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Ela não faz gol e muito menos entra em campo. Mesmo assim, Maíra Ruas Justo pode fazer a diferença para o Bahia na reta final do Brasileirão. Psicóloga do clube desde o mês passado, ela chegou para tranquilizar o ambiente. Ainda mais em jogos decisivos como o deste sábado (9), às 18h30, contra o Atlético Mineiro, na Fonte Nova, onde o Esquadrão necessita dos três pontos para se afastar cada vez mais da temida zona de rebaixamento.
Especialista em Psicologia do Esporte pela Universidade Castelo Branco, do Rio de Janeiro, Maíra trabalha há dez anos no mundo da bola, sendo cinco no futebol profissional. "A psicologia precisa ser encarada como uma parte integrada aos outros setores. É tão importante quanto a técnica, a tática e o físico", explica ela, que no primeiro semestre trabalhou no Vitória e ainda acumula passagens por times como Botafogo e Vasco.
Dois pontos acima da zona de degola, o Bahia vai precisar trabalhar a mente e não se afobar no duelo diante do Galo, equipe campeã da Copa Libertadores da América desse ano. Apesar da situação incômoda, a psicóloga acredita na recuperação do time na competição e revela algumas de suas principais observações.
"Percebo um nível de comprometimento muito alto dos jogadores. O discurso deles é de entrega, seriedade. Sempre são pontuais e existe um respeito muito grande entre todos eles", diz Maíra, para depois fazer um pedido aos tricolores. "A torcida precisa ser o 12º jogador em campo. Eles podem ajudar o time a se manter na Série A", acredita.
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Maíra Ruas Justo já trabalhou em outros clubes da Série A |
Experiência - Maíra já teve a chance de trabalhar com técnicos como Oswaldo de Oliveira, Joel Santana, Ney Franco e Estevam Soares. Agora, ao lado de Cristóvão Borges, faz questão de elogiar o perfil do comandante azul, vermelho e branco. "Essa oportunidade é excelente. O nível de conhecimento de Cristóvão Borges é muito alto. Estamos sempre conversando", comenta.
A psicóloga, além de palestras, atende os atletas de forma individual. Nesses dez anos caminhando pelos bastidores do futebol, já ouviu bastante coisa, mas, por questões profissionais, não fala sobre nenhum caso específico. "É um vínculo de confiança. O jogador se abre, fala sobre tudo. Só não posso expor nada. É uma relação de sigilo, confiança".
Em partidas como a deste sábado, o nível de estresse é considerado alto. Ao contrário do que se possa imaginar, o nervosismo dos jogadores dentro de campo não está diretamente relacionado à idade. "Cada um tem um perfil psicológico diferente. Não se pode rotular. Mas é lógico que, com o passar do tempo, o nível de segurança do jogador aumenta. Os mais experientes já passaram por inúmeras situações", pontua.
Matéria original: Jornal Correio*
Com trabalho de psicóloga, Bahia encara Atlético, na Fonte Nova