa Rio Esporte Clube, da terceira divisão do futebol carioca, fundado em 2004 e sem qualquer título ou façanha relevante no esporte. Mas a lista de jogadores que o Villa Rio já teve sob contrato sem nunca ter vestido a camisa do clube é bastante curiosa. Tiveram - ou ainda têm - vínculo com o clube o zagueiro Diego Morais, que jogou no Hansa Rostok, da Alemanha; o lateral Luciano Amaral, que passou pelo Vitória de Guimarães, de Portugal, e agora está no Marítimo; o atacante Marcelo de Farias que passou duas temporadas em Portugal e agora está na Grécia. Jogadores conhecidos do futebol baiano também foram do Villa Rio como os volantes Danilo Rios, revelado pelo Bahia, Alberoni, que jogou no tricolor, e o lateral Marcelo Cordeiro, que jogou pelo Vitória em 2008.

O Villa Rio faz parte de uma tendência recente do futebol brasileiro - clubes criados por agentes de jogadores apenas para manter sob contrato seus representados, sem qualquer pretensão esportiva maior. O clube é controlado pela Ability Sports, do empresário Fred Souza, que representa jogadores como o atacante Wellington Paulista, do Cruzeiro, o volante Diguinho, do Fluminense, o zagueiro Dedé, do Vasco, e o meia Elias, ex-Bahia, que está no México. O clube não chega a ser uma fachada porque participa de campeonatos. Mas serve principalmente aos negócios do agente e de seus agenciados. A lei brasileira não permite que empresários sejam donos de jogadores. Para garantir um vínculo maior com o atleta, os agentes criam esses clubes, o que garante fatia ainda maior nas negociações.

Não há ilegal na criação desses clubes e os jogadores são livres para decidir se querem ou não estar sob contrato do clube de seu agente. E sempre é bom lembrar que os atletas estão em melhor situação agora do que antes da Lei Pelé - quando tinham seus passes presos aos clubes, mesmo após o fim dos contratos. Os agentes fazem parte do profissionalismo - eles existem no mundo inteiro. São os clubes do Brasil e seus dirigentes que ainda não chegaram ao profissionalismo - faltam planejamento a longo prazo, organização, prestação de contas e transparência.

Usei o Villa Rio como exemplo, mas há outros como o Desportivo Brasil, de São Paulo, e o Nova Iguaçu, do Rio, ambos ligados à Traffic, conhecida empresa de negócios no mundo esportivo, e o paranaense Astral, propriedade do Grupo Massa, do apresentador Ratinho. Escolhi o Villa Rio porque o Vitória está em negociações com o zagueiro e lateral Eduardo, que tem vínculo exatamente com o time carioca e veio de mal-sucedida e tumultuada passagem pelo futebol português. Para o jogador, é um ótimo negócio. Para o Leão, veremos.

*Oscar Valporto é editor executivo e escreve às terças-feiras no Correio* - coluna publicada na versão impressa do Jornal do dia 11 de janeiro de 2011

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Mais em Esportes