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Sem brilho, Robinho é cotado para deixar o time titular |
Se gol é alegria, o futebol da Seleção anda triste. Na era Mano Menezes, iniciada após aCopada África, o Brasil marcou só 10 gols em nove partidas, média de 1,1. O empate por 0x0 com a Venezuela, na estreia da Copa América, foi a quarta vez– e terceira no ano– que o time passou em branco. “Os jogos maiores são melhores para se jogar. A partir do momento que você tem compartilhada a responsabilidade do jogo, eles têm chance e você tem chance. Hoje (domingo), foi uma equipe ofensiva contra outra defensiva”, disse o técnico, confiante num melhor desempenho contra o Paraguai, sábado, na 2ª rodada do Grupo B. Na prática, porém, a realidade é outra. O Brasil marcou apenas contra adversários sem tradição no futebol: EUA (2), Irã (3), Ucrânia (2), Escócia (2) e Romênia(1). Diante de Argentina e França, a defesa tomou os dois únicos gols no período e o time saiu derrotado. Contra a Holanda, empate sem gols, como diante da Venezuela. O inesperado resultado fez o técnico falar pela primeira vez em mexer nos titulares. Em duas semanas de treinos na Argentina, Mano nunca testou novidade. “Se os treinamentos mostrarem que precisamos mudar, podemos trocar uma peça para tentar que seja diferente”, observou, exigindo mudança de postura. “Faltou contundência e penetração. Controlamos o jogo, corremos poucos riscos, mas precisa mais, por exemplo, chutar de longe”.
Robinho - Pela estatística, Robinho é o mais cotado para perder vaga no quarteto ofensivo. Ganso é o único meia e tem sido elogiado, enquanto Neymar e Pato são os artilheiros desta nova fase, com três gols cada. Já o camisa 70 do Milan está em jejum pelo Brasil desde a eliminação na Copa para a Holanda. Para piorar, Robinho foi substituído sete vezes neste período de seca. “Eu respeito a opinião do Mano, os jogadores que estão entrando em meu lugar, mas ninguém gosta de sair”, falou, reconhecendo o problema nas finalizações. “Tem que caprichar. A gente cria oportunidades, mas falta caprichar”. Contra Robinho, pesa ainda que ele tampouco faz o papel de garçom. É o lateral André Santos quem deu mais passes pra gol na era Mano: três.
Dunga - Com Dunga, a Seleção Brasileira fez 127 gols em 60 partidas: média de 2,1. E conseguiu grandes goleadas: 3x0 na Argentina, em 2006; 6x1 no Chile, na Copa América 2007; 6x2 em Portugal, em 2008; e 4x0 no Uruguai, pelas Eliminatórias, em 2009.
Marcelo Sant´Ana é o enviado especial do Correio* à Argentina para cobrir a Copa América