Os torcedores do Bahia podem até ficar irritados, mas mandar Jael embora era mesmo a melhor decisão que a diretoria do Bahia podia tomar. Não estou menosprezando o futebol do goleador. Jael é jovem, sabe fazer gols, chuta bem e cabeceia bem. Aos 22 anos, é muito melhor do que Souza era com a mesma idade. Mas Jael não merece ficar no Bahia, apesar das juras de amor que faz à torcida.
Relembremos: o Esquadrão foi buscar Jael no Goiás, em 2009, quando o atacante, após começo promissor em Minas, amargara um temporada ruim. Jael veio, foi o artilheiro do Bahia na péssima campanha na Série B daquele ano e certamente decisivo para o torcida tricolor não sofrer com mais um rebaixamento.
O ano acabou, o Bahia queria renovar com Jael, mas ele preferiu ir para a Suécia. Não demorou e o artilheiro, infeliz na Europa, estava fazendo lobby via internet para voltar. Ele voltou em 2010 e a história se repetiu. Em melhor companhia, com Morais e Adriano Michael Jackson, não foi artilheiro, mas contribuiu decisivamente para o Bahia voltar à Serie A.
No fim do ano, novamente, a diretoria tricolor queria ficar com ele e Jael queria ir embora: mais exatamente para o Vasco. O negócio demorou a se concretizar, o Vasco arranjou outros centroavantes e o artilheiro ficou porque tinha contrato até maio. Memória refrescada, é óbvio que não há razão para os tricolores perdoarem Jael pela agressão. Ele não merece.
São circunstanciais suas juras de amor à torcida. Sempre que teve oportunidade, o atacante aproveitou para deixar o Bahia. E sempre que precisou, o Bahia e sua torcida o receberam de braços abertos. Pelo que foi possível saber da confusão, Jael havia deixado de treinar com uma duvidosa lesão - pelo bate-boca posterior, aparentemente seu problema era no bolso e não no púbis.
Não é atitude de quem tem compromisso com seu time. Menos ainda é perder a cabeça e agredir um diretor. É ruim para o time perder um goleador jovem e de futuro promissor. Mas seria pior se o clube perdoasse uma atitude completamente antiprofissional de um jogador que é apenas isso: um promissor artilheiro.
Para ser perdoado, Jael precisaria ser Neymar, ou Ganso, enfim, uma certeza de grande craque, que, com a rescisão do contrato, seria um desastre para o futuro do Bahia. Não será - no máximo, atrapalhará os planos tricolores de recuperar o título baiano. Jael não merece perdão.
Demissão - Se Jael que faz gol e ajudou o Bahia a subir, não deve ficar, o que dizer do igualmente destemperado diretor André Araújo, que bateu boca com o artilheiro? Este não merece nem reunião de diretoria nem irritação da torcida: é caso de demissão sumária.
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