Vai entender o futebol... Se antes do jogo dissessem a qualquer torcedor brasileiro que o Mineirão veria a melhor versão de Messi pela seleção argentina em muito tempo; se dissessem que os rivais fariam sua mais consistente atuação recente; se dissessem que, talvez pela primeira vez sob o comando de Tite, o Brasil se veria superado no plano tático, dominado na maior parte do jogo, a reação imediata seria prever o pior.
Mas foi com um enredo absolutamente adverso que o Brasil venceu por 2 a 0. E o fez exibindo a já habitual capacidade de defender bem. Mas com uma inesperada incapacidade de se organizar ofensivamente, mesmo diante de um adversário que não se trancou.
Agora finalista, é natural que o Brasil, neste momento, veja a Copa América como um fim em si mesmo. Ou seja, há um troféu por disputar no Maracanã no domingo, um título capaz de renovar a confiança e restaurar o humor nacional, dar paz para o trabalho seguir. Mas restará saber se o jogo de ontem foi algo fora do roteiro ou exibiu sinais que precisarão ser examinados no futuro.
É fato que a Argentina surpreendeu com a participação defensiva dos atacantes Agüero e Lautaro, que junto ao trio de meias bloqueavam a saída de bola do Brasil. Arthur tinha dificuldade para iniciar jogadas sob pressão, Coutinho oscilava, e o time de Tite perdeu o meio-campo. Além de sofrer com a movimentação de De Paul, Acuña e dos atacantes perto da entrada da área.
Sem falar em Messi, que reagiu ao primeiro gol brasileiro da forma que se espera de um jogador de seu tamanho: assumiu o jogo, buscou a bola perto dos volantes, foi meia armador mais atrás, buscou passe perto da área, finalizou... Foi dele uma das duas bolas na trave de Alisson.
Era até natural, contra um time que vinha oferecendo espaços ao atacar, que a seleção optasse por marcar atrás e apostasse no contragolpe. Mas a arrancada de Jesus para o gol de Firmino foi um lance quase único. E os argentinos tiveram chances.
Mas algo de bom o Brasil fez para ganhar por 2 a 0, claro. Além de defender bem, abriu o placar com um gol saído da prancheta de Tite. Pressão na fraca saída de bola rival, lance individual de Daniel Alves mais pelo centro, Firmino saindo da área para buscar a ponta e cruzamento para Jesus, que fizera movimento inverso, finalizar na área. Mas a boa articulação não se repetiria.
No plano individual, Jesus foi bem sempre que acionado longe da ponta. E Daniel Alves foi o grande nome. Foi quem achou saídas quando a Argentina pressionou, foi quem teve personalidade para chamar o jogo, defendeu, atacou. Foi a alma do time, deverá ser essencial no Maracanã cheio de domingo. Mas, pensando no futuro, seus 36 anos impõem a pergunta: como substituí-lo?
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Redação iBahia
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